Mãe dá à luz com ajuda de crianças
escrito por: Tricia em terça-feira, outubro 17, 2006 às 4:35 PM.
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Meninos de 11 e 13 anos não conseguem chamar o Samu e fazem parto improvisado de irmão em Aparecida de Goiânia
10/10/2006
por: Jonathan Jayme Da editoria de Cidades
Os irmãos Juliano Fernandes Cardoso, 11, e Luciano Fernandes Cardoso, 13, ajudavam nos afazeres do barracão de apenas três cômodos no Jardim Tiradentes, em Aparecida de Goiânia, quando a mãe, Sirlei Mariano Cardoso, 31, sentiu as contrações. A então gestante precisou da ajuda dos filhos para dar à luz ao pequeno Kaíke. Em uma demonstração de bravura, os meninos deixaram a infantilidade de lado e conduziram o nascimento do irmão na semana passada.
Eles dividiram as tarefas. O primogênito ficou de puxar a água da cisterna e esquentá-la em uma bacia para que a mãe pudesse tomar banho e seguir para a maternidade. Juliano ficou responsável de ir até um telefone público mais próximo e chamar uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O casebre sem luz, telefone e água tratada, não ajudava nas condições de emergência em que a genitora se encontrava. As outras filhas de Sirlei, Amanda, 10, e Adriely, 8, estavam na escola. O marido está preso na Casa de Prisão Porvisória (CPP) desde o dia 2 de setembro e também nada pôde fazer para ajudar.
Confiança – Sirlei decidiu confiar nas únicas pessoas que poderiam auxiliá-la: os filhos mais velhos. Juliano não teve sucesso na missão de chamar por socorro. "Quando liguei no 192 eles acharam que era trote e disseram que iam chamar a polícia para prender minha mãe e eu", conta. O menino, que tem fama ser o mais reclamão dentro de casa, respondeu que se algo acontecesse à mãe e ao irmão que estava prestes a nascer, quem denunciaria o caso às autoridades seria ele. Luciano cumpriu o papel designado pela gestante.
Mas já não dava mais tempo. Sirlei anunciou ao filho que a criança estava quase nascendo. O franzino Luciano segurou forte nas mãos da mãe e disse palavras de apoio. "Fiquei com muito medo, mas tinha que ajudar minha mãe", relata. Juliano voltou correndo pela rua de terra que passa na frente do barraco e anunciou que a ambulância não viria. Quando chegou, por volta de 11h30, Sirlei já murmurava as dores do parto. Ele também passou a incentivá-la.
Orientações – "Primeiro veio a bolsa e minha mãe pediu para eu puxar que o bebê viria logo atrás", diz Luciano. E assim o fez. A gestante ficou receosa de que o filho não desse conta de segurar o bebê e pediu para que Juliano chamasse uma vizinha, identificada apenas como "Nega". Quando a mulher chegou, Sirlei dava à luz ao pequeno Kaíke. Os filhos continuaram no apoio à mãe e desta vez foi a amiga que decidiu chamar por socorro. O medo de deixar o filho mais velho pegar o "caçula" se foi. Quando os paramédicos do Samu chegaram ao local para finalizar os procedimentos médicos, Luciano segurava o irmão que acabara de ajudar a nascer.
Fonte: Site DM
10/10/2006
por: Jonathan Jayme Da editoria de Cidades
Os irmãos Juliano Fernandes Cardoso, 11, e Luciano Fernandes Cardoso, 13, ajudavam nos afazeres do barracão de apenas três cômodos no Jardim Tiradentes, em Aparecida de Goiânia, quando a mãe, Sirlei Mariano Cardoso, 31, sentiu as contrações. A então gestante precisou da ajuda dos filhos para dar à luz ao pequeno Kaíke. Em uma demonstração de bravura, os meninos deixaram a infantilidade de lado e conduziram o nascimento do irmão na semana passada.
Eles dividiram as tarefas. O primogênito ficou de puxar a água da cisterna e esquentá-la em uma bacia para que a mãe pudesse tomar banho e seguir para a maternidade. Juliano ficou responsável de ir até um telefone público mais próximo e chamar uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O casebre sem luz, telefone e água tratada, não ajudava nas condições de emergência em que a genitora se encontrava. As outras filhas de Sirlei, Amanda, 10, e Adriely, 8, estavam na escola. O marido está preso na Casa de Prisão Porvisória (CPP) desde o dia 2 de setembro e também nada pôde fazer para ajudar.
Confiança – Sirlei decidiu confiar nas únicas pessoas que poderiam auxiliá-la: os filhos mais velhos. Juliano não teve sucesso na missão de chamar por socorro. "Quando liguei no 192 eles acharam que era trote e disseram que iam chamar a polícia para prender minha mãe e eu", conta. O menino, que tem fama ser o mais reclamão dentro de casa, respondeu que se algo acontecesse à mãe e ao irmão que estava prestes a nascer, quem denunciaria o caso às autoridades seria ele. Luciano cumpriu o papel designado pela gestante.
Mas já não dava mais tempo. Sirlei anunciou ao filho que a criança estava quase nascendo. O franzino Luciano segurou forte nas mãos da mãe e disse palavras de apoio. "Fiquei com muito medo, mas tinha que ajudar minha mãe", relata. Juliano voltou correndo pela rua de terra que passa na frente do barraco e anunciou que a ambulância não viria. Quando chegou, por volta de 11h30, Sirlei já murmurava as dores do parto. Ele também passou a incentivá-la.
Orientações – "Primeiro veio a bolsa e minha mãe pediu para eu puxar que o bebê viria logo atrás", diz Luciano. E assim o fez. A gestante ficou receosa de que o filho não desse conta de segurar o bebê e pediu para que Juliano chamasse uma vizinha, identificada apenas como "Nega". Quando a mulher chegou, Sirlei dava à luz ao pequeno Kaíke. Os filhos continuaram no apoio à mãe e desta vez foi a amiga que decidiu chamar por socorro. O medo de deixar o filho mais velho pegar o "caçula" se foi. Quando os paramédicos do Samu chegaram ao local para finalizar os procedimentos médicos, Luciano segurava o irmão que acabara de ajudar a nascer.
Fonte: Site DM
Marcadores: depoimento, midia, parto em casa, parto natural
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