Estresse na gestação afeta cérebro do feto, diz estudo


escrito por: Débora, em terça-feira, janeiro 30, 2007 às 10:22 AM.


O estresse da mulher durante a gestação pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro do bebê, de acordo com pesquisa do Imperial College, em Londres.


Estudos anteriores em animais mostraram que se a mãe estiver estressada durante a gravidez, há mudanças no longo-prazo no desenvolvimento neurológico do filho, que expressa crescente ansiedade e menor capacidade para atenção.
Dados recolhidos por novos estudos independentes mostram efeitos semelhantes em seres humanos. Se a mulher está ansiosa ou estressada durante a gestação, seu filho terá uma probabilidade muito maior de desenvolver problemas emocionais, de comportamento ou de aprendizado.
Algumas pesquisas mostram que há um risco maior de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (ADHD, em inglês), ansiedade, e atraso no uso de linguagem em filhos de mulheres estressadas durante a gestação.
A ansiedade na gravidez parece ter maior impacto sobre o bebê do que a depressão pré-natal.
Mas o Imperial College destaca que essas conseqüências para a criança não estão ligadas a estresse, depressão ou ansiedade da mãe depois do parto.
Hormônio
As causas do impacto do estresse da mãe na gravidez sobre a criança não são totalmente compreendidas pelos pesquisadores, mas as evidências indicam que um dos fatores pode ser o aumento dos níveis do hormônio do estresse - cortisol.
Há uma forte associação entre estresse e os níveis de cortisol tanto no sangue da mãe quanto em seu líquido amniótico, que envolve o bebê.
Recentemente, foi encontrada uma ligação entre os níveis de cortisol em líquido amniótico e o índice de desenvolvimento mental da criança. Quanto maior a concentração de cortisol, mais baixo o índice.
Há uma hipótese de que a função evolutiva da programação do feto é preparar a criança para um ambiente específico, em que ela se encontrará ao nascer.
Características como estado de vigilância exaltada, maior reatividade ao medo, ou atenção que muda rapidamente de uma coisa para outra podem ter sido parte da adaptabilidade a um estressante ambiente pré-histórico, mas não são eficazes para a convivência em um ambiente como o da sociedade moderna.

Fonte: BBC Brasil

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O projeto Mãe Canguru, que atende crianças que nascem com baixo peso, ajuda a salvar vidas de bebês prematuros que nascem na Maternidade Hildete Falcão Baptista (MHFB). O projeto é uma das estratégias do Ministério da Saúde para dar suporte humanitário a gestantes e recém-nascidos de baixo peso. O Mãe Canguru conta com o apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).O projeto é desenvolvido por uma equipe interdisciplinar, que conta com neonatalogistas, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas, psicólogos, pediatras, ginecologistas, obstetras, infectologistas, enfermeiros, técnicos e auxiliares. São três etapas de desenvolvimento. A primeira é logo após o nascimento do bebê de baixo peso, quando ele precisa de internação em UTI neonatal.Na segunda etapa, quando a criança já está estabilizada, ela é acompanhada continuamente na enfermaria, em companhia com a mãe. Por fim, o recém-nascido passa a receber tratamento contínuo, feito por profissionais das diversas áreas que compõem o Mãe Canguru. Eles acompanham o crescimento e desenvolvimento da criança, avaliam o equilíbrio psico-afetivo, supervisionam exames oftalmológico, de fisioterapia, de audiometria e o esquema adequado de vacinação.Para o coordenador do projeto, Alex Santana, o fundamental para estabelecer a recuperação do bebê prematuro é o contato com a mãe durante o tempo em que ele permanecer na UTI neonatal. “O método canguru advoga a alta precoce, o aleitamento materno e a posição canguru promovendo calor, amor, estimulação e segurança. O seguimento ambulatorial monitora o crescimento e o desenvolvimento do bebê, dá continuidade à educação da mãe para o cuidado e as dificuldades que possam surgir”, afirma Alex.A maternidade dispõe atualmente de 12 leitos de enfermagem para atender a demanda da capital e do interior pelo “Mãe Canguru”. Na MHFB, é permitido o acesso das mães aos bebês, para que eles não percam o contato. Uma vez por semana é realizada uma reunião onde as mães recebem orientações sobre alimentação e amamentação e tiram dúvidas sobre o tratamento de seus filhos.

Fonte: TV Cidade

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Entre o parto e a vida normal


escrito por: Débora, em sábado, janeiro 27, 2007 às 1:09 PM.


26/01/2007 17h20
Você acabou de sair da sala de parto. Ainda nem conseguiu se recompor do momento mais sublime de toda a sua vida, o de ver nascer o rebento amado, desejado, esperado (melecado e inchado). E, como se não bastasse, de ver também surgir nos olhos do homem mais especial do mundo, o que você escolheu pra dividir tudo, inclusive ou principalmente aquele momento, um sentimento enorme, gigantesco, incontido como bem colocou um amigo que acaba de viver todas estas emoções. Duas pauladas que a gente só poderia mesmo aguentar sob efeito de anestesia. A sorte é que, pelo tamanho da agulha, a peridural adormece até o pai, por tabela.
Ainda meio perdida, aliás, a esta altura completamente, levam você pro quarto, a metros do que a poucas horas era parte de seu corpo e agora estão cuidando de fazer respirar e experimentar seus primeiros momentos secos. No meu caso, particularmente, os minutos até a lucidez absoluta talvez nem tivessem sido tão penosos, se a anestesia não houvesse me posto pra fazer a única coisa que eu sentia vontade àquela altura: tremer.Depois da experiência "Toyota" e muito olho comprido para a enfermeira, eis que chega a princesa. Rostinho redondo, toda plácida, num sossego que quase sufoca das ondas de amor que levanta dentro da gente. Aí vem a primeira amamentação, trêmula, com jeito, aliás, falta de jeito de projeto piloto, emocionante. E vem também a chata da enfermeira perguntar se você urinou e, quando finalmnete ouve a resposta afirmativa, emenda: e defecou? Poxa, aquilo é hora de ficar falando nessas coisas? É, o pior é que é, sim.
E é hora também de fazer coisa muito pior: "Vamos tomar um banho?", a danada da enfermeira convida. E você, enquanto tenta calcular todas as ossibilidades de fuga viáveis, diz sim. E pra levantar da cama! Uma das sensações mais estranhas que já vivi foi a de pisar no chão horas após meu primeiro parto. Parecia que estava tudo solto por dentro, sem caber, sem poder segurar-se. Achava que, no primeiro passo que desse, ia tropeçar no meu útero ou minha bexiga, vencidos pela gravidade. Tenho impressão de que não deve ser muito diferente de andar na lua.
Mas o que eu nem imaginava se revelou quando a enfermeira (sempre ela me aperreando) pediu que eu tirasse a bata do hospital. A cena que vi nos momentos seguintes deveria estar censurada para menores e, principalmente, para puérperas. A minha barriga, minha barriguinha, da qual cuidei tanto a vida inteira, virou uma...uma...uma coisa completamente diferente do que era antes, pra colocar a coisa do jeito mais ameno possível.
Depois daquilo que estava lá no espelho, tudo foi pinto: a enfermeira, a famigerada cinta, que vem dar uma forçinha no esforço de rearrumação interna. E aí, quando tudo parece estar perdido, vem da troca de fralda o bálsamo, a compensação, a certeza de que está tudo no lugar certo, na hora exata: você, seu marido, sua família e aquela bênçãozinha toda empacotada. E já de brinco, meu Deus! O juízo não responde mais a qualquer estímulo e só aí que você se dá conta de que tudo isso ainda é o primeiro dia. Na verdade, as primeiras horas. Mas aí, pelo menos aí, as enfermeiras dão uma mãozinha.
Uma vez em casa, no entanto, fica tudo por sua conta: o bebê e o não menos trabalhoso puerpério. Nesse período, tecnicamente compreendido entre os dozes meses que separam o parto da vida normal, as primeiras semanas são chatérrimas: o peito incha, dói, seca, dói de novo, depois racha, a cinta aperta, a barriga cai toda vez que você vai tomar banho, o marido e a mãe vivem a consolar as crises de choro eventuais, ninguém dorme direito dentro de casa.... mas a redentora pequerrucha acorda a cada instante e nem deixa você lembrar de tudo que, ao primeiro sinal de choro dela, vira apenas o resto.
As feridas cicatrizam, a barriga volta ao normal (pelo menos ao que pode-se considerar normal dali pra frente) os hormônios estabilizam, as unhinhas vão desdobrando, as fraldas vão sujando, o umbigo cai, os sonos vão rareando e tudo vai se ajeitando. Até o dia em que você, o pai e a criança acertam os ponteiros e a casa se ajusta todinha pra acomodar a família que acaba de crescer. Ou nascer.

Fonte: TV Jornal



Já li muitos relatos de parto, de chegada do bebê e das mudanças que tudo isso representa. Esse foi de um distanciamento mulher-gravidez, mãe-bebê que me impressionou. Não estou dizendo que essa mulher não desejava ou não amava esse bebê!! Isso não!!!!! Aliás isso fica muito claro no texto, ela deseja imensamente essa criança. Mas a falta de contato consigo mesma (quando diz que só mesmo "anestesiada para aguentar o tamanho do impacto) me impressiona. Ela passou pelo momento do parto no escuro, e nem se deu conta. É uma pena, de verdade, que muitas mulheres ainda pensem assim...

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Sinais para o Desmame


escrito por: Tricia em domingo, janeiro 14, 2007 às 5:31 PM.

Elsa Regina Justo Giugliani*

*Pediatra, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, Especialista em Aleitamento Materno pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners)

O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui definido como a cessação do aleitamento materno) não é primariamente determinado por fatores genéticos e instinto, sendo fortemente influenciado por fatores socioculturais. Hoje, ao contrário do que ocorreu por pelo menos dois milhões de anos, ao longo da evolução da espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação e, influenciada por múltiplos fatores, decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar. Muitas vezes, as preferências culturais (não amamentação, introdução precoce de outros alimentos na dieta da criança, amamentação de curta duração) entram em conflito com a expectativa da espécie. Algumas conseqüências dessa divergência já puderam ser observadas, como desnutrição e alta mortalidade infantis, sobretudo em áreas menos desenvolvidas. Porém, as conseqüências a longo prazo ainda não são totalmente conhecidas, já que transformações genéticas não ocorrem com a rapidez com que podem ocorrer mudanças de hábitos. Começam a ser mostradas evidências de que o não amamentar segundo as expectativas da espécie pode ter repercussões negativas ao longo da vida dos indivíduos. Assim, a não amamentação ou amamentação sub-ótima pode favorecer o aparecimento de doenças alérgicas, diversas doenças do sistema imunológico, alguns tipos de cânceres, obesidade, diabete e doenças cardiovasculares, além de interferir negativamente no desenvolvimento oro-facial. Provavelmente, com o aparecimento de novas pesquisas nessa área, outros males serão relacionados com os hábitos “modernos” de alimentação infantil, mas alguns aspectos dificilmente podem ser quantificados, especialmente os relacionados com a psique humana.

Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões para a saúde física e psíquica da mãe. Hoje, em muitas culturas “modernas”, a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo com a “convenção” da época e do local) freqüentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê. Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo, que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como sentar, andar, correr, falar. Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo pediatra, recomendava “Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional”. Essas palavras sábias podem ter pouco respaldo em sociedades individualistas, que tendem a acelerar o processo de independização do ser humano, substituindo o seio por métodos de auto-consolo como chupetas, paninhos, mantinhas, ursinhos, etc.

Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a espécie humana seria de 2,5 a sete anos. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Apesar dessa recomendação, muito poucas mulheres no Brasil amamentam por mais de dois anos. As razões para a não amamentação prolongada variam desde dificuldade em conciliar a amamentação com outras atividades, até crença de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto de vista psicológico. Uma parcela de mães, apesar de demonstrar desejo em continuar a amamentação, sente-se pressionada a desmamar por profissionais de saúde, seus maridos, parentes, vizinhos e amigos. Pois, para a manutenção do paradigma que sustenta a afirmação de que amamentação prolongada não é natural, foi necessário criar vários mitos tais como o de que uma criança jamais desmama por si própria, que a amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou necessidade materna e não da criança e que a criança que mama fica muito dependente. Algumas mães, de fato, desmamam para promover a independência da criança. No entanto, é importante lembrar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além disso, o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que dificulta o processo de independização.

O desmame pode ser agrupado em quatro categorias básicas: abrupto, planejado ou gradual, parcial e natural. Sob a ótica de que o desmame é um processo de desenvolvimento da criança, parece razoável afirmar que o ideal seria que ele ocorresse naturalmente, na medida em que a criança vai adquirindo competências para tal. No desmame natural a criança se auto-desmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e quatro anos e raramente antes de um ano. Costuma ser gradual, mas às vezes pode ser súbito, como por exemplo em uma nova gravidez da mãe (a criança pode estranhar o gosto do leite, que se altera, e o volume, que diminui). A mãe também participa ativamente no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade. O Quadro 1 apresenta os sinais indicativos de que criança pode estar pronta para iniciar o desmame:


Quadro 1. Sinais sugestivos de que a criança está madura para o desmame


• Idade maior que um ano

• Menos interesse nas mamadas

• Aceita variedade de outros alimentos

• É segura na sua relação com a mãe

• Aceita outras formas de consolo

• Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais

• Às vezes dorme sem mamar no peito

• Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar

• Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe ao invés de mamar

É importante que a mãe não confunda o auto-desmame natural com a chamada “greve de amamentação” do bebê. Esta ocorre principalmente em crianças menores de um ano, é de início súbito e inesperado, a criança parece insatisfeita e em geral é possível identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa condição usualmente não dura mais que 2-4 dias.

Algumas vantagens do desmame natural encontram-se no Quadro 2:


Quadro 2. Vantagens do desmame natural

• Transição tranqüila, menos estressante para a mãe e a criança

• Preenche as necessidades da criança até elas estarem maduras para o desmame

• Fortalece a relação mãe-filho

• Ajuda a mãe a ser menos ansiosa com relação aos estágios de desenvolvimento de seu filho

O desmame abrupto é desencorajado, pois se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e muitas vezes rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, bloqueio de ducto lactífero e mastite, além de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais.

Muitas vezes a mulher se depara com a situação de querer ou ter que desmamar antes de a criança estar pronta. Nesses casos, o profissional de saúde, em especial o pediatra, deve respeitar o desejo da mãe e ajudá-la nesse processo. O quadro 3 apresenta os fatores que facilitam o encorajamento do bebê para o desmame.


Quadro 3. Encorajando o bebê a desmamar: facilitadores

• Mãe segura de que quer (ou deve) desmamar

• Entendimento da mãe de que o processo pode ser lento e demandar energia, tanto maior quanto menos pronta estiver a criança

• Flexibilidade, pois o curso é imprevisível

• Paciência (dar tempo à criança) e compreensão

• Suporte e atenção adicionais à criança – mãe não deve se afastar neste período

• Ausência de outras mudanças ocorrendo: Ex.: controle dos esficteres

• Sempre que possível, desmame gradual, retirando uma mamada do dia a cada 1-2 semanas.

A técnica utilizada para fazer a criança desmamar varia de acordo com a idade da mesma. Se a criança for maior, o desmame pode ser planejado com ela. Pode-se propor uma data, oferecer uma recompensa e até mesmo uma festa. A mãe pode começar não oferecendo o seio, mas também não recusando. Pode também encurtar as mamadas e adiá-las. Mamadas podem ser suprimidas distraindo a criança com brincadeiras, chamando amiguinhos, entretendo a criança com algo que lhe prenda a atenção. A participação do pai no processo, sempre que possível, é importante. A mãe pode também evitar certas atitudes que estimulam a criança a mamar, por exemplo, não sentar na poltrona em que costuma amamentar.

Algumas vezes, o desmame forçado gera tanta ansiedade na mãe e no bebê, que é preferível adiar um pouco mais o processo, se possível. A mãe pode, também, optar por restringir as mamadas a certos horários e locais.

As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas e emocionais que o desmame pode desencadear, tais como: mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos tais como alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento.

Já se avançou muito na valorização do aleitamento materno nos últimos tempos. A recomendação da duração da amamentação passou de 10 meses na década de 30 para dois anos ou mais nos dias de hoje. Atualmente, fala-se em desmame natural como a forma ideal de desmame, sem especificar uma idade mínima ou máxima para que esse processo ocorra. Apesar desse avanço ainda estamos longe de encararmos o desmame como um marco do desenvolvimento da criança. Para chegarmos a este estágio, faz-se necessário entender e enfrentar as circunstâncias que, segundo Souza e Almeida, “ultrapassam a natureza e desafiam a cultura e a sociedade”.

FONTE: Sociedade Brasileira de Pediatria

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Estado promove ações de apoio ao aleitamento materno


escrito por: Débora, em terça-feira, janeiro 09, 2007 às 6:03 PM.


Joanice de Deus

Assessoria/Ses-MT


A Secretaria de Estado de Saúde (Ses) desenvolve durante o ano todo ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Entre as estratégias usadas e desenvolvidas em parceria com o Governo Federal e municípios de Mato Grosso está o trabalho de incentivo e orientação às mães feito pelos profissionais dos postos de saúde, policlínicas, programa de saúde da família (PSF) e agentes comunitários, além do treinamento das equipes de saúde, divulgação das vantagens da amamentação e da realização da Semana Mundial da Amamentação, que é comemorada anualmente no mês de agosto. “O trabalho é desenvolvido para orientar as gestantes e mães sobre seus direitos e as vantagens do aleitamento materno, promovendo a amamentação exclusiva até os seis meses e complementada até os dois anos de vida ou mais”, disse a gerente de Promoção e Prevenção das Ações de Assistência à Saúde (GEPPAS) da Ses, Maria da Penha Ferrer de Francesco Campos. De acordo com a pediatra da área técnica de Saúde da Criança da GEPPAS, Regina Coelho Pereira, a amamentação deve começar logo após o nascimento, preferencialmente na primeira hora de vida. “Quanto mais precocemente a criança pegar o peito mais se estimula a produção do leite que interfere, inclusive, na liberação da ocitocina, um hormônio que faz aumentar a contração uterina, fazendo o útero voltar mais rápido para o tamanho normal”. Até os seis primeiros meses de vida o bebê deve receber exclusivamente o leite materno. A partir daí, o leite materno deve ser complementado pelos alimentos da família até os dois anos ou mais. “O aleitamento materno é ideal para o bebê por ser um alimento completo que contribui para sua saúde e desenvolvimento e também pelo vínculo afetivo que gera entre a criança e a mãe”, disse. Regina Pereira enfatizou ainda que muitas mães precisam do apoio dos parentes mais próximos como marido, irmãos e avós, que não devem influenciar o uso de chás, chupetas e madeiras. “A alimentação rotineira de recém-nascidos com mamadeiras, reduz a vontade de o bebê mamar ao seio. Por outro lado, a mãe deve procurar se manter tranqüila e sem estresse, pois as preocupações com o trabalho, a insegurança sobre o ganho de peso do bebê e os mitos existentes podem ser motivos para se deixar de amamentar”. Maria da Penha lembrou também que o leite materno contém todos os nutrientes (proteínas, vitaminas e sais minerais), inclusive água, de que a criança precisa nos primeiros seis meses de vida, sendo facilmente absorvido e digerido pela criança. “Mesmo em uma cidade quente como Cuiabá não é preciso dar água para criança nos primeiros seis meses, mas somente a partir do momento que ela começa a comer papinhas”, disse. O leite materno também protege a criança contra infecções, principalmente, contra diarréia, otite e pneumonia, reduz as chances de ter alergias e outras doenças respiratórias, diminuindo, conseqüentemente, a taxa de mortalidade infantil e o número de internações no primeiro ano de vida. Ajuda, ainda, a mãe a voltar mais rápido para o peso que tinha antes de engravidar, a chance de adquirir câncer de ovário e de mama, além de ser mais prático e econômico e de aumentar o laço afetivo entre mãe e filho, fazendo o bebê sentir-se amado e seguro. A mulher só não deve amamentar quando for portadora do vírus HIV/Aids. Outra estratégia de incentivo, apoio e promoção ao aleitamento é a implantação dos Bancos de Leite Humano, que, em Cuiabá, funcionam no Pronto Socorro Municipal (PSMC), Hospital Universitário Júlio Müller e Hospital Geral (HGU). Há ainda a Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL), que protege a amamentação contra a propaganda indiscriminada de produtos que favorecem o desmame precoce, definindo regras para sua comercialização.

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Maternidade e Tecnologia: a era do medo


escrito por: Tricia em segunda-feira, janeiro 08, 2007 às 4:28 PM.

por: Tricia Cavalcante Lima Pacheco, colaboradora da ONG Amigas do Parto.

Janeiro de 2007.

A tecnologia médica está presente em todos os processos da reprodução humana: desde a concepção, caso se faça necessário através das técnicas de RA (reprodução assistida), que tem atingido resultados impressionantes, até o parto, cujo reflexo se mostra nos altos índices de cesáreas em todo o mundo.

Devido a influencia de fatores sócio-culturais, dentre outros, as mulheres nunca se sentiram tão inseguras em relação a maternidade quanto hoje. Há um negativismo disseminado dominando todos os âmbitos da vida pós-moderna. Um sentimento mórbido de saber das desgraças do outro e contar as suas próprias, como se ter uma vida saudável fosse monótono e sem graça. Estar doente, fazer exames, tomar vitaminas tornou-se símbolo de status e ocupação. Dessa forma, as pessoas utilizam todos os tipos de serviços que o seu plano de saúde oferece, apenas por diversão. Exames e mais exames, todos os meses, de todos os tipos imagináveis. Sempre em busca de algo, sempre medindo, e comparando aos parâmetros considerados normais. Caso haja alguma diferença entre o objeto em estudo e a regra, instala-se o temor de que alguma tragédia está para acontecer, consequentemente, torna-se minada a segurança da mulher em sua capacidade de gestar e parir naturalmente.

Não seria exagerado definir essa tendência como o “ócio do medo”. Quando não se tem nada mais importante para fazer, a mente se ocupa em vasculhar e buscar problemas para resolver. E a gestação, que sempre foi vista como algo misterioso, é um prato cheio para esse tipo de ocupação. No entanto, vários estudos (1) comprovam que examinar demais uma gestante resulta apenas no aumento das taxas de cirurgia cesareana.

O ciclo é vicioso: a transmissão do conhecimento do corpo feminino e seus ciclos e processos entre mãe e filha não mais acontece. Jovens crescem e se tornam mulheres que desconhecem o próprio corpo e mal sabem ouvir seu instinto. Corpo e mente são sintonizados como uma rádio fora da estação. Cheias de insegurança, se apegam aos profissionais, as maquinas e aos números. Do outro lado, a Medicina, que com o surgimento da obstetrícia tomou a responsabilidade sobre o nascimento que antes pertencia às mulheres e suas parteiras para si, perdeu totalmente a emoção, como já disse Wilson Oliveira Jr(2). A terapeuta corporal Therese Bertherat também fala sobre as conseqüências do uso da tecnologia no psiquismo feminino; “Agora os monstros são mais terríveis, sob um aspecto tão banal que ninguém desconfia da carga de angustia que eles podem provocar. Um exame, um aparelho, um profissional. Mas o exame, que supostamente deve dar segurança, na realidade causa pânico; o aparelho, feito para mostrar, só deixa entrever sinais cabalísticos; o técnico, grudado no aparelho, tem uma tela no lugar dos olhos, não tem ouvidos para escutar e só pensa em uma coisa: fazer a triagem dos embriões, considera-los dentro das categorias estatísticas, ou excluí-los, se forem grandes ou pequenos demais, em desacordo com a norma.“ (3) Resultado: iatrogenia do parto e nascimento.

A tecnologia tem servido principalmente ao propósito do domínio masculino sobre o poder da mulher em gerar a vida. Esse tipo de controle pode ser percebido sutilmente através dos exames, da observação em todos os aspectos, e finalmente do sentimento de incapacidade que domina cada vez mais mulheres em seus partos. Se refletirmos mais sobre esse ponto de vista, talvez chegaremos a conclusão que o obstetra Eliezer Berenstein descreve no seu livro “A Inteligência Hormonal da Mulher”; “desde as mais remotas épocas, a natureza – e especialmente a terra – tem sido vista como uma nutriente e benévola mãe, mas também como uma fêmea selvagem e incontrolável.”(4) E este caráter imprevisível é inaceitável em nossa sociedade pós-moderna. O medo da natureza como conseqüência do uso exagerado da tecnologia tem prejudicado bastante a capacidade de parir e gestar.

Apesar de muitas mulheres ignorarem até agora, em meio a tantos “olhos” observando o bebê ainda no ventre, há algo inerente a si mesma: o instinto feminino. Toda a máquina corporal pode estar funcionando bem, mas somente a mulher pode ter absoluta certeza de que as coisas vão bem. Ela está em total contato com o seu filho, ela o sente de várias maneiras. Mas a modernidade lhe oferece o poder da visão sobre o interior do seu útero, para satisfazer o desejo do profissional, e posteriormente dos pais, e ela passa a desconsiderar as outras formas de interação com o filho, em detrimento da tecnologia, deixando assim de experimentar uma interação muito mais completa e engrandecedora.

Absolutamente não somos contra o uso da tecnologia, mas sim contra o seu excesso. Não podemos negar que a tecnologia tem conseguido solucionar problemas cada vez mais cedo. Porém, nada que um bom pré-natal consiga prever.

Se agarrar somente a resultados de exames é enxergar por uma janela embaçada subestimando todo o trabalho que nosso corpo está tendo em se reproduzir, e toda a energia que a natureza investe nesse processo. A gestação de uma vida é algo tão maravilhoso e complexo que não se pode medir apenas em um ângulo. E cabe a nós mulheres tomarmos consciência do limite entre o conhecimento do nosso corpo e invasão de privacidade que as máquinas proporcionam.

Referências:
1. Posso ter um parto em casa? Seis mitos sobre parto e seus riscos, 1990. Artigo publicado no site da ONG Amigas do Parto. Tradução: Tricia Cavalcante L. Pacheco
Tradução e Revisão: Carla Beatriz Piuma Maise. URL: http://www.amigasdoparto.org.br/ce_parto_01_36.asp

2. A MEDICINA NÃO PODE PERDER A EMOÇÃO. Wilson Oliveira Jr.* Artigo publicado no site da ONG Amigas do Parto. URL: http://www.amigasdoparto.org.br/artigo_005_01.asp

3. Berthetar, Marie. Quando o Corpo Consente – São Paulo: Martins Fontes, 1997. pág. 18.

4. Berenstein, Eliezer. A inteligência hormonal da mulher. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

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Atendimento Personalizado


escrito por: Débora, em sábado, janeiro 06, 2007 às 10:04 PM.


Muitas mulheres estão optando por ter seu filho nas casas de parto, um ambiente menos tecnológico e mais aconchegante que o dos hospitais

Deborah Trevizan


Não é como nossas avós, que costumavam ter os filhos em casa, só com o auxílio de parteiras. Mas também está longe daquele aparato tecnológico encontrado nos hospitais. Nas casas de parto há sala, quarto, área de convivência e até jardim. Não há médicos e sim enfermeiras obstétricas. Concebidas para atender gestantes de baixo risco, todas elas atendem gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e acabam atraindo também mulheres que têm convênio médico particular que estão em busca de um atendimento mais personalizado e de um parto mais natural. "Elas procuram ainda a chance do acompanhante estar junto e o contato precoce com o bebê", completa a enfermeira Flora Maria Barbosa da Silva, que atua na profissão há dez anos e em casas de parto há cinco. No Brasil são sete casas em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Brasília, todas com atendimento 24 horas. Conheça um pouco mais sobre o funcionamento dessas casas.
● Quem pode ter filhos numa casa de parto?
Todas as mulheres que procuram as casas passam por uma triagem. As que têm doenças preexistentes como hipertensão,diabetes ,portadoras de HIV, as que tiveram partos por cesárea e as grávidas de gêmeos não são aceitas.Há também casos em que a mulher é aceita na triagem,mas durante o pré-natal apresenta alguma alteração na sua saúde ou na do bebê e, por isto, é encaminhada para o hospital.
● O que acontece se,de última hora, a mulher tiver de fazer uma cesárea?
Nas casas de parto não são feitas cesáreas. Em qualquer situação que fuja da normalidade e que se transforme em um parto de risco, é feita a transferência imediata para um hospital.Todas as casas devem contar com uma ambulância durante 24 horas, além da obrigatoriedade de equipamentos de monitoração e de emergência.
● O que acontece se o bebê tiver algum problema?
O atendimento de emergência é feito lá mesmo. São itens obrigatórios nesses locais equipamentos para reanimação do bebê e monitoramento dos batimentos cardíacos e do líquido amniótico durante o trabalho de parto, além de incubadora móvel para o caso de o bebê precisa ser transferido para um hospital.
● Quais profissionais trabalham em uma casa de parto?
A equipe é composta por enfermeira ou enfermeiro com especialidade obstétrica, um auxiliar de enfermagem, um auxiliar de serviços gerais e um motorista de ambulâncias. Não há médicos pediatras ou obstetras.
"Para a gestante de baixo risco esta forma de cuidado é suficiente e não há a necessidade de médicos", afirma o obstetra Jorge Khun, que trabalhou durante um ano em uma casa semelhante em Berlim.Mas não há consenso entre os médicos sobre a segurança do local. Uma resolução do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, inclusive, proíbe que os médicos trabalhem nas casas de parto "por não serem as mesmas dotadas de infraestrutura indispensável ao adequado atendimento à gestante, à parturiente e ao recém-nascido" .
Todas as casas de parto são gratuitas e ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). As grávidas passam por uma triagem e são aceitas as que têm uma gestação de baixo risco

● Que tipo de parto é realizado?
Um dos diferenciais de humanização nestas casas é a possibilidade de a mulher ter livre escolha da posição em que quer ter o filho. Não existem as tradicionais camas de parto como nos hospitais em que as mulheres ficam deitadas em posição ginecológica com os pés nos apoiadores. As posições mais usadas são a "semideitada" , a "de lado"e a de cócoras.A mulher tem à sua disposição chuveiros, banheiras, bolas para se exercitar durante o trabalho de parto e podem caminhar, inclusive nas áreas de convivência e externas.Pode ingerir alimentos e líquidos durante o trabalho de parto. Ela sai entre 12 e 24 horas após dar a luz.
● Elas são regulamentadas por lei?
Sim.Uma portaria do Ministério da Saúde regulamenta a criação dos Centros de Parto Natural, CPN's. Estes centros podem estar dentro ou fora dos hospitais.No caso das casas de parto, a localização é sempre fora e com a condução dos partos sendo feitas pelas enfermeiras. Todas são ligadas às unidades de saúde locais e algumas ficam próximas ou até anexas a hospitais.
● A mulher que opta em ter filho lá tem de fazer pré-natal convencional?
Sim.Toda mulher tem o direito e o dever de fazer o pré-natal desde o início da gestação,independente mente do tipo e do local para o parto escolhido.Ter feito um acompanhamento pré-natal é uma das exigências para que uma gestante seja aceita em uma casa, já que é uma forma de comprovar que a gestação está correndo bem e sem risco.

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Quando o sangue fica mais doce


escrito por: Tricia em sexta-feira, janeiro 05, 2007 às 10:56 AM.


Edição 158 - Jan/07


O bebê nasce rosado, gordinho, com mais de 4 quilos. Sinal de saúde de sobra? Em termos. O fato de o pequeno ser tão rechonchudo pode indicar que a mãe teve diabetes durante a gestação. E, tanto para a mãe quanto para o filho, o problema serve como um sinal de alerta: uma tendência de ambos terem diabetes tipo 2 no futuro (doença em que a pessoa não produz insulina suficientemente). Essa foi a principal conclusão de um estudo recém-divulgado no Congresso Europeu de Diabetes, que se realizou no final do ano, em Copenhague, Dinamarca. Durante mais de uma década, pesquisadores da MacGill University, em Montreal, Canadá, acompanharam mães que tiveram diabetes gestacional e sua prole - a maior parte nascida entre 1989 e 1991.

A pesquisa mostrou que essas mulheres apresentaram aumento nas taxas de açúcar no sangue ano a ano e os filhos tinham, na sua grande maioria, excesso de peso. "A gordura aumenta a resistência à insulina, dificulta sua ação", afirma o endocrinologista Airton Golbert, coordenador do Departamento de Diabetes Gestacional da Sociedade Brasileira de Diabetes. Mas a novidade não está apenas em comprovar suas chances de ter diabetes. A boa notícia é que a ciência também caminha para barrar o problema, e já existem estudos que mostram como isso é possível.

Doce, doce, doce

Mas, afinal, por que você deveria se preocupar em saber se seu sangue está doce demais durante a gravidez? Primeiro, porque cada vez mais mulheres estão sendo diagnosticadas com esse problema. E segundo - e mais importante -, se não for feito um controle rígido, o excesso de açúcar pode fazer mal ao bebê.

Atualmente, cerca de 7% das mulheres desenvolvem diabetes gestacional, e de 10% a 12% da população tem diabetes tipo 2. Só para ter uma idéia, na década de 60 esse índice, entre as futuras mães, não chegava a 1%. "Isso provavelmente está ligado ao aumento de peso da população em geral", diz a obstetra Marilza Vieira Cunha Rudge, professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu.

Na gestação, o organismo feminino precisa produzir maior quantidade de insulina no pâncreas - a substância facilita a entrada da glicose nas células. Só que algumas mulheres não conseguem fabricar essa carga extra, e o resultado é o aumento de açúcar no sangue.

E é com esse sangue superdoce que o bebê vai se nutrir. Com tanto açúcar assim, não fica difícil entender por que ele nasce mais gordinho. Já as bochechas rosadas são conseqüência do aumento na hemoglobina glicosilada da mãe (células que carregam a glicose). As chances de a criança nascer prematura também crescem: a mãe com diabetes passa menos oxigênio para o
feto. Rechonchudo desse jeito, o parto normal se torna mais difícil.

As conseqüências não param por aí. No berçário, o bebê precisa ganhar atenção especial: é comum ter hipoglicemia (queda nos níveis de açúcar) e problemas respiratórios.

Após o parto, os níveis de açúcar da mãe se normalizam. "Mas algumas mulheres continuam diabéticas. Isso acontece, provavelmente, porque elas já tinham o problema, só que não sabiam", explica Marilza Vieira Cunha Rudge. O único cuidado agora é fazer um acompanhamento do problema e, claro, não abusar demais das guloseimas.

Diabética, por quê?

Antecedentes familiares, ter tido outro bebê com mais de 4 quilos ou estar acima do peso estão entre os fatores de risco para desenvolver o diabetes gestacional. Além disso, os médicos consideram que mulheres com mais de 35 anos têm maior propensão à doença: acredita-se que a partir dessa idade podem acontecer alterações na placenta que levam ao problema.

Como fica o dia-a-dia?

O tratamento é essencial para não prejudicar o bebê. Isso aumenta as visitas ao médico: no início, a cada três semanas; depois da 28a semana, a cada duas semanas; e a partir da 36a, toda semana. Normalmente o controle do diabetes acontece por meio da alimentação. O que não significa apenas cortar Docinhos e barras de chocolate, mas também reduzir a porção de carboidratos, que se transformam em açúcar no sangue. Em geral, aumenta-se a quantidade de proteínas ingeridas e de refeições também - de seis a sete por dia - : quanto mais fracionadas, melhor. Praticar alguma atividade física também é bem-vindo. O excesso de glicose é usado como energia para a prática do exercício.

Preciso de insulina?

São poucos os casos, mas algumas mães necessitam de aplicação diária de insulina. E estas precisam fazer um controle rígidoda glicemia, cerca de duas a três vezes por dia. Existem medidores digitais, bem fáceis de usar e com a necessidade de uma única gota de sangue.
Grávidas podem usar antidiabéticos orais? O FDA (órgão americano que aprova o uso de medicamentos nos EUA) ainda não deu seu aval para o uso de antidiabéticos orais, remédios que auxiliam no controle da glicemia, para gestantes. Existem diversas drogas que estão em fase de testes para, em um futuro próximo, ser usadas por gestantes com segurança. "A grande vantagem é que evitariam ou retardariam a Necessidade do uso da insulina injetável,
porque muitas mulheres não aderem ao tratamento por causa das picadas diárias", diz o endocrinologista Luiz Alberto Andreotti Turatti, da Unidade de Diabetes do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Estudos indicam que de seis a oito anos após a gravidez, quando a mulher teve diabetes gestacional, 50% delas desenvolvem o diabetes. Existem medidas simples que podem evitar isso. Uma pesquisa chamada DPP (Diabetes Prevention Program), feita há cerca de oito anos nos Estados Unidos, avaliou as mudanças do estilo de vida nas pessoas. O grupo que conseguiu melhorar a alimentação e praticar uma atividade física com regularidade não desenvolveu
diabetes. "A questão é que mudar os hábitos é uma das principais dificuldades de qualquer um"', diz o médico Luiz Turatti.

A ciência estuda outras maneiras de prevenir o diabetes por meio de medicamentos. A mais recente novidade na área - que também significa uma boa-nova para quem teve diabetes gestacional - é o uso de um medicamento da linha das glitasonas, a rosiglitasona. O estudo (chamado Dream) que analisou os efeitos dessa droga foi apresentado no último Congresso Europeu de Diabetes. A pesquisa foi coordenada pelo Population Health Research Institute, da Michael G. DeGroote School, na Universidade McMaster, no Canadá, e Hamilton Health Sciences, em Hamilton, Ontário. Foram três anos de análises, com 5.269 pessoas, em 21 países, incluindo o Brasil. No final desse período, 60% dos pacientes que usaram a rosiglitasona não
desenvolveram a doença. "Outro estudo também analisou o efeito de um tipo de glitasona em mulheres que tiveram diabetes durante a gestação. O medicamento reduziu o risco de elas terem o problema no futuro", conta Luiz Turatti.


FONTE: Revista Crescer

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Mortalidade materna no Ceará ainda preocupa


escrito por: Tricia em às 10:31 AM.



As doenças hipertensivas gestacionais e hemorragias são as principais causas de mortalidade materna no Ceará, que em 2005 apresentou uma taxa de 83 mortes por cada 100 mil nascidos vivos, índice considerado elevado

Fátima Guimarães
da Redação

05/01/2007 01:33

Adolescente e mulher jovem (até 30 anos), baixa escolaridade, precárias condições sócio-econômicas. Esse é o perfil das mulheres que morrem em decorrência de complicações do parto no Ceará, segundo o boletim epidemiológico da Mortalidade Materna (MM), da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Em 2005, foram registrados 130 óbitos relacionados a problemas do parto no Estado e as doenças hipertensivas gestacionais (pré-eclampsia e eclampsia) respondem por cerca de 13% das mortes. A situação preocupa e especialistas observam que muitas vidas poderiam ser salvas com medidas preventivas adotadas durante a gestação.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) é considerada morte materna todo o óbito causado por problemas relacionados à gravidez, ao parto ou ocorrido 42 dias depois. Dirlene Mafalda, coordenadora da Saúde Sexual e Reprodutiva da Sesa (gestão Lúcio Alcântara), diz que os indicadores do Ceará, semelhantes ao do País, mantêm-se estáveis, mas é possível reduzir. De 2002 a 2005 praticamente não houve alteração: em torno de 80 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. Em 2002, a taxa foi de 85.9; 2003, 75.2; 2005, 86.9; e 2005, 83.0. Essas taxas superam o limite considerado aceitável pela OMS, até 20 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. Os dados de 2006 não foram concluídos, mas até 20 de dezembro último, já tinham sido registradas 84 mortes maternas em 36 municípios cearenses. No Brasil, a taxa da MM é de 52.6 mortes para cada 100 mil nascidos vivos, dados de 2003 do Ministério da Saúde (MS).

A ginecologista, que desde 1992 acompanha a vigilância epidemiológica da mortalidade materna, diz que houve avanços na assistência à saúde materna e que hoje nenhum óbito materno deixa de ser investigado no Estado. "A mortalidade materna é um desafio que persiste e temos de encontrar uma solução regionalizada, pactuada com os municípios, com a família, com a comunidade". Dirlene observa que a mulher precisa ter um pré-natal de qualidade e também uma boa assistência no parto e pós-parto. Para ela, é necessário que os serviços de saúde da região respondam no momento certo, estejam estruturados para atender a paciente com complicações.

No Ceará, cerca de 98% das gestantes fazem pré-natal, segundo a Sesa. Zenilda Bruno, diretora da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), ressalta que é importante que o acompanhamento seja de qualidade, ou seja, feito por profissionais capacitados para que os riscos sejam identificados, que a gestante tenha acesso aos exames de rotina. Para reduzir as mortes, ela lembra também que é necessário que sejam estruturadas unidades de saúde nas cidades de grande porte a fim de evitar o deslocamento das pacientes graves para Fortaleza. Esses serviços teriam de ser dotados de Unidade de Terapia Intensiva, profissionais preparados para lidar com a gestantes complicadas, banco de sangue e suporte de medicamentos. "Muitas vezes recebemos pacientes de cidades distantes com quadro grave de hemorragia e pouca coisa podemos fazer". A Meac é uma unidade de referência para gestante de risco, que representa 80% dos 500 partos realizados por mês na unidade.


SAIBA MAIS

Mortalidade materna é todo óbito causado por problemas relacionados à gravidez ou ao parto ou ocorrido até 42 dias depois.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável o índice de 20 mortes materna por cada 100 mil nascidos vivos. Entre 20 e 49 mortes, índice médio; 50 e 149 mortes, alto e acima de 150 mortes, muito alto.

Coeficiente de Mortalidade Materna (MM) é o resultado do número de mulheres que morrem por causa materna dividido pelo número de mães de crianças que nasceram vivas.

Mesmo uma gravidez normal pode complicar na hora do parto ou pós-parto.

Adolescente de primeiro filho é uma potencial gestante de risco, assim como gestante acima de 35 anos.

Qualquer gestante, independente da condição social, pode desenvolver hipertensão gestacional.

NO BRASIL
52.6 óbitos por cada 100 mil nascidos vivos, segundo dados de 2003 do Ministério da Saúde

NO CEARÁ
* Por cada 100 mil nascidos vivos
2005: 83.0
2004: 86.9
2003: 75.2
2002: 85.9

PERFIL DAS PACIENTES NO CEARÁ
- Adolescente e adulto jovem (até 30 anos)
- Precárias condições sócio-econômicas
- Baixa escolaridade

PRINCIPAIS CAUSAS
- Doença hipertensiva gestacional (pré-eclampsia e eclampsia). A eclampsia é a pressão alta com o quadro de convulsão.
- Infecções pós-parto
- Hemorragia


Fonte: Secretaria da Saúde do Estado; ginecologista Dirlene Mafalda; Regina Coeli Carvalho, coordenadora da UTI Materna da Meac

Fonte: Jornal O Povo

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O MECANISMO DO PARTO


escrito por: Tricia em quarta-feira, janeiro 03, 2007 às 3:50 PM.



Durante o parto normal, a mulher relaxa alguns músculos e contrai outros — principalmente os abdominais. Para a criança nascer sem problemas, ela precisa coordenar esses movimentos. Os exercícios que aumentam as forças dos músculos abdominais ou diminuem a resistência dos músculos da pélvis (região inferiorda barriga, por onde passa o bebê) reduzem o tempo e a dor do parto.
Em alguns casos, o parto normal não ocorre por falta de coordenação desses músculos. Uma criança só nasce em parto normal quando as forças orgânicas que a empurram para baixo são mais poderosas que as resistências que a sustentam.

FORÇAS QUE EMPURRAMO BEBÊ PARA BAIXO
1 Músculos abdominais
2 Contração do útero
3 Peso do bebê
No processo do parto, o corpo da mulher produz a substância ocitocina, que estimula as contrações do útero e a expulsão do bebê. Mais um artifício para o parto acontecer com perfeição

FORÇAS RESISTENTESAO NASCIMENTO
4 Colo do útero
5 Diafragma pélvico(são músculosque sustentamos órgãos, comobexiga, intestinose útero)
Quando a mulher força o nascimento antes do organismo eliminar a sua resistência natural, a criança corre o risco de nascer com problemas como machucados na cabeça, e até mesmo sofrer hemorragia cerebral.

OS EXERCÍCIOS
Por que são importantes:
Eles facilitam o trabalho de parto, conservam o corpo da mulher, evitam dores nas costas, culotes, flacidez e melhoram a circulação. Quando a grávida pratica exercícios tem maior facilidade para recuperar o peso depois do parto.
Quem tem restrições:
Os exercícios devem ser bem acompanhados em mulheres com anemia, sangramento, diabéticas, hipertensas ou que já tiveram parto prematuro em uma gravidez anterior.

VASOCAPILAR

Excelente para a circulação. A mulher fica deitada, com pernas e braços para cima, e sacode as mãos,os braços, os pés e as pernas. Com o exercício, a placenta (fonte de alimentação e oxigenação dofeto) dificilmente envelhece. É um bom exercício para hipertensas, para evitar inchaço, varizes e hemorróidas.

CONTRAÇÃO DA PÉLVIS

Essa atividade ajuda a posicionar o bebê corretamente. Com mãos e joelhos no chão, a gestante deve fazer o mesmo tipo de esforço que o exercício de cócoras.

CÓCORAS

Com ele, a mulher aprende a controlar o músculo da pélvis e obter o seu relaxamento na hora certa do parto. Nesta posição, a grávida deve contrair e relaxar a pélvis, como se estivesse segurando a urina. A atividade também permite que o feto deslize melhor no momento do nascimento.

Nota da Gi: esse é um dos exercícios que faço no RPG, combinado com a respiração e em várias posições: deitada, de pé, sentada, apoiada sobre a maca. Assim, posso descobrir qual posição é mais confortável para mim.

PONTE

Bom para evitar dor nas costas e no nervo ciático (no quadril), que costuma incomodar as gestantes. Evita parto prematuro.

Nota da Gi: essa posição é até que meio instintiva, quando a gente começa a sentir essas famosas dores nas costas. Alívio quase imediato!

SAPINHO

Bom para fortalecer os músculos abdominais e os da pélvis. Ajuda no controle das forças na hora do parto.

ALONGAMENTO

Para dor nas costas. Sentada, a mulher coloca as pernas abertas para a lateral e alonga para os lados e para a frente.

Nota da Gi: nada de sentir enferrujada se não alcançar os dedos dos pés depois que a barriga crescer!

OUTROS EXERCÍCIOS

Caminhada sem muito esforço físico, hidroginástica, natação e bicicleta (ergométrica)

ATIVIDADES CONTRA-INDICADAS

Esportes competitivos, como basquete, vôlei, futebol etc. Aeróbica de alto impacto. Durante a gravidez, devido às ações hormonais e à retenção de líquidos, as articulações ficam mais frágeis. Por isso, a grávida deve evitar exercícios de alto impacto.

FONTE: Hoapital Santa Lucia

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Parto Normal X Cesárea


escrito por: Tricia em às 3:39 PM.

Qual é a melhor opção?
31.05.2006 - Maria Yoshie Shiraishi

Colunista

Maria Yoshie Shiraishi
Médica, especializada em pediatria


Em se tratando de gestação sem riscos, a grávida tem a liberdade de escolher o parto que gostaria de fazer, sob orientação de seu médico. A participação do marido ou companheiro reforça a segurança na escolha que, muitas vezes, depende da cultura das gestantes.

Na Europa, há uma maior opção por parto normal e sem anestesia. Já no Brasil, o medo da dor e excesso de cesáreas preocupam as entidades de saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de cesarianas deve ficar em torno de 30% do total. Ou seja, partos normais são encorajados e bem-vindos. Em gestações complicadas, pesam-se os riscos maternos e do bebê e, nesse caso, a opinião técnica do médico é importante para decidir tanto o tipo de parto quanto a hora do mesmo.

Existem muitos outros tipos de parto, para os quais se exige o conhecimento dos envolvidos (familiares e profissionais de saúde), bem como preparo para uma eventual situação de emergência. Exemplos de outros tipos incomuns são: “na água” e “de cócoras”.

Características do parto normal: alta hospitalar mais rápida; expansão pulmonar do bebê mais natural e com menos risco de desconforto respiratório; trabalho de parto mais prolongado; anestesias para diminuir a dor próxima ao nascimento são permitidas; a natureza decide o momento do parto; o obstetra pode ajudar com episiotomia (corte ao lado da vagina) para alargar o canal do parto; às vezes é necessário o uso de fórcipe (pás que ajudam o bebê nascer); menor custo para a gestante e para as instituições; não é possível realizar se já tiver duas cesáreas anteriores; é possível ser realizado por parteiras treinadas e enfermeiras obstetrizes.

Características da cesariana: a mãe pode decidir o dia do nascimento; depende totalmente dos exames e do obstetra; faz-se no mesmo dia da internação; as dores típicas do trabalho de parto não são sentidas; corre-se o risco de prematuridade se não fizer pré-natal corretamente; é possível fazer laqueadura, por exemplo, no mesma cirurgia; só é feita por médicos treinados; tempo de internação maior; dores e riscos semelhantes a qualquer cirurgia abdominal; chances de aderências e fibroses; a descida do colostro (primeiro leite) pode demorar; é utilizado em emergências maternas ou do feto.

FONTE: UOL

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Direitos das Gestantes no trabalho


escrito por: Tricia em às 3:21 PM.

(Garantidos pelas leis trabalhistas – CLT)


• Sempre que a mulher for às consultas de pré-natal ou fizer algum exame
necessário ao acompanhamento de sua gravidez, solicite ao serviço de
saúde uma DECLARAÇÃO DE COMPARECIMENTO. Apresentando esta
declaração à sua chefia a gestante terá sua falta justificada no trabalho.

• A gestante tem o direito de mudar de função ou setor no seu trabalho,
caso o mesmo possa provocar problemas para a sua saúde ou a do bebê.
Para isso, apresente à gerência um atestado médico comprovando que a
gestante precisa mudar de função.

• Enquanto estiver grávida, e até cinco meses após o parto, a mulher tem
estabilidade no emprego e não pode ser demitida, a não ser por "justa
causa", isto é, nos casos previstos pela legislação trabalhista (se cometer
algum crime, como roubo ou homicídio, por exemplo).

• A mulher tem direito a uma licença-maternidade de 120 dias – recebendo
salário integral e benefícios legais – a partir do oitavo mês de gestação.

• Até o bebê completar seis meses, a mulher tem direito de ser dispensada
do seu trabalho todos os dias, por dois períodos de trinta minutos,
para amamentar.

• O companheiro da recém-mãe tem direito a uma licença-paternidade
de cinco dias, logo após o nascimento do bebê.

Fonte: USP

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QUEM  SOMOS
 



Tricia Cavalcante: Doula na Tradição, formada pela ONG Cais do Parto, mãe de três, e doula pós-parto.Moro em Fortaleza-CE.


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