Só o peito?!


escrito por: Débora, em segunda-feira, dezembro 18, 2006 às 11:58 AM.








Até os seis meses de vida dos bebês, a amamentação exclusiva (sem água, chás, complementos) é a recomendação consensual em todo o mundo. Só após os seis meses a dois anos ou mais, a amamentação pode ser complementada, ou seja, acompanhada de outros alimentos.A introdução precoce de líquidos ou outro leite traz riscos à saúde do bebê.Até a década passada, não tínhamos idéia de que o aleitamento materno como alimentação única dos lactentes ajudava a proteger o bebê contra infecções, defendendo o organismo infantil. Não é porque somos “radicais” ou “naturebas” que somos contra oferecer aos bebês outros alimentos, principalmente as fórmulas infantis (leites de vaca modificados em pó). Vários estudos nacionais e internacionais mostraram que a introdução dos aparentemente inocentes “chazinhos”, “aguinhas” ou “suquinhos” aumentam a chance dos lactentes de contraírem doenças infecciosas. Se um destes complementos for o leite em pó, esta proporção aumenta várias vezes.Hoje em dia, sabemos que o leite materno é mais que um alimento: é um líquido imunomodulador, uma “vacina”, uma substância viva. Contém anticorpos, interferóns, leucócitos (glóbulos brancos), uma flora saprófita (“bactérias do bem”) que protegem os bebês de doenças por bactérias, virus, protozoários e outros microorganismos. E este poderoso bloqueio é quebrado quando outras substâncias são ingeridas.Nos anos 70, determinados tipos de leite em pó eram identificados erroneamente como “leites maternizados”, ou seja, como substituto ao leite materno. Desde 1991, há um código internacional (da OMS) que regula o marketing dos produtos que concorrem com o aleitamento. E no Brasil, a partir de 1988 há uma Norma de Comercialização de Alimentos e Produtos (como mamadeiras, chupetas) para Crianças de Primeira Infância que impede a publicidade e a promoção comercial. As fórmulas em pó para bebês não são esterelizadas, ou seja, há bactérias nestes leites especiais, principalmente a “Enterobacter Sakasakii” que pode causar infecções e até a morte.A OMS, a FAO e a ANVISA por pressão de ONGs como a IBFAN, está estudando para que nos rótulos destes leites de vaca dirigidos às crianças pequenas haja uma advertência esclarecendo que cuidados devem ser redobrados na preparação, pois há bactérias que o processo de desidratação e acondicionamento do leite de vaca não conseguiu impedir.Conclusão: Profissionais de saúde, mães e pais devem pensar mais que duas vezes ao propor ou oferecer aos nossos frágeis filhotes quaisquer líquidos além do leite materno.Ainda somos mamíferos, porque temos esta capacidade incrível de secretar de nossos peitos, um produto que permite, junto com o nosso colo, uma gestação extra-uterina saudável.

Fonte: Site Aleitamento

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