Humanização melhora condições de saúde de mães


escrito por: Tricia em segunda-feira, dezembro 04, 2006 às 3:03 PM.



* AGÊNCIA SAÚDE

Longas filas de espera, angústia e nervosismo. Há poucos anos, essa era a realidade das mães e crianças que procuravam a emergência do Hospital Regional da Ceilândia (HRC), cidade-satélite localizada a 24 quilômetros de Brasília. A partir de 2003, esse quadro começou a sofrer uma mudança significativa. Foi implementada a Política Nacional de Humanização (PNH) do Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital, desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com estados, municípios e o Distrito Federal. A PNH tem como finalidade melhorar o atendimento nos hospitais e postos de saúde e fazer com que os pacientes se sintam realmente acolhidos.

Ceilândia tem cerca de 500 mil habitantes, o que corresponde a 25% da população do Distrito Federal. Aproximadamente 62.000 pacientes são atendidos todos os meses no Hospital Regional. Dessas pessoas, 30.000 procuram a emergência. Segundo o diretor do Hospital, Elidimar Bento, as mudanças no atendimento a gestantes e bebês começaram após a criação do bloco materno-infantil, em 1998. As demandas cresceram e as preocupações com a qualidade e a humanização no atendimento também. Por esse motivo, no HRC os cuidados se concentram na emergência e também estão presentes durante as internações e consultas.

Desde a implementação da política de humanização no HRC, os funcionários estão preparados para dar mais assistência aos pacientes. Estabeleceu-se como prioridade a redução de filas (com urgência para as pessoas com maior necessidade de atendimento) e do tempo de espera para exames, consultas e cirurgias e a garantia do direito do paciente e de seus familiares à informação sobre a saúde e sobre quem presta o atendimento. Todas essas diretrizes estão de acordo com a Política Nacional de Humanização.

Irani da Costa, de 36 anos, desempregada, deu à luz, por parto normal, a pequena Maria Clara. Após os primeiros exames detectou-se uma infecção no bebê. Por esse motivo, a recém-nascida e sua mãe permaneceram internadas no HRC durante 20 dias. “Eu não imaginava que a Maria Clara nasceria com algum problema”, recorda a mãe. Ela conta que, tão importante quanto a detecção desse problema e o tratamento eficaz, tranqüilizou-a o fato de os profissionais de saúde a manterem informada sobre o caso. “Eles estavam sempre disponíveis, muito próximos de mim e de minha filha. Tiravam todas as dúvidas e procuravam me manter o tempo inteiro a par de tudo”, conta. “Também era importante o fato de eu saber o nome das pessoas que estavam cuidando da gente. Aumentava a minha confiança. Fiquei muito satisfeita com a atenção que dispensam aqui aos pacientes”, diz Irani.

Um dos resultados da humanização no HRC é o atendimento de emergência individualizado às gestantes. “Antes, as mulheres chegavam em trabalho de parto e precisavam disputar os primeiros socorros com os outros pacientes, como doentes terminais e vítimas de acidentes graves”, explica o diretor. Em média, ocorrem 25 partos todos os dias no HRC. O atendimento não-individualizado trazia angústia e insegurança para as gestantes. A nova ala evita mais transtornos, já que é muito importante manter a calma durante o trabalho de parto.

No HRC As crianças também são atendidas separadamente. Elas precisam de atenção diferenciada pelo fato de serem mais vulneráveis às doenças e infecções. Existem no Hospital 58 leitos para internação de crianças de até 12 anos. Durante o tratamento, a mãe ou outro responsável tem o direito de permanecer junto ao paciente. A presença de um acompanhante com o paciente é uma das bases da Política Nacional de Humanização.

Brinquedoteca – Além das acomodações para os responsáveis, a ala infantil do HRC dispõe de uma área de estudo, uma brinquedoteca e uma biblioteca. “As crianças que permanecem internadas por períodos longos não param de estudar. Diariamente elas se dirigem à sala de estudo e recebem o acompanhamento de uma professora e de uma terapeuta ocupacional que nos foram cedidas pela Secretaria de Educação”, informa Bento.

FONTE:Jornal da Paraiba

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Tricia Cavalcante: Doula na Tradição, formada pela ONG Cais do Parto, mãe de três, e doula pós-parto.Moro em Fortaleza-CE.


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