Senado analisa projeto de licença-maternidade de seis meses


escrito por: Tricia em sábado, fevereiro 10, 2007 às 3:38 PM.

09/02/2007 - 15h03
Estadão

O Senado tem um projeto de lei que propõe aumentar para seis meses a licença-maternidade. Hoje, a mulher tem direito a quatro meses. O aumento da licença-maternidade prevê incentivos fiscais às empresas que concordarem com a proposta.

A senadora Patrícia Saboya (PSB-CE), autora do projeto, diz que o objetivo da iniciativa é corrigir uma "distorção", já que o período ideal de amamentação do bebê é até os seis meses de idade.

Em 21 de março, o projeto deverá ser discutido com empresários e entidades em audiência pública. Em defesa da proposta, Patrícia disse ainda que amamentar por seis meses torna a criança mais saudável, evitando doenças cardíacas e alguns tipos de cânceres.

Na opinião da senadora, o investimento na primeira fase da infância contribui para que o país economize mais tarde em projetos sociais. Como exemplo, informou que o Brasil gasta cerca de R$ 300 milhões a cada ano com tratamentos de doenças respiratórias - enfermidades que, segundo ela, poderiam ser evitadas com a amamentação.

No debate sobre o tema, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ressaltou que a problemática infantil não é uma questão apenas de direitos humanos, mas também de interesse econômico. O parlamentar concordou que realizar investimentos para melhorar as condições de vida dessa parcela da população refletirá em economia para o País.

O senador Paulo Paim (PT-RS), relator da proposta, disse que a sociedade está cobrando a aprovação do projeto e que ele recebe muitos telefonemas de pessoas interessadas em saber quando a matéria será aprovada. No entanto, o senador afirmou que quer ouvir todos os segmentos envolvidos antes, para aprimorar o projeto.

FONTE: 24 NEWS

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Mortalidade materna no Ceará ainda preocupa


escrito por: Tricia em sexta-feira, janeiro 05, 2007 às 10:31 AM.



As doenças hipertensivas gestacionais e hemorragias são as principais causas de mortalidade materna no Ceará, que em 2005 apresentou uma taxa de 83 mortes por cada 100 mil nascidos vivos, índice considerado elevado

Fátima Guimarães
da Redação

05/01/2007 01:33

Adolescente e mulher jovem (até 30 anos), baixa escolaridade, precárias condições sócio-econômicas. Esse é o perfil das mulheres que morrem em decorrência de complicações do parto no Ceará, segundo o boletim epidemiológico da Mortalidade Materna (MM), da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Em 2005, foram registrados 130 óbitos relacionados a problemas do parto no Estado e as doenças hipertensivas gestacionais (pré-eclampsia e eclampsia) respondem por cerca de 13% das mortes. A situação preocupa e especialistas observam que muitas vidas poderiam ser salvas com medidas preventivas adotadas durante a gestação.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) é considerada morte materna todo o óbito causado por problemas relacionados à gravidez, ao parto ou ocorrido 42 dias depois. Dirlene Mafalda, coordenadora da Saúde Sexual e Reprodutiva da Sesa (gestão Lúcio Alcântara), diz que os indicadores do Ceará, semelhantes ao do País, mantêm-se estáveis, mas é possível reduzir. De 2002 a 2005 praticamente não houve alteração: em torno de 80 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. Em 2002, a taxa foi de 85.9; 2003, 75.2; 2005, 86.9; e 2005, 83.0. Essas taxas superam o limite considerado aceitável pela OMS, até 20 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. Os dados de 2006 não foram concluídos, mas até 20 de dezembro último, já tinham sido registradas 84 mortes maternas em 36 municípios cearenses. No Brasil, a taxa da MM é de 52.6 mortes para cada 100 mil nascidos vivos, dados de 2003 do Ministério da Saúde (MS).

A ginecologista, que desde 1992 acompanha a vigilância epidemiológica da mortalidade materna, diz que houve avanços na assistência à saúde materna e que hoje nenhum óbito materno deixa de ser investigado no Estado. "A mortalidade materna é um desafio que persiste e temos de encontrar uma solução regionalizada, pactuada com os municípios, com a família, com a comunidade". Dirlene observa que a mulher precisa ter um pré-natal de qualidade e também uma boa assistência no parto e pós-parto. Para ela, é necessário que os serviços de saúde da região respondam no momento certo, estejam estruturados para atender a paciente com complicações.

No Ceará, cerca de 98% das gestantes fazem pré-natal, segundo a Sesa. Zenilda Bruno, diretora da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), ressalta que é importante que o acompanhamento seja de qualidade, ou seja, feito por profissionais capacitados para que os riscos sejam identificados, que a gestante tenha acesso aos exames de rotina. Para reduzir as mortes, ela lembra também que é necessário que sejam estruturadas unidades de saúde nas cidades de grande porte a fim de evitar o deslocamento das pacientes graves para Fortaleza. Esses serviços teriam de ser dotados de Unidade de Terapia Intensiva, profissionais preparados para lidar com a gestantes complicadas, banco de sangue e suporte de medicamentos. "Muitas vezes recebemos pacientes de cidades distantes com quadro grave de hemorragia e pouca coisa podemos fazer". A Meac é uma unidade de referência para gestante de risco, que representa 80% dos 500 partos realizados por mês na unidade.


SAIBA MAIS

Mortalidade materna é todo óbito causado por problemas relacionados à gravidez ou ao parto ou ocorrido até 42 dias depois.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável o índice de 20 mortes materna por cada 100 mil nascidos vivos. Entre 20 e 49 mortes, índice médio; 50 e 149 mortes, alto e acima de 150 mortes, muito alto.

Coeficiente de Mortalidade Materna (MM) é o resultado do número de mulheres que morrem por causa materna dividido pelo número de mães de crianças que nasceram vivas.

Mesmo uma gravidez normal pode complicar na hora do parto ou pós-parto.

Adolescente de primeiro filho é uma potencial gestante de risco, assim como gestante acima de 35 anos.

Qualquer gestante, independente da condição social, pode desenvolver hipertensão gestacional.

NO BRASIL
52.6 óbitos por cada 100 mil nascidos vivos, segundo dados de 2003 do Ministério da Saúde

NO CEARÁ
* Por cada 100 mil nascidos vivos
2005: 83.0
2004: 86.9
2003: 75.2
2002: 85.9

PERFIL DAS PACIENTES NO CEARÁ
- Adolescente e adulto jovem (até 30 anos)
- Precárias condições sócio-econômicas
- Baixa escolaridade

PRINCIPAIS CAUSAS
- Doença hipertensiva gestacional (pré-eclampsia e eclampsia). A eclampsia é a pressão alta com o quadro de convulsão.
- Infecções pós-parto
- Hemorragia


Fonte: Secretaria da Saúde do Estado; ginecologista Dirlene Mafalda; Regina Coeli Carvalho, coordenadora da UTI Materna da Meac

Fonte: Jornal O Povo

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Humanização melhora condições de saúde de mães


escrito por: Tricia em segunda-feira, dezembro 04, 2006 às 3:03 PM.



* AGÊNCIA SAÚDE

Longas filas de espera, angústia e nervosismo. Há poucos anos, essa era a realidade das mães e crianças que procuravam a emergência do Hospital Regional da Ceilândia (HRC), cidade-satélite localizada a 24 quilômetros de Brasília. A partir de 2003, esse quadro começou a sofrer uma mudança significativa. Foi implementada a Política Nacional de Humanização (PNH) do Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital, desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com estados, municípios e o Distrito Federal. A PNH tem como finalidade melhorar o atendimento nos hospitais e postos de saúde e fazer com que os pacientes se sintam realmente acolhidos.

Ceilândia tem cerca de 500 mil habitantes, o que corresponde a 25% da população do Distrito Federal. Aproximadamente 62.000 pacientes são atendidos todos os meses no Hospital Regional. Dessas pessoas, 30.000 procuram a emergência. Segundo o diretor do Hospital, Elidimar Bento, as mudanças no atendimento a gestantes e bebês começaram após a criação do bloco materno-infantil, em 1998. As demandas cresceram e as preocupações com a qualidade e a humanização no atendimento também. Por esse motivo, no HRC os cuidados se concentram na emergência e também estão presentes durante as internações e consultas.

Desde a implementação da política de humanização no HRC, os funcionários estão preparados para dar mais assistência aos pacientes. Estabeleceu-se como prioridade a redução de filas (com urgência para as pessoas com maior necessidade de atendimento) e do tempo de espera para exames, consultas e cirurgias e a garantia do direito do paciente e de seus familiares à informação sobre a saúde e sobre quem presta o atendimento. Todas essas diretrizes estão de acordo com a Política Nacional de Humanização.

Irani da Costa, de 36 anos, desempregada, deu à luz, por parto normal, a pequena Maria Clara. Após os primeiros exames detectou-se uma infecção no bebê. Por esse motivo, a recém-nascida e sua mãe permaneceram internadas no HRC durante 20 dias. “Eu não imaginava que a Maria Clara nasceria com algum problema”, recorda a mãe. Ela conta que, tão importante quanto a detecção desse problema e o tratamento eficaz, tranqüilizou-a o fato de os profissionais de saúde a manterem informada sobre o caso. “Eles estavam sempre disponíveis, muito próximos de mim e de minha filha. Tiravam todas as dúvidas e procuravam me manter o tempo inteiro a par de tudo”, conta. “Também era importante o fato de eu saber o nome das pessoas que estavam cuidando da gente. Aumentava a minha confiança. Fiquei muito satisfeita com a atenção que dispensam aqui aos pacientes”, diz Irani.

Um dos resultados da humanização no HRC é o atendimento de emergência individualizado às gestantes. “Antes, as mulheres chegavam em trabalho de parto e precisavam disputar os primeiros socorros com os outros pacientes, como doentes terminais e vítimas de acidentes graves”, explica o diretor. Em média, ocorrem 25 partos todos os dias no HRC. O atendimento não-individualizado trazia angústia e insegurança para as gestantes. A nova ala evita mais transtornos, já que é muito importante manter a calma durante o trabalho de parto.

No HRC As crianças também são atendidas separadamente. Elas precisam de atenção diferenciada pelo fato de serem mais vulneráveis às doenças e infecções. Existem no Hospital 58 leitos para internação de crianças de até 12 anos. Durante o tratamento, a mãe ou outro responsável tem o direito de permanecer junto ao paciente. A presença de um acompanhante com o paciente é uma das bases da Política Nacional de Humanização.

Brinquedoteca – Além das acomodações para os responsáveis, a ala infantil do HRC dispõe de uma área de estudo, uma brinquedoteca e uma biblioteca. “As crianças que permanecem internadas por períodos longos não param de estudar. Diariamente elas se dirigem à sala de estudo e recebem o acompanhamento de uma professora e de uma terapeuta ocupacional que nos foram cedidas pela Secretaria de Educação”, informa Bento.

FONTE:Jornal da Paraiba

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Poema matuto - a parteira


escrito por: Tricia em quinta-feira, novembro 30, 2006 às 11:49 AM.


dessa vez é pra ouvir...
duvido você não abrir um sorriso... ou encher os olhos de lágrimas.

Clique aqui para ouvir o Poema matuto - A parteira

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As Parteiras de Pernambuco


escrito por: Tricia em terça-feira, novembro 28, 2006 às 1:47 PM.



Você pensa que as parteiras foram extintas, não é? E que elas só servem para fazer abortos clandestinos hoje em dia. Tudo mentira. Existem sim. Especialmente aqui no nordeste do pais. Acontece que devido a falta de apoio politico, e do crescimento da tecnologia, elas foram confinadas a uma posição, foram discriminadas pela propria sociedade, pela urbanização das cidades.

Eu acredito nas parteiras. Acredito em sua sabedoria. E procurando sobre elas na web, me deparei com esta ONG que fica em Pernambuco. Vi o video deles, e fiquei super feliz! Existe vida neste planeta! Existe apoio sim! =)

É uma pena que no Ceará, elas estejam tão escondidas. Quase não se fala delas. Em Pernambuco, é bem mais facil de se encontrar com uma assim, no meio da rua.



Grupo Curumim

O Grupo Curumim começou em 1989 como pequena organização de defesa da profissão de parteira, mas se transformou em uma iniciativa muito mais ampla para a melhoria de serviços de saúde, aumentando a sexualidade e a educação reprodutiva, diminuindo a mortalidade materna, humanizando o parto e legitimizando a profissão de parteira. Sediado na cidade litorânea de Recife, estado de Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil, o Grupo Corumim organiza worlshops e seminários para adolescentes que moram e/ou trabalham nas ruas sobre temas como cuidados básicos da saúde, auto-estima, anticoncepcionais, direitos humanos, violência contra o gênero, sexualidade, parto e prevenção do HIV/AIDS. O Grupo Corumim proporciona aos adolescentes informação exata e de empoderamento sobre sua saúde e direitos sexuais e reprodutivos e espera assim diminuir a gravidez e retardar a disseminação do HIV/AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, o Corumim educa médicos, provedores de saúde e pessoal hospitalar a respeito das necessidades específicas dos adolescentes, a fim de assegurar que o sistema de saúde pública proporcione cuidados com respeito e de modo abrangente.

Para assistir o videoclipe do livro "Mulheres e Parteiras - Cidadania e Direitos Reprodutivos", clique neste link aqui.

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Maternidade de Londrina ganha prêmio do Ministério da Saúde


escrito por: Tricia em segunda-feira, novembro 27, 2006 às 9:10 AM.

Maternidade Municipal Lucilla Ballalai receberá R$ 50 mil

Quatro instituições do Sistema Único de Saúde (SUS) vão receber o V Prêmio Professor Galba de Araújo, concedido pelo Ministério da Saúde. Criado em 1998 para destacar a humanização da assistência obstétrica e neonatal e o estímulo ao parto normal e ao aleitamento materno, o prêmio será entregue, no dia 7 de dezembro, na abertura do seminário nacional sobre o Panorama Atual da Saúde da Mulher: avanços e perspectivas, a ser realizado no Carlton Hotel, em Brasília.

A quinta edição do prêmio será entregue à Maternidade do Hospital Regional Dom Moura, de Garanhuns (PE), ao Hospital Santa Marcelina, de São Paulo (SP), à Maternidade Maria Barbosa do Hospital Universitário Clemente de Faria, de Montes Claros (MG), e à Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, de Londrina (PR). As maternidades de Pernambuco e do Paraná receberão R$ 50 mil, cada, enquanto as instituições de São Paulo e de Minas Gerais vão dividir o valor, já que obtiveram a mesma pontuação na avaliação a que foram submetidas.

Todas as maternidades que concorreram ao V Prêmio Professor Galba de Araújo apresentavam os mesmos requisitos: tinham taxa média mensal de cesáreas, no segundo semestre do ano passado igual ou inferior à estabelecida para a maternidade pelo Estado; têm Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; permitem a realização de parto de baixo risco por enfermeiro e permitem acompanhante no pré-parto, no parto e no pós-parto. As vencedoras sobressaíram-se pela qualidade do atendimento, organização institucional e satisfação das usuárias.

A seleção inicial das instituições concorrentes foi feita por comissões criadas pelas secretarias estaduais de Saúde. A avaliação ficou a cargo da Comissão Nacional do Prêmio, com representação do Ministério da Saúde, da Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (Cismu), da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiras Obstetras (Abenfo), da Rede Nacional pela Humanização do Nascimento (Rehuna) e da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.

O prêmio reverencia a memória do obstetra Galba de Araújo, que conquistou destaque nacional e internacional por utilizar recursos humanos disponíveis regionalmente no atendimento às gestantes. Foram exemplos disso o incentivo ao treinamento de parteiras, a busca pela melhoria da qualidade de assistência ao parto domiciliar e a identificação das gestantes de alto risco.

A iniciativa do Ministério da Saúde de conceder o prêmio procura revelar ao Brasil experiências inovadoras na gestão pública que privilegiem o acolhimento da gestante e do recém-nascido na hora do parto e estimular as maternidades a tratar os pacientes com mais respeito e dignidade.

FONTE:Jornal o Estado

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Casa de Parto em Fortaleza?


escrito por: Tricia em quarta-feira, novembro 08, 2006 às 3:31 PM.


* foto da equipe de enfermagem MEAC retirada deste site

Infelizmente, aqui em Fortaleza não temos uma CASA de PARTO NATURAL. Pelo menos não funcionando...

Explico:

No ano de 2000, foi feito um enorme investimento aqui em Fortaleza, um projeto chamado LUZ DA JICA, na Maternidade Escola (vinculada à Universidade Federal) para tornar o local e os profissionais mais humanizados - era o inicio da humanização... Compraram equipamentos como cadeira de parto, bola, cavalinho, tudo que puderam. Gastaram milhões. Selecionaram algumas enfermeiras obstetricas, mandaram pro Japão pra fazer um estágio nas maternidades de lá, e verem como assistir um parto natural.

Resultado: não deu em nada.
Os equipamentos estão parados. A casa de parto está fechada. Atende apenas pre-natal no periodo da manhã. Tudo enferrujado se acabando com o tempo.

Ainda houve uma confusãozinha para abrirem a Casa de parto da UFC, movida pelo Dr. Odorico, que esbarrou no Ministério Publico e foi extinta pelo Sindicato dos Obstetras do CE.

É. Pelo que se vê, as pessoas aqui ainda não estão maduras suficientemente para receber certas coisas.

Pesquisando no site da Universidade Federal do Ceará, me deparei com um material mirrado:

"A Maternidade Escola Assis Chateaubriand cumprindo sua missão institucional de promover a formação de recursos humanos em ações de aprendizado, ensino, pesquisa e extensão, buscando a excelência no atendimento humanizado à saúde da mulher e do recém-nascido, vem se consolidando como hospital de referência no Estado do Ceará. A condição de unidade de referência na assistência terciária, responsável, então, pelas ações de média e alta complexidade, tem exigido recursos humanos cada vez mais capacitados, além de recursos materiais de alta tecnologia.

Estrutura Física
• Área Construída: 10.842,18m2
• Número de salas de aula: 8 salas
• Número de salas de cirurgia no Centro Cirúrgico: 6 salas
• Centro de Parto Natural - Pré e Parto (PP): 1 centro
• Número de salas de Ambulatórios: 38 salas

Número de Leitos
• Ginecologia: 24 leitos
• Obstetrícia: 124 leitos
• UTI Neonatal: 22 leitos
• Médio Risco: 30 leitos
• Mãe Canguru: 5 leitos"


Maternidade-Escola Assis Chateaubriand - MEAC
Campus do Porangabuçu
Rua Cel Nunes de Melo S/N - Rodolfo Teófilo

Fone 1: 3214 37 80
Fone 2: 3214 37 60
Fone 3: 3214 32 55
Ambulatório: 3214 37 85
BLH/Laboratório: 3214 30 16

Website: www.meac.ufc.br
E-mail: meac@meac.ufc.br

Diretora Geral: Profª. Dra. Zenilda Vieira Brunoo

Site: Maternidade Escola de Fortaleza

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Casas de Parto podem ser uma realidade no Ceará


escrito por: Escrevo secretamente em às 8:55 AM.



Soube pelos jornais que, na mudança de governo, um dos cotados para assumir a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará é um cara que apóia incondicionalmente as Casas de Parto. Talvez, com a força do Estado e da prefeitura, unidos, se consiga abrir e colocar em funcionamento a Casa de Parto que funciona próximo à Maternidade Escola Assis Chateubriand, hospital de referência para a capital e o interior do Estado.

Mas, acredito também que seja necessário, para se chegar a um acordo entre a representação da classe médica e os principais defensores das Casas de Parto, que as partes envolvidas no processo tenham disposição para o diálogo. E para ceder. Só assim se chega a um consenso, que é o que permitirá a abertura e o bom funcionamento do local.

Também sou partidária da idéia que representantes das mulheres, as maiores interessadas nesse processo, deveriam ser chamadas para a mesa de negociações.

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Parto humanizado é direito da mulher


escrito por: Tricia em quinta-feira, outubro 26, 2006 às 4:51 PM.


por: Leandra Rajczuk

Quem passa pela rua Jorge da Silva Luz, travessa da avenida do Oratório, no bairro de Sapopemba, zona leste da cidade, não imagina que ali existe um ambiente criado para que os bebês possam nascer mais tranqüilos e felizes. Esse lugar é a Casa de Parto, uma iniciativa do Projeto Qualis (Qualidade Integral em Saúde) da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, que integra o Programa Saúde da Família (PSF) do Ministério da Saúde e tem apoio do Instituto do Coração e da Fundação Zerbini (leia texto abaixo). A região, que tem cerca de 300 mil habitantes, foi escolhida para sediar a casa porque não possui nenhum leito de maternidade.

Inaugurada em 18 de setembro do ano passado, é a primeira e únida casa de parto do País onde é desenvolvido um trabalho de atendimento público e contínuo com plantões de 24 horas durante todos os dias da semana. "Muitas mulheres grávidas não tinham onde dar a luz e se queixavam da peregrinação a que eram submetidas em busca de uma vaga", afirma Ruth Osava, diretora da casa. "A partir daí surgiu a idéia de se criar a casa, que é um local sem características hospitalares dedicado ao contato mais próximo com a gestante antes, durante e após o parto."

É uma casa simples com folhagens desenhadas nas paredes, canteiros com flores e espaços que revelam um clima harmonioso. Um aquário com peixes ornamentais, próximo à entrada, tornam o ambiente ainda mais agradável e familiar. Para lá são encaminhadas gestantes do PSF/Qualis em condições clínicas de realizar o parto de forma normal, assistido pelas parteiras e sempre acompanhadas por um familiar que a própria gestante escolhe durante o pré-natal. "As mulheres triadas por médicos e enfermeiras de família passam por nova avaliação de risco na casa", explica Ruth. "Realizado o parto, o pai ou o acompanhante corta o cordão umbilical."

A equipe da casa é composta por enfermeira obstétrica ou parteira, que é a diretora técnica responsável, além de auxiliar de enfermagem, auxiliar de serviços gerais e motorista. Não há médicos no estabelecimento, mas existem obstetras e pediatras, designados pelo PSF para participar do treinamento específico da equipe da Casa de Parto para as situações de risco e de emergência. A capacitação das parteiras deve ser realizada através de aulas teóricas e práticas. "Temos uma sala devidamente equipada para proceder a ressuscitação dos recém-nascidos que precisarem de procedimentos mais avançados como, por exemplo, uma massagem cardíaca externa", enfatiza a diretora. "Apesar da suposta simplicidade do parto humanizado que realizamos, tanto a gestante como o bebê devem ser atendidos de forma eficiente."
A mulher é acompanhada desde o final de sua gestação, e admitida quando em trabalho de parto. Ela permanece no local entre 6 e 12 horas após o nascimento do bebê e recebe refeições preparadas de acordo com sua preferência. Após retornar ao domicílio, a mãe recebe também a visita da enfermeira ou médico de família. No dia 26 de março, às 11h40 da manhã nasceu Josué Ferreira da Silva, o primeiro filho do casal de evangélicos Josias e Helena, moradores da região. "Essa iniciativa é importante porque auxilia principalmente famílias carentes que não podem pagar um convênio particular", afirma Josias. "O trabalho feito pelas funcionárias é excelente e minha esposa recebeu muita atenção, reagindo com mais segurança frente ao parto. Isso me faz sentir tranqüilo como pai." Desde sua inauguração, a casa já realizou mais de 120 partos e, hoje, faz em média 30 por mês.

Elaboraçãode propostas

O Brasil é um dos campeões mundiais em número de cesarianas. Aproximadamente 35% dos partos realizados no Brasil são cirúrgicos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que no máximo 15% teriam justificativa para a operação. Segundo a professora Maria Luiza Riesco, do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil da Escola de Enfermagem da USP, em São Paulo praticamente todos os partos ocorrem em hospitais e essa experiência nem sempre é positiva para todas as mulheres e também para as práticas assistenciais necessárias nessas situações. "Atualmente, o parto é muito medicalizado com várias intervenções e pouco espaço para a atuação da enfermeira obstétrica", diz. "Portanto, a casa de parto vem como uma opção de assistência mais humanizada para a mulher, pois possibilita, entre outras vantagens, a participação dos familiares."

A professora explica que cerca de 80% das gestações são de baixo risco, sendo importante ter a Casa de Parto como alternativa de um modelo assistencial diferenciado e de qualidade. "A casa ainda não é regulamentada como Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) porque não se trata de um serviço de pronto atendimento, nem uma unidade de internação hospitalar ou ainda um serviço ambulatorial", argumenta Maria Luiza. "Para debater a questão, promovemos um workshop em março com a participação de especialistas da área que apresentaram propostas para a elaboração de um documento que está sendo produzido."

Nesse sentido, foi organizado o evento Missão Técnica São Paulo — 99, entre os dias 13, 14 e 15 de maio, na Faculdade de Saúde Pública da USP, com o objetivo de estruturar propostas para implantação de casas de parto em outras cidades brasileiras. No dia 14 foi a vez do professor Maresden Wagner, assessor e ex-chefe da Saúde da Mulher e da Criança da OMS, considerado o grande estimulador do parto normal e humanizado. Em sua palestra, o especialista procurou abordar temas como a progressiva hospitalização da assistência ao parto, a incorporação crescente da tecnologia e a elevação das taxas de cesariana que produziram um impacto negativo sobre as oportunidades de capacitação e atuação de enfermeiras obstétricas no parto.
Para o professor, a população precisa ser informada sobre a verdade da cesariana que aumenta em até oito vezes a possibilidade de morte materna e é responsável pelo desenvolvimento de infecções em até 20% das mulheres que se submeteram a essa cirurgia. "A Suécia é o país com a menor taxa de mortalidade infantil e materna do mundo, pois 90% dos partos acontecem sem a presença do médico", avisa. "O modelo de assistência mais moderna e eficiente que existe é a casa de parto, porque oferece maior segurança e menor custo."

De acordo com Ruth Osava, há apenas 40 anos a parteira saiu de cena da cidade de São Paulo. "Em 1956, 80% dos partos aconteciam nos próprios domicílios", conta. "Hoje, temos hospitais que realizam até mil partos por mês, ou seja, é um local que parece ter sido planejado para que os partos normais não ocorram. É preciso voltar a acompanhar o ritmo de um parto natural como fazemos aqui na Casa de Parto, oferecendo uma assistência mais digna e segura ao nascimento e parto das mulheres."
Segundo a diretora, as mulheres precisam saber que não existe uma data provável de parto, mas um período. "No Japão, 10% das mulheres dão à luz nas casas de parto e esse índice vem aumentando cada vez mais", ressalta. "Ao invés de saber quando a gestante terá o bebê, penso que a conversa no futuro será essa: Onde você vai dar a luz?"

Soluções comunitárias

A procura por tratamentos de saúde complementares à medicina tradicional é uma tendência crescente em todo o mundo. Em São Paulo, essa iniciativa é denominada Qualis — Qualidade Integral em Saúde. O projeto integra o Programa Saúde da Família (PSF) do Ministério da Saúde e reúne diversos profissionais na capital, além de equipes de saúde da família. Cada uma delas é formada por médico, auxiliar de enfermagem, enfermeira e agentes comunitários. No Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, bairro da zona leste, o Qualis entrou em execução há três anos. Já em Vila Nova Cachoeirinha e Sapopemba, o serviço existe desde fevereiro do ano passado e conta com 12 unidades de atendimento à família.

"Esses grupos de apoio são capazes de resolver 90% dos problemas de saúde da população atendida", afirma o médico David Capistrano da Costa Filho, coordenador do Qualis em Vila Nova Cachoeirinha e Sapopemba. "As famílias cadastradas recebem informações que vão desde como e onde fazer exames pré-natais ou atualizar a carteira de vacinação das crianças, até o encaminhamento de pacientes para cirurgias."

Segundo Capistrano, os agentes comunitários de saúde são escolhidos pela comunidade e treinados por técnicos do Ministério. O programa destina cinco ou seis agentes para cada grupo de mil a 1.250 famílias que as visita pelo menos uma vez por mês para detectar necessidade de tratamento ou internação. "Os agentes residem em sua área de atuação por pelo menos dois anos", ressalta. "A única exigência é que ele tenha um bom realicionamento e saiba ler e escrever para anotar os dados referentes à situação dos moradores."

É dada preferência também aos auxiliares de enfermagem que sejam moradores locais e tenham curso de nível superior. As inscrições são abertas em jornais de grande circulação da cidade e a seleção é feita por uma equipe de recursos humanos do programa. Os médicos de família também fazem cursos de capacitação para trabalhar no sistema. "Como nossas universidades formam apenas especialistas, ainda não temos no Brasil unidades para capacitar essas pessoas", explica.

A cidade de São Paulo conta com distribuição hospitalar muito desigual. Na região da avenida Paulista existem 14 leitos por mil habitantes, mas, no Parque São Lucas, não existe nem um. "Sapopemba foi escolhida para abrigar a Casa de Parto porque ali não há nenhum leito obstétrico", observa o coordenador. "Além disso, realizamos uma pesquisa na Partoral da Criança e constatamos que a gestante precisa percorrer de quatro a cinco maternidades para conseguir ser atendida."

Mas o trabalho não se esgota apenas como um programa de atenção básica para melhorar a qualidade de vida dos menos favorecidos. Uma média de 10% das pessoas necessitam de tratamento especializado, incluindo saúde física e mental como atendimento odontológico e psiquiátrico. De acordo com Capitrano, o índice de aprovação do sistema é de 98%. "Outros bairros também estão motivados pela iniciativa e querem implantar unidades do Qualis em suas localidades", reflete. "Esse é um projeto viável do ponto de vista financeiro, porque nosso custo mensal por pessoa é inferior a R$ 6,00. Gastamos, anualmente, menos de R$ 70,00 com cada paciente."

Publicado em 1999.
fonte: Jornal USP

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as mulheres ficam aterrorizadas


escrito por: Tricia em quinta-feira, outubro 19, 2006 às 4:39 PM.



"O que mais reclamo nas maternidades é a violência dos médicos com a gente. Não sabem se você tem passagem para o neném, mas é só ir chegando que vão logo te cortando. ’Abre as pernas’, você abre e vuum, dão um corte! Talvez o neném até nascesse naturalmente. A violência maior é esse corte que dão na gente. Esse períneo é uma tristeza! Às vezes dão anestesia, mas nem sempre. E você toma aquela picada; na hora não sente, mas depois tem os fios de nylon que secam e ficam duros com aquelas pontas todas... é horrível e se você não ficar untando, fica tudo seco e dói muito. É uma barbaridade!

A maioria das mulheres não gosta de ir para o hospital e tenta esperar até a ultima hora. Por isso é que muitas vezes o neném nasce em casa, na rua, até no táxi, e como tem esses casos de mulheres que não podem ter parto normal, é onde muito neném morre, porque elas ficam agüentando até o ultimo momento e quando chegam não dá mais tempo de fazer o parto normal porque não tem passagem. Então eles forçam a pessoa para dar passagem e é quando o neném morre e até a mãe pode morrer. Se você está esperando as contrações, vem um médico, enfia o dedo e dá um toque; vem outro, dá outro toque ainda e outro mais... as mulheres ficam aterrorizadas. Às vezes, eles vêm por curiosidade de aprender, como os acadêmicos. Se fosse só um médico, aquele que vai fazer o teu parto e ainda está te dando assistência, então seria mais certo. Mas vários médicos... você lá com as pernas abertas, e TUM, daqui a pouco já é outro, e TUM de novo, e depois outro ainda, enfia a luva, o dedo, TUM... e vai embora! Isso é uma violência danada!”


(Depoimento de Cristina, página 26, retirado do livro “Mulher, Parto e Psicodrama” de Vitória Pamplona.)

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Mais uma Casa de Parto é inagurada em PE


escrito por: Tricia em quinta-feira, setembro 21, 2006 às 8:50 AM.

"Com o objetivo de atender 80 gestantes por mês e incentivar a prática de parto normal, foi inaugurada em Paulista, Pernambuco, uma Casa de Parto.

O espaço conta com duas salas especiais e uma para cirurgias, local para recuperação pós-anestésica, área para curativos, berçário, farmácia, e alojamentos (quatro quartos com capacidade para três gestantes em cada um)."


Alguém ai me responde porque em outras cidades esse tipo de serviço é praticamente combatido como uma heresia? Será que é porque o povo não está preparado para isso? Ou porque os orgãos privados e públicos da sociedade não deixam acontecer por interesse financeiro?

Ora bolas... melhor tomar um café com bolacha cream crack...

Mais uma vez, tenho que tirar o chapéu pro Estado de Pernambuco. Que está dando uma lição nessa área. Pra quem quiser saber mais, clique aqui.

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Vergonha na Saúde


escrito por: Tricia em domingo, julho 02, 2006 às 6:13 PM.

VERGONHA NA SAÚDE (2/7/2006)




A cesárea é um procedimento cirúrgico desenvolvido para salvar a vida da mãe e/ou da criança, quando ocorrem complicações durante a gravidez ou do parto.

A cesárea não é isenta de riscos, estando associada, no Brasil e em outros países, a maior morbi-mortalidade materna e infantil, quando comparada ao parto vaginal. A escolha de qualquer intervenção médica, em termos éticos, deve basear-se no balanço entre riscos e benefícios. Na maioria dos continentes, no entanto, a cesárea tem sido abusiva, principalmente nos Estados Unidos, Canadá, Porto Rico e no Brasil. Eles ultrapassaram, a partir dos anos 80, o índice de 15% considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a taxa máxima aceitável de cesárea.

Se EUA, Canadá, Porto Rico e Brasil ultrapassam os índices recomendados pela OMS, a maioria dos países europeus, na mesma época, apresentou taxas entre 10% e 14%, com exceção da Holanda, onde o sistema de atenção ao parto privilegia o atendimento domiciliar e conta com a participação efetiva de parteiras. Ali, as taxas foram próximas a 7%. O grande número de cesarianas realizadas na América Latina aumenta o risco de mortes e complicações pós-parto para as mães e bebês. A conclusão é de um estudo que a OMS publicou na revista médica ´The Lancet´.

Segundo os dados coletados, as mortes pós-parto subiram em até 20% com o aumento do número de cesarianas. O estudo selecionou aleatoriamente 120 hospitais públicos e privados em oito países: Argentina, Brasil, Cuba, Equador, México, Nicarágua, Paraguai e Peru. Um terço dos 97 mil partos analisados durante o período do estudo foi realizado por cesariana. Segundo a análise, os hospitais com o maior número de partos realizados por meio de cesarianas eram os que apresentavam maiores taxas de doenças maternas, mortes e uso de antibióticos após a gravidez.

No trabalho feito pela OMS, foram observados 15 hospitais públicos e quatro privados no Brasil. Nesses hospitais, notou-se um volume de cesarianas próximo da média da região, de 33%. Os hospitais privados tiveram uma média maior do que os públicos. Ainda segundo o estudo, em países como México e Equador essa taxa foi muito maior. No México, por exemplo, nos hospitais privados observados, as cesarianas chegam a
80% dos partos realizados.

No Brasil como um todo, segundo números oficiais (os mais recentes são de 2004) a taxa de cesarianas está em 33,8% dos 2,5 milhões de partos realizados. No mesmo ano, em média, 79,7% dos partos na rede particular foram cesáreas. Segundo Heloísa Lessa, secretária-executiva da ONG Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento, nos grandes centros brasileiros há hospitais em que até 99% dos partos são cesariana.

Lessa acrescenta que as brasileiras urbanas correm sete vezes mais risco de morrerem no parto do que as que vivem no meio rural. Segundo ela, já há no país iniciativas como o Pacto Nacional Para Redução da Mortalidade Materna, patrocinada pelo Ministério da Saúde, que reduz o pagamento de cesáreas para hospitais. Se mais de 40% dos partos forem cesarianas, os hospitais deixam de ganhar adicionais. O ministério também promove o Programa de Humanização no parto e as perspectivas são de que os números venham a baixar.

Em toda a América Latina, dois milhões de crianças estão nascendo de cesáreas a cada ano, a um custo extra de US$ 350 (cerca de R$ 700) cada. O dinheiro que, segundo o estudo, poderia ser usado para melhorar outras áreas do tratamento das mães e dos bebês e pagar pesquisas necessárias. O motivo para um volume alto de cesarianas vai desde pressões sociais à percepção da segurança da cirurgia.



Os dados da OMS, no entanto, contradizem a idéia de que a cesariana, quando feita de forma desnecessária, é tão segura quanto o parto normal. Para o chefe da equipe que realizou o estudo, o médico José Villar, ´as maiores taxas de nascimento por cesariana não necessariamente indicam boa qualidade de serviços ou de tratamento´.

A produtora de eventos, Claudinária Almeida, espera a segunda filha. Ela torce que Sofia também venha ao mundo através de parto normal, ´que é mais saudável tanto para a mãe para como para a criança´. A primeira filha, Dandara, já tem 15 anos.



O movimento ´Partonosso´ elaborou 50 motivos para se evitar uma cesárea desnecessária. Entre os perigos, para o bebê, estão o risco de complicações e desconforto respiratório, com risco de morte 10 vezes maior, além de maior dificuldade no aleitamento. Para a mãe, o ´Partonosso´ prevê risco de ruptura uterina e a dificuldade de encontrar médico que faça partos normais após cesáreas, pois ficam dependentes de drogas utilizadas anteriormente.

Luciano Luque / Suzete Nocrato
luque@diariodonordeste.com.br

INGLATERRA (2/7/2006)
Psiquiatra infantil dá à luz aos 63 anos de idade

Em breve, a psiquiatra infantil Patrícia Rashbrook, de 63 anos, se tornará uma das britânicas mais velhas a dar à luz. No oitavo mês de gravidez, ela defende o seu direito de ser mãe nesta idade. Patricia tem dois filhos crescidos de um casamento anterior. Ela se casou de novo e passou por um tratamento de fertilidade.

Ao lado do marido, John Farrant, Patricia revelou que a gravidez não foi algo fácil: ´Um grande plano foi feito para garantir o bem-estar da criança no presente e no futuro, em termos materiais, sociais e de saúde. Estamos muito contentes de dar vida a um bebê que já é muito amado e nosso desejo agora é dar a ele a paz e a segurança de que precisa´.

O casal não disse por qual tratamento passou Patricia. A imprensa especula que ela pode ter sido auxiliada pelo especialista italiano em fertilidade Severino Antinori, que em 1994 ajudou um mulher de também 63 anos a engravidar com uma técnica que combinou doação de óvulos com tratamento hormonal. A maior parte das críticas contra a decisão da psiquiatra tem vindo de grupos conservadores, que se opõem às técnicas de reprodução assistida. ´É extremamente difícil para uma criança ter uma mãe que é tão velha quanto uma avó. Isso tem a ver com a sociedade consumista, que sempre quer absolutamente tudo e nunca pensa que uma criança não é um produto´, disse a co-fundadora do Grupo de Ética Reprodutiva, Josephine Quintavalle,

James Healy, da Autoridade Britânica de Fertilização Humana e Embriologia, disse que a lei não impõe limites para a idade da gravidez. ´A lei diz que se deve levar em conta o bem-estar da criança, incluindo as condições de saúde, idade e habilidade dos pais para proverem as necessidades do filho´. Neste caso, o parto cesáreo será inevitável, evitando complicações para a mãe e para o bebê.

Outra mãe idosa já deu à luz no Reino Unid: Liz Buttle, de Gales, que tinha 60 anos quando teve um menino, em 1997. No resto do mundo, a mulher mais velha a dar à luz é a romena Adriana Iliescu, que em 2005 teve uma filha em Bucareste aos 66 anos de idade.

DAR À LUZ (2/7/2006)
Método do parto na água vem desde a Antiguidade

Tem-se informações de que civilizações da Antiguidade utilizavam água durante o trabalho de parto. Algumas chegavam a dar à luz dentro da água. Como é o caso de civilizações amazônicas, tanto no Peru como no Brasil.

O russo Igor Tiarkovski começou a pesquisar no inicio da década de 60 os efeitos da água na saúde do ser humano e incluiu partos na água. Depois começou a trabalhar para a criação de uma super-raça, de seres que deveriam estar quase adaptados à vida aquática. O modelo de Tiarkovski acabou naufragando, mas sua contribuição motivou muita gente a experimentar o parto aquático.

Outra grande defensora do parto na água é Sheila Kitzinger, que escreveu mais de 20 livros sobre o momento do parto e nascimento. Com Janet Balaskas o parto ativo e depois o parto dentro da água foram abrindo espaço na obstetrícia britânica, desde 1987. Desde então, muitos outros centros hospitalares do Reino Unido passaram a ter banheira em suas instalações. Hoje em dia 96% dos hospitais da rede publica na Inglaterra possuem uma banheira em sala de parto.

FONTE: Diario do Nordeste

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Harmonia ao dar a luz


escrito por: Tricia em quarta-feira, junho 21, 2006 às 11:10 AM.

FONTE: ENSP FioCruz

O Ministério da Saúde está implementando o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, promovendo a formação de enfermeiras obstetras, autorizadas a fazer partos de baixo risco sem a presença de médico, e tem oferecido cursos a parteiras tradicionais nas regiões Norte e Nordeste e nas áreas quilombolas. É um início, mas ainda distante do chamado parto humanizado, comum em países desenvolvidos como Suécia, Holanda, Alemanha, França e Canadá. O Brasil seguiu o paradigma americano, que é o da medicalização do parto e do nascimento, com foco na tecnologia, em intervenções e procedimentos custosos, mais convenientes para a equipe médica do que para a parturiente e a criança.

Em sua vivência profissional, a especialista em Saúde da Mulher e pediatra Maria José de Araújo viu tanta agressividade nas salas de parto que decidiu não ter filhos. Ela fez essa revelação na 2ª Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, em dezembro, no Rio de Janeiro. A maioria dos relatos ouvidos nos quatro dias do evento, porém, eram bem diferentes das histórias que muitas mães têm para contar, e que deixam qualquer um apavorado apenas de ouvir a expressão “parto normal”. Porque, em vez de agressividade, medo e sensação de desamparo, os relatos de partos humanizados falavam de acolhimento, introspecção, harmonia consigo mesma e até de prazer ao dar à luz. Será possível?

O Brasil chegou a ser o campeão de cesarianas no fim dos anos 80, com o assustador índice de cesáreas ultrapassando 80% do total de partos. Diante desse quadro, alguns profissionais de saúde começaram a reagir. Em 1993, foi criada a Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa), que organizou a primeira conferência em 2000 e foi também responsável pela promoção desta segunda, cinco anos depois.

Algumas vitórias importantes já podem ser contabilizadas. O SUS adotou um limite para o pagamento de cesáreas, reduzindo drasticamente seu uso nos serviços públicos de saúde. Em 7 de abril de 2005 entrou em vigor a Lei 11.708, da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), dando às mulheres o direito a acompanhante de sua escolha antes, durante e após o parto. Alguns municípios criaram as Casas de Parto, fora do ambiente hospitalar.

AINDA EXCEÇÃO

Mas parto e nascimento humanizado ainda é a exceção. Daí a importância da conferência, que reuniu profissionais do Brasil e de fora para troca de experiências e elaboração de propostas que agilizem a mudança do paradigma e da cultura dominante quando o assunto é dar à luz.

Um dos maiores críticos da medicalização do parto é o perinatologista e epidemiologista perinatal americano Marsden Wagner, escolhido presidente de honra da conferência. Por 15 anos ele foi responsável pela saúde materno-infantil no escritório europeu da OMS. Em sua palestra na conferência defendeu o trabalho das parteiras e ressaltou a importância da difusão de boa informação sobre o assunto. Conhecedor do Brasil, afirmou que 1.500 mulheres morrem a cada ano no país por complicações relacionadas a gravidez e parto. E pelo menos 500 delas morrem por causa de cesarianas desnecessárias.

É claro que parto humanizado supõe a mãe saudável, com gravidez de baixo risco. Mas mesmo nos casos em que a cesariana é imprescindível ou que a mulher opta, esclarecidamente, pela cirurgia é possível tornar o procedimento mais humanizado. Com a presença, por exemplo, de uma doula — acompanhante treinada para dar apoio emocional e orientação à parturiente.

O MOMENTO CERTO


Marsden disse que, numa cesárea, se o médico aguarda até que a mãe entre em trabalho de parto diminuem os riscos de problemas para o bebê. Mas com freqüência não se espera esse momento: quem determina a hora é a agenda do médico. Ao jogar por terra vários argumentos geralmente usados a favor das cesarianas, Marsden também se queixou da falta de informação para a população sobre os riscos dessa e de outras intervenções no parto. “As brasileiras não são informadas sobre esses riscos, que não são apenas de morte, mas também de lesão de órgãos da mãe, de redução da possibilidade de ter outro filho, de problemas num próximo parto”, disse ele.

Para o perinatologista, usar parteiras é uma maneira de reduzir o número de cesáreas desnecessárias. Nos países em que a medicalização é mais radical — Brasil, Estados Unidos e Rússia —, as parteiras quase desapareceram, e a taxa de cesarianas é mais alta. No Brasil, com todo o controle do serviço público, a média geral de cirurgia chega ainda a 40%; nos hospitais privados, entre 80% e 90% dos partos são cesáreas.

As taxas de cesáreas em nosso país não têm amparo nem em evidências científicas nem no respeito à vontade das mães. “Não aceite que ninguém lhe diga que esse alto índice de cesáreas no Brasil é porque as mulheres querem”, alertou Marsden. “Há estudos mostrando que, quase sempre, essas cirurgias são feitas contra a vontade das mulheres”. De fato, pesquisa publicada por Potter e Berquó no British Journal of Medicine (2001) mostrou que a taxa de cesarianas não-desejadas pelas pacientes no Brasil chega a 31% nos hospitais públicos e a 72% nos privados.

“Os médicos substituíram as parteiras sob a alegação de que assim seria mais seguro”, disse. “A ciência provou que para os partos normais de baixo risco as parteiras são opção mais segura do que os médicos, porque são menos intervencionistas, e agora temos boa evidência científica de que é tão seguro, ou mais, dar à luz fora de hospitais”. (C.R.L.)

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Mãe sã, mente ativa


escrito por: Tricia em quarta-feira, junho 14, 2006 às 10:54 AM.

Desde o início da minha gravidez, hoje estou com 26 semanas, que corresponde mais ou menos ao sexto mês, tenho procurado ler bastante sobre o assunto, conversar com outras mães, ouvir suas histórias, e tenho notado que mesmo vivendo na era da informação, a comunicação é truncada, a maioria das pessoas não tem curiosidade, outras não têm acesso ao conhecimento, o que torna as mães completamente passivas na hora do parto.

E isso se aplica a tudo na vida, se não nos informamos propriamente sobre nossos direitos, não temos como ter voz, como ter força ativa na sociedade, simplesmente comemos o mesmo prato frio e sem sal jogado na mesa, sem contestar.

Antigamente, os partos costumavam acontecer nas próprias casas, com parteiras e várias gerações da família, bisavós, avós e mães, que se ajudavam mutuamente. Com a industrialização do parto, o nascimento que era considerado um evento social-familiar, passa a ser considerado um processo médico-hospitalar. Não quero com isso ignorar os avanços da medicina, dos procedimentos cirúrgicos e das quedas na mortandade entre mães e crianças, gostaria sim, é de compartilhar algumas informações e sugerir algum tipo de reflexão a respeito.

Dados da Organização Mundial de Saúde afirmam que somente 15% das mulheres necessitam de alguma intervenção na hora do parto, mas os números das maternidades do Rio de Janeiro mostram que as intervenções realizadas diariamente estão bem acima da média. O número de cesáreas feitas nas redes pública e privada é de 40%, e esse número fica obsceno quando consideramos somente a rede privada, vai para 80%.

Perdendo agora somente para o Chile, o Brasil sempre foi o campeão de cesáreas no mundo. Aqui, os partos ditos “normais”, estão cada vez mais sendo considerados anormais e incomuns.

Poderíamos dizer que entre os motivos mais recorrentes estão a dupla: tempo e dinheiro. Obstetras, principalmente os particulares, não costumam esperar as 12 horas de trabalho de parto. Se a mulher é internada muito cedo, eles acabam induzindo o parto, provocando o aumento da intensidade das contrações, e é como se o trem fosse arrancado dos trilhos, depois da primeira intervenção, várias outras se fazem necessárias, com o aumento da dor, vem a anestesia, que acaba interrompendo o processo natural e tudo termina numa rápida e prática cesárea de não mais que 30 minutos: corta, tira a criança e costura a mãe.

Mas existe um grande movimento, iniciado por mães, obstetras humanizados, enfermeiras-obstetras e doulas, que contestam essa prática. A idéia básica é que o obstetra só deve intervir se houver necessidade, fora isso, ele deve deixar o processo do parto transcorrer da forma mais natural possível. Por outro lado, existem todas as idéias do parto humanizado, que é menos traumático para o bebê e que gera seres humanos mais tranqüilos e saudáveis.


Depois de dar à luz numa cama inclinada, Valdilane amamenta sua filha

O obstetra francês Leboyer, que escreveu Nascer Sorrindo, fala da importância de um parto sem violência, com luz baixa, silêncio e amamentação precoce. Janet Balaskas, que escreveu Parto Ativo, nos conta que a primeira vez que um parto foi realizado em posição horizontal e numa maca hospitalar, foi para matar a curiosidade de um aristocrata europeu e para conforto da equipe médica. Bem, eu acho que nesta hora difícil de dor e introspecção, quem mais precisa de conforto é a mãe e não a equipe médica. Além do mais, a posição vertical na hora de parir conta com ajuda da gravidade e a posição de cócoras, tão comum entre as índias, proporciona 30% a mais de abertura para o bebê passar, o que diminui muito a intervenção chamada episiotomia, o corte que se faz (infelizmente também de rotina) na região do períneo.

Para a sorte das moradoras de Realengo, lá existe a Casa de Parto David Capistrano Filho, uma maternidade nos moldes humanizados, com tudo que uma parturiente tem direito, principalmente a liberdade de ir e vir durante o trabalho de parto, porque não dá para ficar deitada numa maca durante 12 horas seguidas sentindo dor. Lá, as mulheres podem caminhar, se alongar, tomar banhos quentes e escolher a melhor posição para parir, seja numa banheira, numa cadeira de cócoras ou até de quatro.

Também na Maternidade Alexander Fleming, em Marechal Hermes, um grupo de enfermeiras-obstetras atua pela humanização do parto. A repórter Gisele Netto e eu estivemos lá em 2003 para produzir uma série de reportagens para o site Beleza Pura, que continuam super atuais: Polêmica que é um parto e Parto humanista na prática.

Bem, são tantas coisas para dizer que este texto poderia não ter mais fim, mas deixo aqui alguns sites para ajudar na pesquisa das futuras mamães:

www.partohumanizado.com.br

www.amigasdoparto.com.br

www.casasdeparto.com.br


Sandra Delgado é fotógrafa e Editora de Fotografia do Portal Viva Favela


FONTE:Portal Viva Favela

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Médicos Cearenses analisam campanha do Governo Federal


escrito por: Tricia em segunda-feira, junho 12, 2006 às 10:56 AM.

FONTE:
Jornal Diário do Nordeste
18/06/2006
Caderno NACIONAL

OPINIÃO (18/6/2006)
Médicos cearenses analisam campanha do governo federal

A ginecologista e obstetra cearense Fátima Dias, membro do Conselho Regional de Medicina, defende o incentivo ao parto normal, desde que obedecidos os critérios básico para que a mãe e a criança saiam saudáveis dos procedimentos.

Ex-presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Fátima Dias alerta para que os profissionais de saúde tenham a preocupação de fazer o parto ´com razão e não com a emoção porque, às vezes, no afã de fazer um parto natural, o médico pode prejudicar o feto´.

Ela considera importante a estratégia do Ministério da Saúde de estudar uma fórmula de pagar aos hospitais mais pelo parto normal do que por uma cesariana. Na verdade, o valor pago hoje a mais vai para o hospital, enquanto que os profissionais de saúde recebem menos quando fazem parto cesáreo.

De acordo com a tabela do SUS, um parto normal custa ao Governo Federal R$ 317,39, sendo R$ 186,05 para o hospital e R$ 125,84 para o médico. No caso de cesárea o total é de R$ 443,68, sendo R$ 314,21 para o hospital e apenas R$ 121,99 para os profissionais de saúde (médico e anestesista).

Fátima esclarece, ainda, que hoje o parto cesáreo é menos complicado do que no passado. Ele diz que a tabela, realmente, têm que ser invertida porque um parto normal, na maioria das vezes, dá mais trabalho porque pode durar até 10 horas.

Para o coordenador de políticas públicas da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Prefeitura, médico sanitarista Alex Mont´Alverne, existe no Brasil a ´cultura da cesárea´. Isto acontece há tempos, desde quando morriam de parto muitas mulheres, principalmente nas localidades mais distantes e despreparadas em termos de equipamentos cirúrgicos. Ele lembra, também, das parteiras contratadas, mas que nunca tinham os meios ideais para fazer o parto.

Ele confessa que há ´um certo comodismo por parte do médico e da paciente. O médico prefere marcar a cirurgia e a gestante não quer sentir dor´, acrescentou.

Assim como Fátima Dias, Alex elogia a iniciativa do Governo Federal de reduzir o número de cesáreas no Brasil, que chega a ser de 79% na rede privada de saúde. Pesquisas apontam que o maior número de partos cesáreos são preferidos pela gestantes com melhor poder aquisitivo.


NA LUTA (18/6/2006)
Abramge engajada no movimento pró-parto normal

Mesmo considerando um ´absurdo´ os atuais números de cesáreas no sistema suplementar de saúde, Arlindo de Almeida, presidente da Asssociação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), diz que esse panorama só será mudado com educação médica.

´O que podemos fazer é promover palestras sobre os riscos das cesáreas. Fica difícil vetar o procedimento se o médico está indicando e justificando o ato´, afirma Almeida, que é médico peditra. Segundo ele, hoje as mães são ´seduzidas´ pelos médicos a optar pela cesariana mesmo quando o parto vaginal não implica riscos à mulher ou ao bebê.

Estudos usados pela ANS na elaboração do relatório apontam que a alta prevalência de bebês prematuros, que geram problemas respiratórios graves, pode estar relacionada, em grande parte, às cesarianas e às induções do trabalho de parto realizadas antes da completa maturidade fetal.

´É um absurdo que se lance uma suspeita sem comprovação. Pode ser também que o número de prematuros se deva a baixo pré-natal e má alimentação da mãe. É muito fácil saber por que nasceu um prematuro´, disse Almeida.

Em 2004, no Brasil, ocorreram 2.552.766 nascimentos, desses 87,90% (2.243.779) foram atendidos pelo SUS e 12,10% (308.987) no setor de saúde suplementar. Dentre os nascimentos ocorridos no setor de saúde suplementar, 79,70% ( 246.264) foram de parto cesáreo. Para o mesmo período, o SUS registrou uma taxa de 27,53% de partos cesáreos.

Entre os 863.951 partos cesáreos do Brasil, 28,51% foram realizados no setor de saúde suplementar.


MATERNA E NEONATAL (18/6/2006)
Pacto quer reduzir em 70% as mortes maternas até 2024

Nesta série de reportagens sobre ´Qualidade na Saúde´ não poderíamos esquecer que desde 2004 o Ministério da Saúde mantém o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal com meta de reduzir em 70%, até 2024, o índice de mortes de mães no período entre o pré e o pós-parto, e em 50% a taxa de óbitos de recém-nascidos, a fim de alcançar os índices considerados aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Até o final deste ano, a meta fixada é uma redução de 15% nos índices.

Fazem parte do pacto os governos federal, estados, municípios e a sociedade civil. Entre as medidas está a obrigatoriedade de que toda mulher em processo de abortamento, inseguro ou espontâneo, tenha direito a acolhimento e tratamento digno no SUS.



PÓS-PARTO NORMAL: a tranqüilidade e a segurança de enfermeiras, mãe e da criança


Segundo o Ministério, a taxa de óbitos de mães brasileiras é de 74,5 para cada 100 mil bebês nascidos vivos, enquanto a aceitável é de 20 para 100 mil. Já a taxa de morte de bebês está em torno 20 em cada mil, quando o índice da Organização Mundial de Saúde é de menos de dez por mil.

Segundo a OMS, cerca de 500 mil mulheres morrem anualmente no mundo durante a gravidez, o parto ou logo após o nascimento da criança. Dessas, cerca de 68 mil morrem em conseqüência de abortos feitos sem condições de segurança. Todos os anos, 3,3 milhões de bebês são natimortos, mais de 4 milhões morrem nos primeiros 28 dias de vida e outros 6,6 milhões não chegam ao quinto ano de vida.

Para diminuir esses números é preciso, como recomendam as Metas do Milênio, que mãe e criança tenham acesso aos serviços de saúde durante a gravidez, nascimento, período neonatal e infância.

ANTICESÁREA (18/6/2006)
SUS promete pagar mais pelo parto normal


A maioria das mães e dos médicos brasileiros prefere a cesárea ao parto natural no sistema privado, procedimento que chega a ser o triplo em relação ao SUS. Nada menos do que 79,7% das mulheres com convênio particular fazem cesárea. No SUS, a proporção fica em 27,5%. Para minimizar o problema, o Governo e anuncia que vai pagar aos hospitais mais por um parto normal do que por um cesáreo, ao contrário do que acontece atualmente.

Veladamente, médicos tentam relacionar a grande quantidade de cesáreas no Brasil ao valor pago pelo SUS a cada parto natural. Atualmente, o Sistema paga por um parto normal R$ 317,39 e R$ 443,68 por uma cesárea. Se esta for a razão, o problema deverá estar resolvido porque o Ministério da Saúde pretende inverter os números. A idéia é incentivar as mulheres e os profissionais de saúde a optarem pelo parto normal.

O próprio ministro da Saúde, Agenor Álvares, reconhece que para a mulher e para a criança, o mais interessante é que o parto seja normal´. A nova tabela está sendo estudada. Com isso, segundo o ministro, será possível diminuir o número até da mortalidade materna.

Considerado mais arriscado, a cesárea é o parto indicado pela maioria dos médicos por uma simples questão de comodismo. Ele marca o dia e a hora da cirurgia, não ficando sujeito a ser acordado de madrugada para atender sua paciente prestes a dar à luz. As mães, segundo pesquisa, preferem ´não sentir dor´.

A Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, pretende pactuar com as 1,5 mil operadoras de saúde uma redução de 15% na taxa de cesáreas num período de três anos. Estão engajados na campanha, além da ANS, a Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medicina, além de ONGs que atuam no setor.

O Ministério da Saúde trabalha com número globais de 2004, quando houve 2,5 milhões de nascimentos no Brasil. Desses, 87,9% foram atendidos pelo SUS, que apresentou uma taxa de 27,53% de cesáreas. Os demais nascimentos (12,1%) ocorreram no setor suplementar de saúde, com um índice de cesarianas de 79,7%.

O parto normal pode ser uma experiência enriquecedora para a mulher, se atendido de forma humanizada e sem intervenções desnecessárias.

Segundo a diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, Cristina Boaretto, as cesáreas aumentam riscos de morte, lesões acidentais, reações à anestesia, infecções e hemorragias das usuárias, além de prematuridade e desconforto respiratório dos bebês.

Pesquisas confirmam a o aumento de partos normais, daí a preocupação do Governo Federal. O número de cesáreas chega a 49% na Região Centro-Oeste, sendo as menores taxas registradas no Norte (25%) e Nordeste (20%).

Observa-se, ainda, que o parto cesáreo é mais freqüente na região urbana (41,8%) do que na região rural (20,1%) e mostra-se também fortemente associado ao grau de instrução da mulher, aumentando progressivamente com o número de anos de estudo. Existe, portanto, grande variabilidade das taxas de cesárea segundo as diversas unidades de análise: estados, municípios, bairros ou hospitais.

O modelo de assistência ao parto e nascimento no Brasil tem apresentado resultado muito aquém dos investimentos realizados pelo setor saúde, sendo as altas taxas de cesariana, mortalidade materna e perinatal as maiores evidências destes resultados desfavoráveis.

Estudos apontam que a alta prevalência de bebês prematuros parece estar relacionada, em grande parte, às cesarianas e às induções do trabalho de parto realizadas antes da completa maturidade fetal. Estes fatores têm sido apontados como umas das principais causas de morbi-mortalidade perinatal destacando-se, entre elas, a síndrome de angústia respiratória do recém-nascido.

Quando se analisa fetos de 37 a 38 semanas de gestação chega-se à conclusão de que eles possuem 120 vezes mais chances de apresentarem complicações quando comparados aos fetos com mais de 39 semanas. Em relação à mortalidade materna, estudos mostram que o risco é 2,8 vezes maior nas cesarianas eletivas sem emergência do que no parto vaginal.

Portanto, façamos uma reflexão para que novas ´vítimas´ não sejam ´usadas´ na indução do parto cesáreo. As crianças e a família brasileira agradecem.

Luciano Luque/Suzete Nocrato
Editora de Cidade

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Humanização da Saúde no Ceará


escrito por: Tricia em terça-feira, maio 30, 2006 às 10:34 AM.

HUMANIZAÇÃO DO PARTO
Gestante e médico viram parceiros

"Humanizar o parto é respeitar e criar condições para que todas as dimensões do ser humano sejam atendidas: espirituais, psicológicas, biológicas e sociais", define a parteira Marilia Largura, autora do livro "A Assistência ao Parto no Brasil". Apesar da resistência de alguns obstetras, essa abertura já é uma exigência da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Ceará, a humanização do parto começou com o trabalho do professor José Galba Araújo, primeiro diretor da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), na década de 1980. Com a finalização do Projeto Luz, em 2001, pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), o assunto ganhou dimensão no Estado. Entraram em cena as doulas, mulheres capacitadas para acompanhar as parturientes durante a gestação, e surgiram Organizações Não-Governamentais (ONGs) engajadas em incentivar a autonomia das mulheres nesse processo e reduzir os altos índices de cesáreas no Brasil, o equivalente a 41% dos partos.

Avanços tecnológicos na medicina resultaram em mudanças no processo de gestação da mulher. Medicamentos, em alguns casos desnecessários para o bem-estar de mãe e filho, são ministrados com freqüência. Além disso, o medo e a desinformação das mulheres acaba, na maioria dos casos, em especial na rede particular de saúde, alimentando as altas taxas de cesarianas no País.

Em Fortaleza, de acordo com o obstetra Silvio Carlos Rocha de Freitas, assessor da Área Técnica da Saúde da Mulher, a humanização do parto surge para dar à mãe a permissão de conduzir o próprio processo de gestação. Dessa forma, "ela passa a ser tratada com mais respeito, tendo voz ativa".

Após o trabalho do professor José Galba Araújo, também como diretor da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), e o desenvolvimento do Projeto Luz, durante cinco anos no Ceará, pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), alguns hospitais em Fortaleza começaram a apresentar mudanças. À exemplo do Hospital Geral César Cals (HGCC), Meac e Gonzaguinha de Messejana.

Na década de 1980, o professor Galba Araújo já defendia o parto natural. Seu trabalho era direcionado à melhoria da qualidade do parto domiciliar e a necessidade de identificação das gestantes de risco. Para isso, desenvolveu atividades com as parteiras, função hoje extinta nos hospitais.

Apesar da resistência de alguns médicos obstetras, cresce o número de adeptos a essa filosofia, segundo Silvio de Freitas. Profissionais interessados em compartilhar com as gestantes as principais decisões do parto. Nesse processo, a mulher opina sobre o uso da episiotomia de rotina, da anestesia ou, ainda, a melhor posição para o nascimento, colocando a saúde do bebê e a sua em primeiro lugar.

A estrutura de alguns hospitais, entretanto, ainda dificulta esse processo. Evitando, por exemplo, a presença de um acompanhante durante o trabalho de parto, garantida pela Lei 11.108/ 2005.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 14 estudos científicos brasileiros e internacionais, realizados em mais de cinco mil mulheres, indicam que as gestantes acompanhadas no parto e pós-parto ficam mais tranqüilas e seguras.

Esperando o primeiro filho, a nutricionista Mônica Weyne já decidiu quem acompanhará seu parto. "Eu gostaria de ter a minha mãe ao meu lado, mas como ela é muito emotiva, será o meu marido". Na 37ª semana de gravidez, Mônica está muito tranqüila: "Meu médico é a favor do parto natural. Isso contribui muito".

Entre as ações do Ministério da Saúde para a humanização do parto, está o incentivo à redução das cesáreas desnecessárias. Em comemoração ao Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, celebrados hoje, o Governo lança, na próxima terça-feira, uma campanha nacional de incentivo ao parto normal.

O Centro de Parto Natural de Fortaleza, vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), foi inaugurado em 2003 através de uma parceria com o Ministério da Saúde. O local ainda não realiza partos normais de baixo risco, mas funciona, no turno da manhã, para pré-natal e prevenção do câncer de colo do útero.

VANTAGEM
Ceará registra 34,4% de cesárias

As dores do parto normal levam milhares de mulheres a optarem pela cesariana. No Ceará, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), das 137 mil crianças nascidas em 2004, 34,4% foram de partos cesáreos.

De acordo com o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) do Ministério da Saúde, as cesáreas representaram, no mesmo ano, mais de 41% dos partos realizados no País. Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha o percentual máximo de 15%.

Na rede particular de saúde, o índice se agrava. Segundo pesquisa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2004 aconteceram 2,5 milhões de nascimentos e a taxa de cesarianas no segmento privado atingiu 79,9%, uma das maiores do mundo. No Sistema Único de Saúde (SUS), o percentual é de 27,53%.

Apesar da mãe não poder programar o momento e a duração do nascimento do filho em um parto normal, é beneficiada com uma série de vantagens. Entre elas, há menos chances do bebê ser retirado prematuro do útero, não há cicatriz aparente, a recuperação pós-parto é mais rápida e a possibilidade de dores abdominais por aderências é menor, assim como hemorragias e infecções.

A cesariana, explica o médico Ricardo Gadelha, coordenador da emergência obstétrica do Hospital Geral César Cals, só é indicada para pacientes com registro anterior de dois ou mais partos cesáreos, ou em situações de risco, como o deslocamento da placenta. "A anulação da dor na cesárea é uma ilusão. Nesse tipo de parto, o sangramento é maior, assim como os riscos de infecção. No pós-parto, a recuperação é mais lenta", explica o médico.

No César Cals, conforme Gadelha, a média de cesáreas é de 40%. Em 2005, 52% das mulheres internadas no hospital eram pacientes de alto risco. "Ainda assim, a taxa de cesáreas ficou em torno de 40%", ressalta.

Para Socorro Moreira, representante da Organização Não-Governamental (ONG) Parto Princípio, as mulheres só devem permitir a cesárea quando a mãe ou o bebê estiverem correndo risco de morte. Depois do nascimento do primeiro filho, Socorro aguardou cinco anos para engravidar novamente e tentar um parto normal.

No nascimento do segundo filho, Juliano, Socorro passou 30 horas em trabalho de parto, acompanhada por uma obstetra em casa. Ainda assim, a cesárea foi necessária pois a vida do bebê já estava em risco. "O segundo nascimento fechou as feridas do primeiro. Eu fiquei bem. Dei à luz ao Juliano da melhor maneira possível. Eu lutei", lembra.



ASSISTÊNCIA
Parteiras são amigas das gestantes na Meac

De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), realizada em 1996 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20% dos partos em áreas rurais e de difícil acesso aconteciam em casa com assistência de parteiras.

A Rede Nacional de Parteiras Tradicionais estima que ainda existam cerca de 60 mil mulheres em atividade. A maioria nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Na Meac, as parteiras das décadas de 60 e 80 retornaram ao hospital como “Amigas da Gestante”, em 2000, apenas acompanhando as futuras mamães durante o parto.

“A gente recebe a paciente e dá todo o apoio emocional, antes e na hora do parto. Às vezes , um carinho ajuda a relaxar”, conta Maria Gadelha.

Aos 78 anos, a ex-parteira guarda na bagagem a lembrança dos 42 anos de atividade. Há quem calcule mil partos em sua trajetória, mas Maria Gadelha acha exagero. Apesar de não saber o número, ela recorda com carinho todos os partos. Em especial, o nascimento de trigêmeos, em 1976, na Meac. “Tenho muita vontade de reencontrá-los”, conta.

Na última quinta-feira, Maria Gadelha recebeu uma homenagem da Secretaria Executiva Regional I. A sala do Conselho Regional de Saúde, inaugurada na ocasião, recebeu seu nome.

Reconhecendo o trabalho das parteiras, o Ministério da Saúde criou o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais, em 2000, com o objetivo de reduzir o adoecimento e a morte dos recém-nascidos e das mães durante a gestação, parto e no período logo depois do parto. Mas o Ceará não participa do programa.

Nos hospitais, os obstetras substituíram as parteiras. Entretanto, elas continuam a atuar fora desse ambiente. “Se for uma emergência, eu faço. Como no nascimento do meu bisneto. A criança ia nascer dentro do carro”, conta Maria José da Silva.

PROJETO LUZ
"Doulas" passam segurança à mãe na hora do parto

"No meu parto, a doula foi a interlocutora entre o médico e eu. Para ele, era só mais um procedimento. Mas a doula não, ela sabia realmente o significado daquele momento para mim. Ela estava preocupada com o meu bem-estar físico e emocional". O depoimento de Clícia Weyne, 30 anos, relembra a importância da doula durante o nascimento do primeiro filho, João.

Do grego "mulher que serve", a palavra "doula" ganhou força em Fortaleza após o desenvolvimento do Projeto Luz, uma parceria entre a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), finalizada em 2001. Na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, as doulas acompanham as parturientes há seis anos.

Contemplada com a troca de experiências entre Brasil e Japão, a enfermeira obstétrica Ineida Sales atua como doula desde 1998. Em oito anos, acompanhou o parto de 122 mulheres na rede particular. Nos hospitais públicos, Ineida estima uma média de dez nascimentos diariamente.

"O parto humanizado vem para difundir a importância da participação da mulher nas decisões durante a gestação. O papel da doula, nesse processo, é transmitir segurança para a mãe e favorecer o seu conforto, com massagens e diferentes posições", diz.

"A doula olha no olho da mãe. Observa as emoções da mente e não apenas avalia a parte técnica do parto. A nossa preocupação é com os medos e receios". Por isso, explica Ineida, o papel da doula começa ainda na gravidez, ajudando na preparação da família.

Em encontros com os pais do bebê, ela orienta sobre as posições do parto e esclarece os mitos, relacionados ao bem-estar de mãe e filho.

Entretanto, a presença desse profissional ainda é rejeitada por alguns obstetras. A médica da publicitária Tricia Lima, 26 anos, se recusou a conhecer Ineida. "No caso da Clícia, o parto aconteceu como ela queria, porque toda a equipe médica era adepta ao parto humanizado. Já na gravidez da Tricia, a médica não quis nem me conhecer", lembra.

No plano de parto feito por Tricia, com o auxílio da doula, a futura mamãe demonstrou suas vontades: queria um parto de cócoras, sem anestesia, totalmente natural, ao lado do marido e da doula. "Quando mostrei meu plano para a médica, ela riu da posição e questionou a presença da doula", conta.

Enquanto esperava a filha Thaís, hoje com um ano e meio, Tricia pesquisava muito e questionava a médica. "Ela era minha ginecologista desde os 11 anos. Pensar em mudar de médica era muito difícil, então passei a acreditar que ela mudaria de idéia". No final, Thaís nasceu de parto cesário. Segundo a médica, estava com sofrimento fetal.

TECNOLOGIAParto do Principio
Voluntárias usam a internet para articular demandas

Elas deixaram os corações de mulher, gestante e mãe falarem mais alto. Por uma maternidade ativa, criaram a Organização Não-Governamental (ONG) Parto do Princípio. Mais de 200 mulheres voluntárias, espalhadas em 16 estados brasileiros, se comunicam, articulam demandas e dividem ações pela internet ( www.partodoprincipio.com.br).

O objetivo, de acordo com a representante da ONG em Fortaleza, Socorro Moreira, é lutar pelos direitos das mulheres e incentivar a autonomia nas decisões relativas ao seu corpo e do seu filho durante a gestação e pós-parto. "A rede valoriza e estimula o parto normal. Mas o nosso papel não é conscientizar, é apontar caminhos para a mulher pesquisar e tomar uma decisão informada".

Além de cuidar dos dois filhos - Mário (6 anos) e Juliano (6 meses) -, Socorro é bancária e psicóloga, nas horas vagas, assim como as demais voluntárias da ONG, contribui para o site com novas informações.

Artigos, depoimentos de partos, esclarecimentos sobre mitos, orientações sobre o plano de parto, entre outras dicas e truques, auxiliam as futuras mamães a encararem a gestação, o parto e a amamentação "como processos naturais, carregados de significado e beleza", como descreve Renata Penna, mãe das gêmeas Ana Luz e Estrela.

Juntas, a rede defende a humanização do parto. O que, para a jornalista Socorro Acioli, significa o respeito à forma como a natureza preparou a chegada dos seres humanos ao mundo. "Sentir o corpo se preparando, as contrações, a dilaceração do corpo, é tudo tão perfeito que não pode ser desrespeitado".

Para receber a filha Beatriz, Socorro optou por um médico humanizado. "Tive um pré-natal muito seguro. Ele [o médico] me dizia que o melhor parto seria o que fosse melhor para o meu bebê". Beatriz nasceu de parto normal, como a mãe desejava, às 7h40min do dia 7 de maio de 2003.

AMBIENTE
Hospital César Cals investe em salas de parto decoradas

A humanização do parto, conforme o Manual do Parto Humanizado, resultado do Projeto Luz, realizado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), começa pelas instalações da maternidade. A sugestão é transformar esse espaço em uma ambiente agradável.

O Hospital Geral César Cals (HGCC) já apresenta algumas dessas mudanças. Além da separação da área obstétrica das demais dependências do hospital, as salas de parto são individuais e bem decoradas. “A Humanização está associada a uma série de fatores: ambiente, internação e conduta”, destaca Ricardo Gadelha, coordenador da emergência obstétrica.

Entretanto, apesar das ações de humanização desenvolvidas no hospital - incluindo o Método Mãe Canguru e a Casa da Gestante -, a superlotação dos leitos e das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e de Médio Risco prejudicam o atendimento. “Em alguns casos, a paciente tem o bebê e continua na mesa de parto por falta de leito”, conta Gadelha.

Os recém-nascidos também arcam com as conseqüências. Esta semana, as duas UTIs neonatais estavam superlotadas. No espaço reservado para 21 crianças, havia 30 internadas. “Recebemos grávidas de vários municípios cearenses, inclusive Sobral, o centro de uma macroregião”, ressalta.

Acomodar esse número extra, explica Gadelha, “não é só colocar um berçinho a mais, exige uma equipe maior, o que acaba sobrecarregando os profissionais”.

Apesar das mudanças na área de obstetrícia, as salas de parto ainda não possuem espaço suficiente para a liberação da entrada de um acompanhante durante o nascimento do bebê.

Para as mães que aguardam, internadas no hospital, a recuperação dos filhos prematuros ou com baixo peso, é a saudade da família o único motivo para tristeza. “Aqui sou muito bem assistida. Tenho contato diário com minha filha, mas sinto muita saudade de casa”, conta Eneide de Souza, 22 anos, mãe de Ana Amélia, nascida há mais de um mês.



FONTE: Jornal Diário do Nordeste

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Ministério da Saúde promove ações para humanização do parto e apoia parteiras


escrito por: Tricia em segunda-feira, maio 29, 2006 às 9:23 AM.



Entre as medidas, estão a presença de acompanhante para a mãe e iniciativas para estimular a redução no número de cesáreas
Gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ganharam o direito de escolher, entre amigos e parentes, alguém de sua confiança para estar presente na sala de parto e também no pós-parto. A medida faz parte de uma série de ações do Ministério da Saúde para melhorar a qualidade do atendimento às gestantes e humanizar os partos no país.

A portaria que regulamenta a Lei 11.108, de abril de 2005, foi assinada pelo ministro Saraiva Felipe durante a II Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, no Rio de Janeiro, em dezembro, e estabeleceu um prazo de seis meses para que os hospitais adaptem suas instalações e procedimentos à nova regra.

“A presença do acompanhante é um direito de todas as mulheres da sociedade. O Ministério da Saúde trabalhou para que essa conquista acontecesse, porque entende a importância da humanização do parto. A lei parece pequena, mas é grandiosa: além de ser uma vitória da sociedade, irá proporcionar melhores condições na assistência obstétrica", afirma a diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, Cristina Boaretto.

A presença de um acompanhante no período de parto e pós-parto é um dos fatores que contribuem para a humanização desse procedimento e que podem ajudar na redução do número de cesarianas. De acordo com 14 estudos científicos, nacionais e internacionais, realizados em mais de 5 mil mulheres, as gestantes que contaram com a presença de acompanhantes se sentiram mais seguras e confiantes durante o parto. Nessas circunstâncias, registrou-se também a redução da necessidade de medicações para alívio da dor, da duração do trabalho de parto e do número de cesáreas. Alguns estudos ainda sugerem a possibilidade dessa presença trazer outros efeitos a médio prazo, como a diminuição dos casos de depressão pós-parto.

“Durante o parto, o medo leva à tensão, que leva à dor, que leva a mais medo. A presença de uma pessoa de confiança da mulher transmite mais segurança durante o trabalho de parto”, garante Daphne Rattner, técnica especializada da área técnica da Saúde da Mulher, do Ministério da Saúde.

Caminhadas pelo corredor – A brasiliense Juliana Cristina atesta a experiência de ter tido um filho em ambiente com a presença de um acompanhante. Evelin nasceu no dia 21 de dezembro de 2005, no Hospital Materno-Infantil de Brasília, de parto normal. Juliana chegou à maternidade no dia 20, para uma consulta, mas, como o líquido amniótico (que envolve o bebê) havia diminuído de volume, foi logo internada. A avó fez companhia para Juliana, auxiliando-a a caminhar pelo corredor, para diminuir as dores que aumentavam a cada contração. Dona Josélia Maria da Conceição, de 60 anos, chorou quando viu a bisneta nascer. “Foi uma grande emoção”, lembra.

“O melhor foi que a presença da minha avó me fez sentir muito mais confiante e segura”, recorda Juliana. “Ela segurou minha mão o tempo todo, enquanto eu fazia força para minha filha nascer”, conta a moça, que já pensa em outra gravidez: “Gostaria que da próxima vez meu marido me acompanhasse. Acho que ele adoraria ver o nascimento do filho”.

Profissionais de saúde já constataram a relação entre a participação dos companheiros na assistência ao parto e a redução nos casos de violência familiar. Segundo esses especialistas, ao acompanhar o processo o homem começa a admirar e valorizar mais a companheira. Para especialistas, há um momento no pós-parto em que se estabelece o vínculo emocional entre mãe e filho e, se o pai participa, isso fortalece esse laço na família e desenvolve-se uma relação de respeito entre seus membros.

Daphne Rattner, especialista do Ministério da Saúde, explica que “nos partos cirúrgicos, em que raramente é permitido que o companheiro participe, perde-se a chance de viver essa experiência”.

Com os avanços da tecnologia, da medicina e dos diagnósticos nas últimas décadas, houve muitas mudanças na forma de atendimento aos partos. Medicamentos passaram a ser administrados mais freqüentemente e os protocolos ficaram cada vez mais rígidos quanto à permanência de pessoas que não são do corpo clínico durante o parto. Nessa situação, a mulher se sente sozinha, no meio de pessoas estranhas com as quais não tem qualquer intimidade. E em muitos hospitais as rotinas impõem aos bebês uma série de procedimentos antes que sejam levados, finalmente, à mãe.

Centros de parto normal – O Ministério da Saúde incentivou a partir de 2001 a abertura de 14 Centros de Parto Normal. O ambiente nesses locais procura proporcionar bem-estar às pacientes, com paredes coloridas e músicas relaxantes. Os quartos têm espaço suficiente para que a mulher se movimente à vontade, buscando posições que aliviem a dor e banheiros para que possa tomar banhos quentes e relaxantes – o que atenua a espera.

Os lanches podem ser servidos junto com as enfermeiras, obstetras e outros funcionários. Assim, as parturientes vão aos poucos ganhando intimidade com as pessoas que lhes ajudarão na hora do nascimento. Nesse momento, as mulheres podem optar por ter o parto na posição que lhes for mais confortável – até mesmo dentro d’água. O mais importante é que elas sempre têm por perto alguém de sua confiança, seja o companheiro, um familiar ou amigo.

Existem 14 Centros de Parto Normal. Sete funcionam fora de hospitais: em Itaiçaba (CE), Brasília (DF), Juiz de Fora (MG), Rio de Janeiro (RJ), duas unidades em Natal (RN) e São Paulo (SP). Outros sete desenvolvem suas atividades dentro de unidades hospitalares – em Pindoretama e Fortaleza (CE), Ceres (GO), Belo Horizonte (MG), dois em São Paulo capital e um em Itapecerica da Serra (SP).

Cesarianas demais

Nos últimos cinco anos, a taxa média de cesarianas nos hospitais que atendem pelos serviços públicos e privados ficou em torno de 40%, apesar de a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) ser de 15% O percentual corresponde à proporção média de casos em que o parto normal traria riscos para a mulher ou para o bebê, fazendo da cesariana uma intervenção necessária.

Os partos por cesariana podem influenciar a taxa de mortalidade entre mães e bebês. A cesárea é uma cirurgia, com todos os riscos de uma intervenção desse tipo e representa uma chance seis vezes maior de a mulher morrer do que com o parto é normal. A cesariana também aumenta a possibilidade de a parturiente contrair uma infecção ou sofrer uma hemorragia. Para os bebês, o risco de eles terem que ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) quadruplica. No caso dos nascidos de parto normal, esse índice é de 3% e pula para 12% entre os nascidos por cesariana.

Segundo médicos, o trabalho de parto exerce papel fundamental para o desenvolvimento dos pulmões das crianças. As contrações liberam substâncias que ajudam na maturação do pulmão do bebê e estimulam os movimentos de sucção, o que melhora qualidade da amamentação. Como, na maioria das vezes, a data das cesarianas é fixada levando em consideração apenas a conveniência do médico e da mãe, independentemente do início do trabalho de parto, muitas crianças nascem sem estar totalmente prontas, sem os pulmões plenamente capacitados.

Qualificação – O Ministério da Saúde está atento para o problema e atua em duas frentes. A primeira é a qualificação de profissionais para incentivar o parto normal. A Saúde promove cursos nas maternidades vinculadas ao SUS, para conscientizar esses profissionais para a necessidade de mudar práticas e humanizar partos. A Agência Nacional de Saúde (ANS), que regulamenta as operadoras de saúde, realiza encontros periódicos com médicos e gestores privados para informar sobre a necessidade de se diminuir o número de cesarianas. Em 2004, houve encontros dos técnicos do Ministério da Saúde com diretores, chefes de obstetrícia, de neonatologia e de enfermagem dos principais hospitais de referência de todos os estados, que atendem ao SUS.

Em 2005, o ministério promoveu (com o apoio das secretarias estaduais e municipais, organizações profissionais e organismos internacionais) os seminários de Qualificação na Atenção Obstetrícia e Neonatal Humanizados, com Base em Evidências Científicas. Reuniram-se maternidades de referência de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Paraíba, Pará, Paraná, Santa Catarina e Roraima. Os encontros se estenderão aos estados restantes neste ano. Ao todo, cerca 130 maternidades já tiveram seus funcionários qualificados. A previsão é capacitar profissionais de outras 300 instituições.

“A meta do Ministério da Saúde ao fim de 2006 é ter 420 equipes, para qualificar maternidades responsáveis por cerca de 70% dos nascimentos em hospitais públicos no Brasil”, prevê o coordenador do Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal do Ministério da Saúde, Adson França. Para ele, esses encontros servirão para mudar as práticas tradicionais de atendimento à gestante e ao bebê.

O parto normal também é estimulado em cursos para enfermeiras obstetras. Cerca de 1.500 profissionais já receberam qualificação. O ministério também tem investido na qualificação de doulas (mulheres que não são necessariamente parentes ou profissionais de saúde mas que trabalham como acompanhantes durante o parto). Foram treinadas 350 em 13 cursos.

O ministério também desenvolve, desde 2000, o programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais. A iniciativa pretende melhorar a atenção ao parto domiciliar e busca sensibilizar os gestores do SUS e profissionais de saúde para que reconheçam as parteiras como parceiras e desenvolvam ações para apoiar e qualificar o trabalho. Até outubro deste ano, o programa capacitou 904 parteiras tradicionais e 549 profissionais de saúde.

Outra frente de atuação é o incentivo à redução das cesarianas. O Ministério da Saúde instituiu, em 2000, o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), para assegurar acesso e qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto, pós-parto e neonatal.

O programa repassa incentivos financeiros a municípios e maternidades que ofereçam, em sua rede de serviços, atenção ao pré-natal, ao parto e a possíveis complicações obstétricas. O incentivo financeiro aumenta a cada ano. Em 2004, foram repassados R$ 24,8 milhões, o que representou um reajuste de 42% em relação ao ano de 2003. Ao todo, 4.951 cidades já aderiram ao programa, o que corresponde a 89% do total de municípios do país.

O Ministério da Saúde também trabalha na formulação do Pacto pela Redução da Cesárea Desnecessária, com previsão de lançamento até o final do primeiro semestre deste ano.

Fonte: Agência Sáude


Ministério da Saúde apóia parteiras
Programa do governo busca resgatar e valorizar esse trabalho e articular a atividade com o Sistema Único de Saúde

As parteiras são figuras muito importantes dentro da cultura popular brasileira. Ainda hoje essas mulheres têm papel essencial em muitas comunidades, principalmente em locais de difícil acesso e onde há carência de profissionais de saúde. O Ministério da Saúde reconhece o trabalho delas e criou o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais, em março de 2000, para melhorar a assistência ao parto domiciliar.

O Trabalhando com Parteiras Tradicionais busca sensibilizar secretarias estaduais e municipais de Saúde e profissionais da área para desenvolverem ações de resgate, apoio e qualificação dessas mulheres. O programa faz parte das estratégias do Ministério da Saúde para reduzir o adoecimento e a morte dos recém-nascidos e das mães durante a gestação, parto e no período logo depois do parto. O Programa estimula a troca entre os saberes tradicionais e o técnico-científico. Também contribui para a produção de novos conhecimentos e tecnologias no setor da saúde.

O Ministério da Saúde entende que, em um país como o Brasil, com enorme diversidade cultural, geográfica e sócio-econômica, é necessária a adoção de diferentes formas de atenção à gestação, ao parto e ao recém-nascido. Nesse contexto, chama a atenção o grande número de nascimentos fora dos serviços de saúde. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), realizada em 1996 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrava que cerca de 20% dos partos em áreas rurais e de difícil acesso aconteciam em casa e tinham a assistência de parteiras. Nas regiões ribeirinhas, áreas rurais, indígenas e quilombolas, o trabalho das parteiras muitas vezes é a única alternativa para as mulheres e os seus bebês. Deve-se mencionar que a maior parte das pessoas que se dedicam a essa atividade trabalha voluntariamente, movida por um sentimento de solidariedade.

Na esfera pública, é responsabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) promover a melhoria da assistência ao parto domiciliar. As secretarias estaduais e municipais de saúde devem realizar a articulação do trabalho das parteiras com os serviços de saúde locais, principalmente com as equipes de Saúde da Família. Entre as ações que devem ser realizadas estão: fazer o levantamento da situação do parto domiciliar em sua região, realizar o cadastramento e a capacitação dessas mulheres, além de adquirir e distribuir o kit da parteira (com materiais básicos para a realização do parto domiciliar).

Desde o início do Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais, em 2000, até 2005, já foram alcançados resultados como a capacitação de aproximadamente 1.170 mulheres e 570 profissionais de saúde. Também houve aumento no reconhecimento de situações de risco pelas parteiras, com encaminhamentos oportunos para os serviços do SUS. Treze estados participam do programa: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais.

Uma das estratégias desenvolvidas pelo Programa é a troca de saberes entre os profissionais de saúde e as parteiras para garantir condições seguras para o parto domiciliar. Segundo o Ministério da Saúde, as mulheres que auxiliam o parto enfrentam muita discriminação, preconceitos e proibições por parte dos profissionais de saúde. Entretanto, em geral, seu trabalho é reconhecido e respeitado em sua comunidade. “Gestores e profissionais precisam abandonar o preconceito. Muitos dos princípios atualmente preconizados para a humanização do parto e nascimento já se encontram presentes na prática da parteira tradicional”, afirma Isa Paula Abreu, técnica do Programa Saúde da Mulher do Ministério da Saúde.

Troca de saber – O Ministério da Saúde reforça que, embora muitas das parteiras apresentem baixo ou nenhum nível de escolaridade, elas revelam outras aptidões adquiridas com a prática, com a observação e com os ensinamentos transmitidos ao longo de gerações. Essas mulheres costumam se reunir e trocar experiências. As mais velhas procuram passar o que consideram importante às novatas.

Moradora de Jaboatão dos Guararapes (PE), Maria do Carmo dos Santos, conhecida como Dona Chica, de 53 anos, trabalha há 28 como parteira. “Com apenas um toque eu consigo saber se o bebê está em uma posição difícil para sair ou se o parto acontecerá tranqüilamente”, revela. Sua filha, Regiane Maria da Silva, de 37 anos, também resolveu seguir o caminho da mãe. “Eu sempre quis aprender como fazer o parto. Desde cedo eu via minha mãe trabalhando e ficava curiosa. Sentia muita vontade de ajudar as mulheres da minha região”, lembra Regiane.

Nas capacitações promovidas pelo Ministério da Saúde, as parteiras relatam como desenvolvem seu trabalho, falam sobre as dificuldades que enfrentam e trocam conhecimentos com os profissionais de saúde. Nessas ocasiões, são orientadas, por exemplo, a reconhecer as situações de risco na gestação e no parto, para realizarem encaminhamentos aos serviços de saúde. Além disso, recebem informações sobre como esterilizar a tesoura utilizada para cortar o cordão umbilical e sobre a importância de lavar as mãos e usar luvas. “Quando vejo que o bebê não quer sair, sei que não tenho mais como ajudar. Nessa hora, o melhor é procurar um atendimento médico”, conta Dona Chica, que também estimula as gestantes de sua comunidade a buscar o pré-natal.

Para Isa Paula Abreu, do Ministério da Saúde, as autoridades podem contribuir para proporcionar melhores condições para que as parteiras exerçam sua atividade. “O trabalho dessas mulheres não é fácil. Para atender à comunidade, elas viajam longas distâncias, em qualquer hora do dia ou da noite, a pé ou de barco. Também têm de atuar em condições de higiene precárias e em certos lugares onde nem mesmo há água ou energia elétrica”, afirma Isa Paula.

Livro fala das técnicas das parteiras

O Ministério da Saúde elaborou duas publicações em parceria com a ONG Grupo Curumim Gestação e Parto para apoiar a capacitação de parteiras e de profissionais de saúde. São elas: O “Livro da Parteira”, com um conteúdo rico em ilustrações explicativas para que o material possa ser compreendido por mulheres que, em sua maioria, não sabem ler; e o manual “Trabalhando com Parteiras Tradicionais”, voltado para os profissionais de saúde, com sugestão de técnicas apropriadas para a educação popular e orientações sobre como organizar oficinas de capacitação.

Outra ação importante que deve ser desenvolvida por secretarias estaduais e municipais de Saúde é a aquisição e distribuição de kits de trabalho. Esses kits devem conter materiais básicos para a realização do parto domiciliar como tesoura, gaze, álcool, luvas, sabão, escovinha de unha e lanterna com pilhas.

Fonte: Agência Saúde
http://guiadobebe.uol.com.br/novidades/ministerio_da_saude_apoia_parteiras.htm

Ministro lança Campanha Nacional de incentivo ao parto normal

Ministro lança Campanha Nacional de Incentivo ao Parto Normal

[30 Maio 10h12min 2006]

O ministro da Saúde, Agenor Álvares, lança a Campanha Nacional de Incentivo ao Parto Normal e Redução da Cesárea, às 11h30, no auditório Emílio Ribas, do ministério. Na mesma cerimônia, será apresentado o balanço do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, firmado em 2004. Também haverá o lançamento da Agenda da Mulher, cartilha destinada à população feminina brasileira com mais de 10 anos de idade, e da quinta edição do Prêmio Nacional Professor Galba de Araújo.

Para marcar o Dia Mundial de Luta pela Humanização do Parto, comemorado nesta terça, o Movimento pela Valorização das Parteiras Tradicionais abre a exposição fotográfica Mães da Pátria, no corredor de acesso ao plenário da Câmara dos Deputados. A mostra fica aberta até 14 de junho.

De acordo com dados de 2004 do ministério, 41,8% dos partos realizados no Brasil foram cirúrgicos. A campanha visa a conscientizar a gestante para os benefícios do parto normal com a distribuição de cerca de 90 mil cartazes e de 3 milhões de folhetos em todo o país. O público-alvo são mulheres grávidas e profissionais dos serviços de saúde públicos e privados que trabalham no setor de obstetrícia.

Campanha nacional quer diminuir em 5% as cesarianas
O Ministério da Saúde lança nesta terça uma campanha nacional para incentivar a realização de partos normais e reduzir as cesarianas desnecessárias

[30 Maio 11h57min 2006]

Uma campanha nacional para incentivar a realização de partos normais e reduzir as cesarianas desnecessárias será lançada nesta terça (30), em Brasília, pelo Ministério da Saúde. Dados de 2004 do Sistema de Nascidos Vivos (Sinasc) do ministério apontam que cerca de 42% dos partos realizados em todo o país foram cesarianas, ou seja, cirúrgicos. A proposta da campanha é diminuir em 5% o número de partos cirúrgicos em todo o país.

Em entrevista à TV NBR, da Radiobrás, a coordenadora da Campanha Nacional de Incentivo ao Parto Normal e Redução da Cesárea Desnecessária, Maria José Oliveira Araújo, disse que as pesquisas científicas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o parto normal como o ideal para a maioria das mulheres.

Segundo a coordenadora, o parto normal ajuda a mulher a se vincular mais rapidamente ao bebê e diminui os riscos de hemorragias, infecções, coágulos que podem se descolar e ir para órgãos importantes, como o pulmão e o coração. Para o bebê, também há benefícios. As crianças que nascem de parto normal correm menos risco de serem prematuras e terem problemas respiratórios.

Um dos argumentos mais utilizados para que as mulheres prefiram as cirurgias é a questão da dor. Maria José Oliveira Araújo explica que o Ministério da Saúde paga aos hospitais a anestesia do parto normal, que ajuda a reduzir o desconforto. Ela lembrou ainda que a presença de um acompanhante na hora do parto é um direito da mulher, regulamentado pela Lei 11.080, da senadora Ideli Salvatti.

A lei garante a presença de um acompanhante da escolha da mulher antes, durante e depois do parto, tanto nos hospitais públicos quanto nos privados. Os hospitais têm até julho deste ano para cumprirem a lei. "Além disso, está provado cientificamente que as mulheres que têm acompanhantes durante o trabalho de parto, uma pessoa que possa lhe ajudar a reduzir a dor, reduzem também o tempo do trabalho de parto", diz a coordenadora do ministério.

"Nós encontramos hospitais privados que têm 90% de cesáreas. Isso é um absurdo, não pode acontecer. É evidente que têm hospitais que recebem mulheres em estados mais graves, que nós consideramos de alto risco. Agora, não há razão de um hospital, público ou privado, ter um índice de cesárea de 81%."

A preferência pela cesariana também seria uma questão cultural no Brasil. Muitos profissionais estimulariam as mulheres a realizar o parto cirúrgico com promessas de que elas vão sentir menos dor e não terão alargamento vaginal. A possibilidade de fazer laqueadura de trompas na mesma cirurgia, prática proibida por lei, também motivaria a opção pela cesárea.

"É toda uma cultura, nós temos profissionais de saúde que acreditam que a cesárea é melhor, eles não têm tempo, por causa da quantidade de empregos, para ficar cuidando das mulheres, então é um ciclo, são vários fatores", destaca Maria José Oliveira Araújo.

Agência Brasil


FONTE: Noolhar.com.br

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