Médicos Cearenses analisam campanha do Governo Federal
escrito por: Tricia em segunda-feira, junho 12, 2006 às 10:56 AM.
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FONTE:
Jornal Diário do Nordeste
18/06/2006
Caderno NACIONAL
OPINIÃO (18/6/2006)
Médicos cearenses analisam campanha do governo federal
A ginecologista e obstetra cearense Fátima Dias, membro do Conselho Regional de Medicina, defende o incentivo ao parto normal, desde que obedecidos os critérios básico para que a mãe e a criança saiam saudáveis dos procedimentos.
Ex-presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Fátima Dias alerta para que os profissionais de saúde tenham a preocupação de fazer o parto ´com razão e não com a emoção porque, às vezes, no afã de fazer um parto natural, o médico pode prejudicar o feto´.
Ela considera importante a estratégia do Ministério da Saúde de estudar uma fórmula de pagar aos hospitais mais pelo parto normal do que por uma cesariana. Na verdade, o valor pago hoje a mais vai para o hospital, enquanto que os profissionais de saúde recebem menos quando fazem parto cesáreo.
De acordo com a tabela do SUS, um parto normal custa ao Governo Federal R$ 317,39, sendo R$ 186,05 para o hospital e R$ 125,84 para o médico. No caso de cesárea o total é de R$ 443,68, sendo R$ 314,21 para o hospital e apenas R$ 121,99 para os profissionais de saúde (médico e anestesista).
Fátima esclarece, ainda, que hoje o parto cesáreo é menos complicado do que no passado. Ele diz que a tabela, realmente, têm que ser invertida porque um parto normal, na maioria das vezes, dá mais trabalho porque pode durar até 10 horas.
Para o coordenador de políticas públicas da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Prefeitura, médico sanitarista Alex Mont´Alverne, existe no Brasil a ´cultura da cesárea´. Isto acontece há tempos, desde quando morriam de parto muitas mulheres, principalmente nas localidades mais distantes e despreparadas em termos de equipamentos cirúrgicos. Ele lembra, também, das parteiras contratadas, mas que nunca tinham os meios ideais para fazer o parto.
Ele confessa que há ´um certo comodismo por parte do médico e da paciente. O médico prefere marcar a cirurgia e a gestante não quer sentir dor´, acrescentou.
Assim como Fátima Dias, Alex elogia a iniciativa do Governo Federal de reduzir o número de cesáreas no Brasil, que chega a ser de 79% na rede privada de saúde. Pesquisas apontam que o maior número de partos cesáreos são preferidos pela gestantes com melhor poder aquisitivo.
NA LUTA (18/6/2006)
Abramge engajada no movimento pró-parto normal
Mesmo considerando um ´absurdo´ os atuais números de cesáreas no sistema suplementar de saúde, Arlindo de Almeida, presidente da Asssociação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), diz que esse panorama só será mudado com educação médica.
´O que podemos fazer é promover palestras sobre os riscos das cesáreas. Fica difícil vetar o procedimento se o médico está indicando e justificando o ato´, afirma Almeida, que é médico peditra. Segundo ele, hoje as mães são ´seduzidas´ pelos médicos a optar pela cesariana mesmo quando o parto vaginal não implica riscos à mulher ou ao bebê.
Estudos usados pela ANS na elaboração do relatório apontam que a alta prevalência de bebês prematuros, que geram problemas respiratórios graves, pode estar relacionada, em grande parte, às cesarianas e às induções do trabalho de parto realizadas antes da completa maturidade fetal.
´É um absurdo que se lance uma suspeita sem comprovação. Pode ser também que o número de prematuros se deva a baixo pré-natal e má alimentação da mãe. É muito fácil saber por que nasceu um prematuro´, disse Almeida.
Em 2004, no Brasil, ocorreram 2.552.766 nascimentos, desses 87,90% (2.243.779) foram atendidos pelo SUS e 12,10% (308.987) no setor de saúde suplementar. Dentre os nascimentos ocorridos no setor de saúde suplementar, 79,70% ( 246.264) foram de parto cesáreo. Para o mesmo período, o SUS registrou uma taxa de 27,53% de partos cesáreos.
Entre os 863.951 partos cesáreos do Brasil, 28,51% foram realizados no setor de saúde suplementar.
MATERNA E NEONATAL (18/6/2006)
Pacto quer reduzir em 70% as mortes maternas até 2024
Nesta série de reportagens sobre ´Qualidade na Saúde´ não poderíamos esquecer que desde 2004 o Ministério da Saúde mantém o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal com meta de reduzir em 70%, até 2024, o índice de mortes de mães no período entre o pré e o pós-parto, e em 50% a taxa de óbitos de recém-nascidos, a fim de alcançar os índices considerados aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Até o final deste ano, a meta fixada é uma redução de 15% nos índices.
Fazem parte do pacto os governos federal, estados, municípios e a sociedade civil. Entre as medidas está a obrigatoriedade de que toda mulher em processo de abortamento, inseguro ou espontâneo, tenha direito a acolhimento e tratamento digno no SUS.
PÓS-PARTO NORMAL: a tranqüilidade e a segurança de enfermeiras, mãe e da criança
Segundo o Ministério, a taxa de óbitos de mães brasileiras é de 74,5 para cada 100 mil bebês nascidos vivos, enquanto a aceitável é de 20 para 100 mil. Já a taxa de morte de bebês está em torno 20 em cada mil, quando o índice da Organização Mundial de Saúde é de menos de dez por mil.
Segundo a OMS, cerca de 500 mil mulheres morrem anualmente no mundo durante a gravidez, o parto ou logo após o nascimento da criança. Dessas, cerca de 68 mil morrem em conseqüência de abortos feitos sem condições de segurança. Todos os anos, 3,3 milhões de bebês são natimortos, mais de 4 milhões morrem nos primeiros 28 dias de vida e outros 6,6 milhões não chegam ao quinto ano de vida.
Para diminuir esses números é preciso, como recomendam as Metas do Milênio, que mãe e criança tenham acesso aos serviços de saúde durante a gravidez, nascimento, período neonatal e infância.
ANTICESÁREA (18/6/2006)
SUS promete pagar mais pelo parto normal
A maioria das mães e dos médicos brasileiros prefere a cesárea ao parto natural no sistema privado, procedimento que chega a ser o triplo em relação ao SUS. Nada menos do que 79,7% das mulheres com convênio particular fazem cesárea. No SUS, a proporção fica em 27,5%. Para minimizar o problema, o Governo e anuncia que vai pagar aos hospitais mais por um parto normal do que por um cesáreo, ao contrário do que acontece atualmente.
Veladamente, médicos tentam relacionar a grande quantidade de cesáreas no Brasil ao valor pago pelo SUS a cada parto natural. Atualmente, o Sistema paga por um parto normal R$ 317,39 e R$ 443,68 por uma cesárea. Se esta for a razão, o problema deverá estar resolvido porque o Ministério da Saúde pretende inverter os números. A idéia é incentivar as mulheres e os profissionais de saúde a optarem pelo parto normal.
O próprio ministro da Saúde, Agenor Álvares, reconhece que para a mulher e para a criança, o mais interessante é que o parto seja normal´. A nova tabela está sendo estudada. Com isso, segundo o ministro, será possível diminuir o número até da mortalidade materna.
Considerado mais arriscado, a cesárea é o parto indicado pela maioria dos médicos por uma simples questão de comodismo. Ele marca o dia e a hora da cirurgia, não ficando sujeito a ser acordado de madrugada para atender sua paciente prestes a dar à luz. As mães, segundo pesquisa, preferem ´não sentir dor´.
A Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, pretende pactuar com as 1,5 mil operadoras de saúde uma redução de 15% na taxa de cesáreas num período de três anos. Estão engajados na campanha, além da ANS, a Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medicina, além de ONGs que atuam no setor.
O Ministério da Saúde trabalha com número globais de 2004, quando houve 2,5 milhões de nascimentos no Brasil. Desses, 87,9% foram atendidos pelo SUS, que apresentou uma taxa de 27,53% de cesáreas. Os demais nascimentos (12,1%) ocorreram no setor suplementar de saúde, com um índice de cesarianas de 79,7%.
O parto normal pode ser uma experiência enriquecedora para a mulher, se atendido de forma humanizada e sem intervenções desnecessárias.
Segundo a diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, Cristina Boaretto, as cesáreas aumentam riscos de morte, lesões acidentais, reações à anestesia, infecções e hemorragias das usuárias, além de prematuridade e desconforto respiratório dos bebês.
Pesquisas confirmam a o aumento de partos normais, daí a preocupação do Governo Federal. O número de cesáreas chega a 49% na Região Centro-Oeste, sendo as menores taxas registradas no Norte (25%) e Nordeste (20%).
Observa-se, ainda, que o parto cesáreo é mais freqüente na região urbana (41,8%) do que na região rural (20,1%) e mostra-se também fortemente associado ao grau de instrução da mulher, aumentando progressivamente com o número de anos de estudo. Existe, portanto, grande variabilidade das taxas de cesárea segundo as diversas unidades de análise: estados, municípios, bairros ou hospitais.
O modelo de assistência ao parto e nascimento no Brasil tem apresentado resultado muito aquém dos investimentos realizados pelo setor saúde, sendo as altas taxas de cesariana, mortalidade materna e perinatal as maiores evidências destes resultados desfavoráveis.
Estudos apontam que a alta prevalência de bebês prematuros parece estar relacionada, em grande parte, às cesarianas e às induções do trabalho de parto realizadas antes da completa maturidade fetal. Estes fatores têm sido apontados como umas das principais causas de morbi-mortalidade perinatal destacando-se, entre elas, a síndrome de angústia respiratória do recém-nascido.
Quando se analisa fetos de 37 a 38 semanas de gestação chega-se à conclusão de que eles possuem 120 vezes mais chances de apresentarem complicações quando comparados aos fetos com mais de 39 semanas. Em relação à mortalidade materna, estudos mostram que o risco é 2,8 vezes maior nas cesarianas eletivas sem emergência do que no parto vaginal.
Portanto, façamos uma reflexão para que novas ´vítimas´ não sejam ´usadas´ na indução do parto cesáreo. As crianças e a família brasileira agradecem.
Luciano Luque/Suzete Nocrato
Editora de Cidade
Jornal Diário do Nordeste
18/06/2006
Caderno NACIONAL
OPINIÃO (18/6/2006)
Médicos cearenses analisam campanha do governo federal
A ginecologista e obstetra cearense Fátima Dias, membro do Conselho Regional de Medicina, defende o incentivo ao parto normal, desde que obedecidos os critérios básico para que a mãe e a criança saiam saudáveis dos procedimentos.
Ex-presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Fátima Dias alerta para que os profissionais de saúde tenham a preocupação de fazer o parto ´com razão e não com a emoção porque, às vezes, no afã de fazer um parto natural, o médico pode prejudicar o feto´.
Ela considera importante a estratégia do Ministério da Saúde de estudar uma fórmula de pagar aos hospitais mais pelo parto normal do que por uma cesariana. Na verdade, o valor pago hoje a mais vai para o hospital, enquanto que os profissionais de saúde recebem menos quando fazem parto cesáreo.
De acordo com a tabela do SUS, um parto normal custa ao Governo Federal R$ 317,39, sendo R$ 186,05 para o hospital e R$ 125,84 para o médico. No caso de cesárea o total é de R$ 443,68, sendo R$ 314,21 para o hospital e apenas R$ 121,99 para os profissionais de saúde (médico e anestesista).
Fátima esclarece, ainda, que hoje o parto cesáreo é menos complicado do que no passado. Ele diz que a tabela, realmente, têm que ser invertida porque um parto normal, na maioria das vezes, dá mais trabalho porque pode durar até 10 horas.
Para o coordenador de políticas públicas da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Prefeitura, médico sanitarista Alex Mont´Alverne, existe no Brasil a ´cultura da cesárea´. Isto acontece há tempos, desde quando morriam de parto muitas mulheres, principalmente nas localidades mais distantes e despreparadas em termos de equipamentos cirúrgicos. Ele lembra, também, das parteiras contratadas, mas que nunca tinham os meios ideais para fazer o parto.
Ele confessa que há ´um certo comodismo por parte do médico e da paciente. O médico prefere marcar a cirurgia e a gestante não quer sentir dor´, acrescentou.
Assim como Fátima Dias, Alex elogia a iniciativa do Governo Federal de reduzir o número de cesáreas no Brasil, que chega a ser de 79% na rede privada de saúde. Pesquisas apontam que o maior número de partos cesáreos são preferidos pela gestantes com melhor poder aquisitivo.
NA LUTA (18/6/2006)
Abramge engajada no movimento pró-parto normal
Mesmo considerando um ´absurdo´ os atuais números de cesáreas no sistema suplementar de saúde, Arlindo de Almeida, presidente da Asssociação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), diz que esse panorama só será mudado com educação médica.
´O que podemos fazer é promover palestras sobre os riscos das cesáreas. Fica difícil vetar o procedimento se o médico está indicando e justificando o ato´, afirma Almeida, que é médico peditra. Segundo ele, hoje as mães são ´seduzidas´ pelos médicos a optar pela cesariana mesmo quando o parto vaginal não implica riscos à mulher ou ao bebê.
Estudos usados pela ANS na elaboração do relatório apontam que a alta prevalência de bebês prematuros, que geram problemas respiratórios graves, pode estar relacionada, em grande parte, às cesarianas e às induções do trabalho de parto realizadas antes da completa maturidade fetal.
´É um absurdo que se lance uma suspeita sem comprovação. Pode ser também que o número de prematuros se deva a baixo pré-natal e má alimentação da mãe. É muito fácil saber por que nasceu um prematuro´, disse Almeida.
Em 2004, no Brasil, ocorreram 2.552.766 nascimentos, desses 87,90% (2.243.779) foram atendidos pelo SUS e 12,10% (308.987) no setor de saúde suplementar. Dentre os nascimentos ocorridos no setor de saúde suplementar, 79,70% ( 246.264) foram de parto cesáreo. Para o mesmo período, o SUS registrou uma taxa de 27,53% de partos cesáreos.
Entre os 863.951 partos cesáreos do Brasil, 28,51% foram realizados no setor de saúde suplementar.
MATERNA E NEONATAL (18/6/2006)
Pacto quer reduzir em 70% as mortes maternas até 2024
Nesta série de reportagens sobre ´Qualidade na Saúde´ não poderíamos esquecer que desde 2004 o Ministério da Saúde mantém o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal com meta de reduzir em 70%, até 2024, o índice de mortes de mães no período entre o pré e o pós-parto, e em 50% a taxa de óbitos de recém-nascidos, a fim de alcançar os índices considerados aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Até o final deste ano, a meta fixada é uma redução de 15% nos índices.
Fazem parte do pacto os governos federal, estados, municípios e a sociedade civil. Entre as medidas está a obrigatoriedade de que toda mulher em processo de abortamento, inseguro ou espontâneo, tenha direito a acolhimento e tratamento digno no SUS.
PÓS-PARTO NORMAL: a tranqüilidade e a segurança de enfermeiras, mãe e da criança
Segundo o Ministério, a taxa de óbitos de mães brasileiras é de 74,5 para cada 100 mil bebês nascidos vivos, enquanto a aceitável é de 20 para 100 mil. Já a taxa de morte de bebês está em torno 20 em cada mil, quando o índice da Organização Mundial de Saúde é de menos de dez por mil.
Segundo a OMS, cerca de 500 mil mulheres morrem anualmente no mundo durante a gravidez, o parto ou logo após o nascimento da criança. Dessas, cerca de 68 mil morrem em conseqüência de abortos feitos sem condições de segurança. Todos os anos, 3,3 milhões de bebês são natimortos, mais de 4 milhões morrem nos primeiros 28 dias de vida e outros 6,6 milhões não chegam ao quinto ano de vida.
Para diminuir esses números é preciso, como recomendam as Metas do Milênio, que mãe e criança tenham acesso aos serviços de saúde durante a gravidez, nascimento, período neonatal e infância.
ANTICESÁREA (18/6/2006)
SUS promete pagar mais pelo parto normal
A maioria das mães e dos médicos brasileiros prefere a cesárea ao parto natural no sistema privado, procedimento que chega a ser o triplo em relação ao SUS. Nada menos do que 79,7% das mulheres com convênio particular fazem cesárea. No SUS, a proporção fica em 27,5%. Para minimizar o problema, o Governo e anuncia que vai pagar aos hospitais mais por um parto normal do que por um cesáreo, ao contrário do que acontece atualmente.
Veladamente, médicos tentam relacionar a grande quantidade de cesáreas no Brasil ao valor pago pelo SUS a cada parto natural. Atualmente, o Sistema paga por um parto normal R$ 317,39 e R$ 443,68 por uma cesárea. Se esta for a razão, o problema deverá estar resolvido porque o Ministério da Saúde pretende inverter os números. A idéia é incentivar as mulheres e os profissionais de saúde a optarem pelo parto normal.
O próprio ministro da Saúde, Agenor Álvares, reconhece que para a mulher e para a criança, o mais interessante é que o parto seja normal´. A nova tabela está sendo estudada. Com isso, segundo o ministro, será possível diminuir o número até da mortalidade materna.
Considerado mais arriscado, a cesárea é o parto indicado pela maioria dos médicos por uma simples questão de comodismo. Ele marca o dia e a hora da cirurgia, não ficando sujeito a ser acordado de madrugada para atender sua paciente prestes a dar à luz. As mães, segundo pesquisa, preferem ´não sentir dor´.
A Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, pretende pactuar com as 1,5 mil operadoras de saúde uma redução de 15% na taxa de cesáreas num período de três anos. Estão engajados na campanha, além da ANS, a Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medicina, além de ONGs que atuam no setor.
O Ministério da Saúde trabalha com número globais de 2004, quando houve 2,5 milhões de nascimentos no Brasil. Desses, 87,9% foram atendidos pelo SUS, que apresentou uma taxa de 27,53% de cesáreas. Os demais nascimentos (12,1%) ocorreram no setor suplementar de saúde, com um índice de cesarianas de 79,7%.
O parto normal pode ser uma experiência enriquecedora para a mulher, se atendido de forma humanizada e sem intervenções desnecessárias.
Segundo a diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, Cristina Boaretto, as cesáreas aumentam riscos de morte, lesões acidentais, reações à anestesia, infecções e hemorragias das usuárias, além de prematuridade e desconforto respiratório dos bebês.
Pesquisas confirmam a o aumento de partos normais, daí a preocupação do Governo Federal. O número de cesáreas chega a 49% na Região Centro-Oeste, sendo as menores taxas registradas no Norte (25%) e Nordeste (20%).
Observa-se, ainda, que o parto cesáreo é mais freqüente na região urbana (41,8%) do que na região rural (20,1%) e mostra-se também fortemente associado ao grau de instrução da mulher, aumentando progressivamente com o número de anos de estudo. Existe, portanto, grande variabilidade das taxas de cesárea segundo as diversas unidades de análise: estados, municípios, bairros ou hospitais.
O modelo de assistência ao parto e nascimento no Brasil tem apresentado resultado muito aquém dos investimentos realizados pelo setor saúde, sendo as altas taxas de cesariana, mortalidade materna e perinatal as maiores evidências destes resultados desfavoráveis.
Estudos apontam que a alta prevalência de bebês prematuros parece estar relacionada, em grande parte, às cesarianas e às induções do trabalho de parto realizadas antes da completa maturidade fetal. Estes fatores têm sido apontados como umas das principais causas de morbi-mortalidade perinatal destacando-se, entre elas, a síndrome de angústia respiratória do recém-nascido.
Quando se analisa fetos de 37 a 38 semanas de gestação chega-se à conclusão de que eles possuem 120 vezes mais chances de apresentarem complicações quando comparados aos fetos com mais de 39 semanas. Em relação à mortalidade materna, estudos mostram que o risco é 2,8 vezes maior nas cesarianas eletivas sem emergência do que no parto vaginal.
Portanto, façamos uma reflexão para que novas ´vítimas´ não sejam ´usadas´ na indução do parto cesáreo. As crianças e a família brasileira agradecem.
Luciano Luque/Suzete Nocrato
Editora de Cidade
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