Monitor de oxigênio não ajuda médicos a detectar riscos em partos
escrito por: Tricia em segunda-feira, novembro 27, 2006 às 9:24 AM.
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FONTE: The New York Times
15:12 23/11
Denise Grady
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Uma ferramenta que mede a quantidade de oxigênio no sangue do bebê durante o trabalho de parto não conseguiu satisfazer as expectativas dos médicos que tinham a esperança de que ela levaria a um número menor de partos cesárea e partos mais seguros, concluiu um novo estudo. No entanto, os resultados da pesquisa ainda assim ajudarão mulheres e bebês, desencorajando o uso de procedimentos invasivos que não fazem bem a nenhum dos dois, afirmaram os pesquisadores.
O aparelho, com um sensor que era inserido no útero até encontrar o rosto do bebê, é acoplado a uma série de tubos, fios e monitores que já constituem o que chamamos de “nascimento moderno”.
“É muito importante nós termos descoberto que essa é uma tecnologia que não parece fornecer nenhum benefício significativo para as mães e seus bebês”, afirmou o dr. Steven L. Bloom, autor do estudo e chefe do departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Médico da Universidade do Texas, em Dallas.
O estudo e um editorial sobre ele serão publicados na quinta-feira no periódico The New England Journal of Medicine.
“A boa notícia e que nós avaliamos criticamente e apropriadamente uma nova tecnologia, descobrimos que ela não traz nenhum benefício, e que de agora em diante não iremos mais utilizá-la”, afirmou o dr. Michael F. Greene, autor do editorial, em uma entrevista. Greene é diretor de Obstetrícia do Massachusetts General Hospital.
A ferramenta, um oxímetro de pulsação fetal, foi projetada para ser utilizado com o monitor de freqüência cardíaca, que é utilizada em 85% dos partos nos Estados Unidos. Apesar de seu uso rotineiro, o monitoramento cardíaco é controverso, pois os médicos o adotaram nos anos 1970 sem nenhum teste rigoroso e então continuaram utilizando-o mesmo após estudos descobrirem que isso levava a um número maior de cesáreas e não levava a um número maior de bebês saudáveis. Os monitores cardíacos podem criar alarmes falsos que levam a partos cesariana.
Os pesquisadores esperavam que o oxímetro de pulsação fetal pudesse melhorar tal situação – que o monitoramento tanto o nível de oxigênio como dos batimentos cardíacos poderia ajudar os médicos a realizarem um trabalho melhor, decidindo quando um bebê estava com problemas e precisava nascer rapidamente. Porém, como mostra o estudo, o aparelho não é capaz de fazer isto.
O oxímetro foi fabricado pela Nellcor, uma divisão da Tyco Healthcare, e aprovado pelo FDA (órgão que fiscaliza alimentos e medicamentos nos EUA) em 2000. Porém, a aprovação foi obtida sob as condições que a companhia realizasse mais pesquisas. Em 2001, o American College of Obstetricians e Gynecologists também pediram mais pesquisas, e se recusaram a sancionar a ferramenta.
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