Me preocupa um pouco ver algumas grávidas chegando pela primeira vez no mundo da humanização e já ir decidindo pelo parto em casa. Como se fosse levada por uma "moda"....Vem cá: deixa eu te dizer uma coisa baixinho, senta aqui: Parto em casa não é pra todo mundo. Não, amiga, não é. Agora respira, e presta atenção.
Não decida pelo parto em casa somente porque viu na TV a famosa que pariu em casa, e sim porque você se sente bem e segura naquele local. Assim como alguém se sente segura e feliz na sala de pre-parto de um grande hospital, é de cada uma o direito de escolha do local. Leia e se informe sobre tudo o que puder, quais os riscos, quais os cuidados pra evitar problemas. Não estou falando do processo do parto em si, a parteira estará lá pra cuidar dessa parte, e pra identificar sinais de alerta caso precisem ir ao hospital. Estou falando de fazer um plano de parto.
Se liberte. Você tem que se desapegar de muitos esteriótipos, de muita idéia pre-concebida pra poder se sentir livre pra parir, seja em casa, seja no hospital, ou no quintal. As coisas são bem mais simples do que parecem. A sua casa vai ficar suja, talvez seu colchão fique manchado.
1 - uma escova inteligente na véspera do dia marcado. Fato.
2 - Enfeite da porta da maternidade. Se bem que voce pode pendurar na porta do quarto.
3 - enfermeira fazendo o furinho na orelha da sua filha recem-nascida.Judiação.
4 - anestesia. Esqueça, mas talvez você vá pedir por ela.
Plano B. Tenha sempre um plano B no caso de precisar de uma transferência pro hospital, e deixe uma bolsa arrumada por perto, com roupas para você e pro seu bebê. E você pode se decepcionar amiga, sim, ter a melhor equipe não é garantia de nada. O processo é a sua história, pode ser tudo lindo e perfeito, pode ser que nada saia conforme planejado, aceite, é a sua vida. E quem disse que parto (e vida) tem que ser redondo? Esqueça as expectativas, aceite a sua lição. Abrace as ondas de contrações. Parto é algo intimo, um momento sagrado, seu e da sua familia.
Assuma a responsabilidade pelo parto, pelas suas decisões, e pela sua vida. Não se apoie no médico, ou na parteira, ou na equipe. Ande com as suas próprias pernas. Decida. Agarre suas rédeas. Acorda menina!
E se mesmo lendo esse texto você quiser parir no seu lar doce lar. Seja bem vinda ao time! :)
Esse texto foi traduzido e eu adoro!
Posso ter um parto em casa?
Seis
mitos sobre parto e seus riscos
Tradução: Tricia
Cavalcante L. Pacheco
Tradução e Revisão: Carla Beatriz Piuma
Maise
Autor: David
Stewart, Ph.D., Executive Director, National Association of Parents
and Professionals for Safe Alternatives in Childbirth (NAPSAC)
International
Este
artigo pode mudar sua vida.
Estas podem ser as mais importantes páginas que você já
leu até hoje sobre parto e que irão orientá-lo a escolher a alternativa mais
segura para você e seu filho.
Grande parte da
obstetrícia praticada nos hospitais americanos hoje em dia é baseada em mitos e
não em dados científicos. O que você ainda não sabe é que a Medicina moderna
pode trazer danos a sua saúde e a do seu bebê, talvez até permanentemente. Os
autores desta pequena e excelente publicação pesquisaram todas as informações
citadas aqui. Você pode confiar no que foi escrito, tudo é cientificamente
comprovado em pesquisas sérias sobre evidências práticas.
As escolhas que
você faz hoje sobre o tipo de parto que vai dar a luz o seu bebê – parto
hospitalar ou domiciliar, médico ou
parteira, parto natural ou medicalizado – terão um impacto considerável na vida
do seu filho e na sua também, seja para melhor ou pior. A escolha é SUA.
Eu posso ter meu filho em casa?
Hoje, nos EUA, no final do século XX, os
avanços na Ciência e Tecnologia contribuíram para a melhoria na sua qualidade
de vida. Hoje em dia, mais e mais mulheres, de diferentes estilos de vida,
estão optando por ter seus bebês da maneira antiga — em casa. Por quê?
Na verdade,
apesar de todos os benefícios que a Tecnologia e as descobertas cientificas nos
proporcionam, a Medicina ainda não conseguiu criar uma máquina melhor que o
corpo humano, para o parto e nascimento de uma criança. Ainda que nossos corpos
não funcionem da maneira que deveriam, nós somos mais privilegiados que nossos
ancestrais por dispor da Medicina moderna, que pode salvar vidas.
Então porque as
famílias estão optando por dar à luz em casa? Apesar de alguns casais terem
suas razões pessoais, a maioria planeja parto domiciliar porque acreditam que,
geralmente, a gestação e o parto são
fenômenos fisiológicos normais que fazem parte da vida da mulher, e que
é uma função de um corpo saudável — não um estado de vida ou morte que requer
supervisão médica de um cirurgião para acontecer bem.
A Ciência não foi capaz de aprimorar o corpo humano
nas funções em que este foi criado para exercer.
Em outros 20 paises, mais bebês sobrevivem
no primeiro mês de vida, do que nos EUA.
O parto tem os seus riscos. No entanto, em apenas uma pequena porcentagem de
casos, as habilidades de um obstetra / ginecologista e o uso de equipamentos
modernos como o ultra-som e os monitores fetais são realmente necessários para
a mãe e o bebê sobreviverem sem danos a longo prazo.
A
taxa de mortalidade neonatal nos EUA em 1989 atingia um pouco mais que 10 por
1.000 nascidos vivos[1].
Os EUA têm os equipamentos mais sofisticados e modernos e o sistema de saúde
mais caro no mundo. No entanto, em vinte outros países — alguns dispondo de
menos Tecnologia que eles têm nos laboratórios e hospitais — mais bebês
sobrevivem em seu primeiro mês de vida, do que os bebês americanos.
Porque
esses outros países têm obtido resultados melhores?
Com
menos hospitais bem equipados e obstetras disponíveis, alguns desses paises —
como Holanda, Suécia e Dinamarca — usam parteiras como os responsáveis pelo
atendimento de rotina das mulheres durante a gestação e o parto.
[2]
A
OMS — Organização Mundial de Saúde —
diz
que os EUA deveriam investir no sistema de atendimento pré-natal com enfermeiras
obstétricas (parteiras).
Considerando
o risco potencial do uso rotineiro da Tecnologia, a OMS tem pedido
repetidamente às autoridades médicas dos EUA para investirem no sistema de
atendimento materno-infantil com enfermeiras-obstetras como a única forma de
diminuir as altas taxas de mortalidade. [3]
Parteiras,
na verdade, atendem partos no mundo inteiro. Médicos, apesar de terem um
treinamento avançado e serem especializados em cirurgias, não provaram ser
melhores que parteiras no atendimento ao parto normal, além disso nenhuma
pesquisa realizada comprovou que hospitais são os locais mais seguros para se
dar à luz.
Na
verdade, estudo após estudo vem demonstrando que, para a maioria das gestantes
dos EUA, o sistema de atendimento pré-natal e ao parto feito por parteira é
altamente aconselhável. Nas próximas páginas, você saberá por quê.
Referências:
1.
National Committee to Prevent Infant Mortality, HOMEBIRTH No. 8,
Sept/Oct 1990, p. 5.
2.
The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 114.
3.
Mothering, Jan/Feb,
1990.
Estudos indicam que partos domiciliares são seguros.
Mito nº1 — Parto
hospitalar é estatisticamente mais seguro que parto em casa.
A
segurança, em se tratando de parto, é medida por quantas mães e bebês morreram
e quantos sobreviveram, pelo menos com um pouco de saúde.
Estudos realizados comparando partos
hospitalares e não-hospitalares indicaram que poucas mortes, ferimentos e
infecções ocorreram em partos domiciliares atendidos por parteiras. Nenhum
estudo comprova que hospitais são mais seguros do que parto em casa.
Foi constatado que, o risco de problemas respiratórios
em bebês recém-nascidos é 17 vezes mais alto nos
partos hospitalares do que nos partos em casa.
Os EUA têm a maior taxa de intervenção obstétricas
durante o trabalho de parto, assim como têm enfrentado
sérios problemas com o crescimento de erros médicos.
Enquanto
a taxa de mortalidade neonatal e materna tem diminuído drasticamente desde a
virada do século, fatores como nutrição e higiene têm influenciado bastante
nesse resultado.
No
geral, a mortalidade infantil tem crescido desde os anos 30, mesmo assim, os
partos domiciliares demonstraram ser mais seguros. Em 1939, Baylor Hospital
Charity Service em Dallas, Texas, publicou um estudo que revelou uma taxa de
mortalidade neonatal de 26.6 por 1.000 nascidos vivos em casa comparando com a
taxa de mortalidade no hospital, que chegou a 50.4 por 1.000.[1]
Desde
meados dos anos 1970, pesquisas realizadas no nordeste da Califórnia, Arizona,
England e no Tennessee apontaram para a maior segurança dos partos em [2]
O único estudo populacional randomizado, que comparou 1,046 partos domiciliares
contra 1,046 partos no hospital, foi publicado em 1977 por Dr. Lewis Mehl,
médico de família e estatistico. [3]
Enquanto
as taxas de mortalidade neonatal e materna são estatisticamente as mesmas em
ambos os grupos, segundo a pesquisa, a taxa de problemas de saúde foi maior no
grupo hospitalar: 3.7 vezes mais bebês que nasceram no hospital necessitaram de
ressucitação. Foi constatado ainda que as taxas de infecção nos recém-nascidos
foram 4 vezes maiores no grupo do parto hospitalar, e a incidência de problemas
respiratórios nos bebês nascidos no hospital foi 17 vezes maior do que os bebês
que nasceram em casa.
Uma
outra pesquisa realizada ao longo de seis anos, pelo Texas Department of
Health, de 1983 a 1989, revelou que a taxa de mortalidade infantil nos partos
assistidos por parteiras não certificadas, em casa, foi de 1.9 a cada 1.000
comparada com a taxa dos partos realizados por médicos de 5.7 a cada 1.000.[4]
A taxa nos partos assistidos por parteiras treinadas e certificadas foi de 1 a
cada 1,000 e por outros tipos de assistentes foi de 10.2 mortes por 1,000
nascidos vivos.[5]
Um
estudo envolvendo 3.257 partos fora do ambiente hospitalar, no estado do
Arizona assistidos por parteiras licenciadas entre 1978 a 1985 mostrou que a
mortalidade materna atingiu 2.2 a cada 1,000 e a mortalidade neonatal atingiu
1.1 a cada 1,000 nascidos vivos.
Em
depoimento na reunião da Comissão Americana de Prevenção à Mortalidade
Infantil, Marsden Wagner, Enfermeiro Parteiro e Diretor da Organização Européia
de Saúde Mundial, sugeriu a necessidade dos EUA, de uma formação acadêmica de
enfermeiras obstétricas como forma de contrabalancear a quantidade de médicos obstetras,
fomentando assim a prevenção ao excesso de intervenções no processo normal de
nascimento. [6]
Wagner
afirma ainda que na Europa, as parteiras são bem mais numerosas que os
obstetras: "Em nenhum país europeu os médicos realizam atendimento
primário às gestantes de baixo risco, nem durante a gestação, nem no
parto". Ele alega que os EUA têm o mais alto índice de intervenções
obstétricas, no entanto também tem enfrentado sérios problemas com a grande
quantidade de erros médicos, e aconselha dizendo que um serviço bem estruturado
e organizado de atendimento à gestante feito por parteiras nos EUA poderia
reverter esta situação.
Referências:
1.
The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 241.
2.
Ibid, p. 115-116, 127, 243-246.
3.
Ibid, p. 247-253.
4.
Texas Lay Midwifery Program, Six Year Report, 1983-1989, Bernstein & Bryant, Appendix VIIIf, Texas
Department of Health, 1100 West 49th St., Austin, TX 78756-3199.
5.
Labor Pains: Modern Midwives and Homebirth, Sullivan & Weitz, 1988.
6.
Mothering, Jan/Feb,
1990.
Parteiras são profissionais capacitadas
Mito nº2 — você
tem mais atenção dos profissionais nos hospitais do que em casa.
No
hospital, os obstetras geralmente não sentam ao lado da parturiente em trabalho
de parto, mas se apóiam em máquinas e nos outros para obter informações e então
aparecem no ultimo momento, na sala de parto. A maioria dos médicos não tem uma
relação próxima com cada gestante e não as incentivam a ter um parto natural.
As
enfermeiras da sala de parto dão um apoio muito maior à mulher durante todo o
trabalho de parto. A rotina hospitalar, no entanto, envolve uma certa
burocracia, mudança de profissionais, plantões de acordo com horários, e uma
flutuação de quantas mulheres cada enfermeira deve ficar responsável. E
enfermeiras não têm autoridade para evitar que um médico impaciente tente
acelerar o trabalho de parto normal.
Nas
últimas décadas, as mulheres têm reclamado do ambiente frio e clinico dos hospitais
onde dão à luz, assim muitas instituições têm se rendido a essa pressão da
sociedade para modificar esses ambientes esterilizados para um ambiente mais
parecido com um lar. [1]
Muitos estão permitindo que os acompanhantes entrem nas salas de parto, e
alguns até incentivam a participação da doula no parto. Mas, para muitas
mulheres, o ato fisiológico de dar à luz não combina com esse ambiente clinico
e hospitalar, por mais que tudo corra bem.
Os partos domiciliares
planejados, assistidos por um
profissional experiente, têm gerado ótimos resultados.
Enquanto
estatísticas indicam que partos não-planejados ou sem assistência em casa têm
causado resultados piores do que os partos hospitalares, os partos domiciliares
planejados e assistidos por um profissional experiente, têm gerado ótimos
resultados. [2]
Existe
uma variedade enorme de profissionais, à sua escolha, que atendem partos
domiciliares — médicos obstetras, enfermeiras obstétricas, parteiras
certificadas ou não. Um pequeno número de médicos, alguns membros do American
College of Home Obstetrics, atendem partos domiciliares ou nas clínicas. Muitas
maternidades nos EUA são administradas por médicos dessa especialidade.
Parteiras
especializadas são enfermeiras formadas que deram continuidade à sua formação
especializando-se em obstetrícia. A maioria desses profissionais trabalha sob
supervisão médica e com o apoio de um hospital, mas poucos têm experiência em
parto domiciliar.
Esta profissão é baseada em um conjunto de
procedimentos aplicados por um profissional capacitado à mulher e ao bebê
durante o primeiro ano de vida, e, em muitos outros paises, parteiras são
responsáveis pelo acompanhamento pré-natal e do parto, e esse sistema tem
gerado taxas de mortalidade infantil bem menores que as dos EUA. Parteiras são
treinadas para observar algum sinal de problema durante a gestação e o parto, e
se for necessário, elas chamam um médico obstetra.
Parteiras são responsáveis pelo atendimento
primário no pré-natal e no parto
em países com taxa de mortalidade neonatal bem menor que a dos EUA.
Consultas pré-natal
com parteiras costumam ser agradáveis, relaxantes e amigáveis
e duram, em média, de trinta minutos a uma hora.
O número de parteiras inscritas nos cursos de formação em obstetrícia tem
crescido muito nos últimos vinte anos, assim como a demanda por este serviço. A
maioria das parteiras ainda não formadas tem terminado o curso de capacitação,
e vêm sendo treinadas, na prática, com outras parteiras experientes. Esta
prática é legalmente permitida apenas em doze estados americanos, e, em alguns
desses, é pedida uma licença para exercer o trabalho. Nos estados americanos
onde a profissão ainda é ilegal, o trabalho é enquadrado como “prática de
Medicina sem diploma”.
Consultas de
pré-natal com um médico obstetra em um hospital público ou no consultório
geralmente pedem muito tempo de espera por uma consulta rápida. Comparando com
as visitas das parteiras, que geralmente são bem relaxadas, mais longas,
amigáveis e pode durar até 30 min ou 1 hora. Enfermeiras obstetras normalmente
usam este tempo para orientar os benefícios de uma boa alimentação, da prática
de atividades físicas, e em como você pode ir se preparando para o parto.
Apesar da
formação das enfermeiras obstetras variar um pouco, muitas coletam alguma
amostra para laboratório, caso necessário, escutam o coração do bebê, para
avaliar se há sinal de sofrimento fetal durante o trabalho de parto, carregam
consigo uma bomba de oxigênio portátil, e são treinadas em ressucitação
cardio-pulmonar.
1.
A Good Birth, A Safe Birth, 1990, Korte & Scaer, p. 8-21.
2.
Ibid, p. 64-68.
A Tecnologia pode complicar um parto normal
Mito nº 3 —
Quanto mais Tecnologia você dispõe, mais fácil será o parto.
No
esforço de evitar complicações cada vez mais cedo, e aumentar o nascimento de
bebês saudáveis, a Medicina tem modificado o ambiente que envolve o parto de
uma atmosfera de atenção, carinho e apoio à parturiente para uma atmosfera de
Tecnologia, clínica, fria e moderna.
Apesar de a
Tecnologia salvar vidas quando necessário, o uso rotineiro dela pode interferir
no processo normal do parto e nascimento.
Cada intervenção médica em um trabalho de parto
normal tem seus efeitos colaterais.
O modelo de parto hospitalar dos EUA tem a maior taxa de intervenções médicas
como também, uma grande quantidade de processos por erros médicos.
É comum nos hospitais o uso de soro e monitoramento eletrônico do feto para
assegurar que a mãe permaneça hidratada e que as contrações e os batimentos
cardíacos do bebê sejam gravados. No entanto, muitas mulheres não gostam de
permanecer confinadas numa cama, com agulhas em seus braços e cintos presos à
barriga.
Mulheres
que são orientadas a permanecer ativas e livres durante o trabalho de parto,
reclamam menos de dor nos quadris, e muitos especialistas em parto defendem a
tese de que os movimentos e caminhadas durante esse período tornam as
contrações mais eficazes.
Alguns
hospitais ainda requerem que as mulheres permaneçam deitadas em decúbito
dorsal, e que mantenham suas pernas levantadas nos estribos. Como essa posição
coloca trabalho do útero contra a gravidade, e faz com que cada contração seja
menos eficiente, algumas vezes é necessário se usar o fórceps de alivio para
puxar o bebê pela vagina. Evidências cientificas mostram que o fórceps é
raramente utilizado quando a mulher tem liberdade de assumir posições mais
confortáveis durante o período expulsivo.
Obstetras
freqüentemente rompem a bolsa das águas com um instrumento como forma de
acelerar o processo do parto. Este procedimento automaticamente dá ao parto um
tempo limite, já que a possibilidade de infecção hospitalar aumenta com cada
hora que passa, após a bolsa ter sido rompida.
Uma vez que a bolsa que protege o bebê é
eliminada, o cinto de monitoramento, usado para acompanhar as variações nos
batimentos cardíacos do bebê, pode dar lugar ao monitoramento eletrônico fetal
(ou eletrodo de escalpo) — uma ponta
de eletrodo minúscula é presa ao couro cabeludo do bebê para continuar
monitorando o coração e para coletar a informação sobre o sangue do bebê.
Cada
uma dessas intervenções usadas em um trabalho de parto normal envolve um grau
de risco, e ainda não foi comprovado que o uso desses procedimentos proporciona
mais vantagens, elimina complicações ou torna o bebê mais sadio.
Um
estudo recente publicado em um jornal médico prova que o uso rotineiro de
monitoramento eletrônico fetal, comparado com o antigo modo de ouvir o coração
do bebê após as contrações com fetoscópio, pode causar mais problemas de saúde
do que prevenir [1].
Em oito experimentos clínicos randomizados, a mortalidade materna e neonatal
não foi reduzida com o uso do monitoramento eletrônico fetal. E talvez, por
causa do monitoramento eletrônico, cesáreas desnecessárias foram realizadas,
além disso o resultado dos partos monitorados com fetoscópio foram bem melhores
e mais positivos. [2]
Atualmente,
pelo menos 25% das mulheres tem filho através de cirurgia. Compare esse dado
com a taxa de 10% de cesárea em outros paises cuja mortalidade neonatal e
materna é bem menor [3]
. Esses números indicam que nós não estamos conseguindo bons resultados
praticando mais cesáreas.
Há
várias décadas atrás, em um esforço para diminuir a dor do parto, médicos
ofereciam rotineiramente drogas anestésicas às suas parturientes. Ao longo dos
anos, o uso discriminado de muitos desses medicamentos, serviram de subsídios a
estudos que revelaram que a droga usada como anestesia durante o trabalho de
parto à mãe causa efeitos colaterais no bebê, incluindo asfixia, hipoxia, e
danos ao cérebro e ao sistema nervoso [4].
As
drogas ainda estão disponíveis para eliminar a dor do parto nos hospitais,
apesar de que ainda não foi comprovado que essas drogas usadas como anestesia
são realmente seguras para o bebê. [5]
Mulheres
que utilizaram drogas anestésicas no trabalho de parto relataram diminuição no
sentimento da relação mãe-filho e aumentaram a duração e a severidade da
depressão pós-parto. [6]
Interferir
no andamento natural do parto com uso indiscriminado de Tecnologia pode causar
mais males do que benefícios.
1.
New England Journal of Medicine, March 1, 1990.
2.
The Cutting Edge, Feb. 1990, p. 4, P.O. Box 1568, Clayton, GA 30525.
3.
Birth Without Surgery, Carl Jones, 1987, p. xii.
4.
The Five Standards of Safe Childbirth, 1981, Stewart, p. 185.
5.
Ibid, p. 175
6.
A Good Birth, A Safe Birth, 1990, Korte & Scaer, p. 18, 201-209.
7.
The Five Standards of Safe Childbirth, 1981, Stewart, p. 300.
Germes Normais Domésticos não Afetam a Mãe ou o Bebê
Mito
Nº. 4 – O hospital é um lugar mais salutar para ter um bebê do que em casa.
A
febre puerperal matou milhares de mulheres no século 19. Na época, os médicos,
que também cuidavam dos doentes e moribundos, começaram a atender os partos nas
clínicas. Como os hospitais se tornaram lugares para nascimentos e mortes, as
infecções se tornaram uma praga para as gestantes e outros pacientes dos
hospitais.
Cerca
de 100 anos atrás, na Áustria, um médico chamado Ignaz Semmelweis tentou
diminuir o número de mortes maternas por infecções, que eram altas, na taxa de
40% entre as mulheres que tinham seus bebês na maternidade do hospital de
Viena. [1] Semmelweis descobriu que, simplesmente ao
lavar as mãos entre a realização de autópsias e o atendimento a partos, a taxa
de infecções causada por médicos diminuía drasticamente. Semmelweis foi ridicularizado pelos seus
colegas e não foi senão até cinco anos após sua morte, que seus descobrimentos
começaram a receber aceitação. Com o advento da técnica asséptica no final do
século XIX e o desenvolvimento de antibióticos na década de 1940, uma gradual
melhora foi vista. [Ed. Assim como bactérias resistentes têm se desenvolvido de
maneira que estas não são afetadas pelos antibióticos, pode se esperar que essa
tendência seja revertida, e podemos esperar ver um crescimento nas mortes por infecções adquiridas em
hospitais.].
Na
década de 30, estudos na cidade de New York e em Memphis, Tennessee, mostraram
que menos mulheres morreram por infecções e hemorragias nos partos domiciliares
do que as que morreram pelas mesmas complicações nos hospitais. [2]
Os procedimentos de controle
de infecção altamente modernos e caros
não conseguem eliminar a causa das
infecções nos hospitais.
Hoje em dia, os
rigorosos e caros procedimentos de controle de infecção ainda não eliminaram as
infecções nosocomiais, ou hospitalares, causadas por organismos comuns e
perigosos, como certos grupos de estafilococos.
De acordo com uma
reportagem no Wall Street Journal,
a agência de regulação hospitalar dos EUA, A Comissão da Junta de Autorizações
em Organizações de Cuidados com a Saúde (The Joint Commission on
Accreditation of Health Care Organizations), está falhando ao obrigar padrões
de controle de infecções, comprometendo a saúde dos pacientes de hospitais: “A
Comissão da Junta está permitindo perigos à saúde e à segurança por deixarem
hospitais sem inspeções por semanas, meses e mesmo por anos. Dessa maneira, com
uma inspeção mal feita faz com que hospitais irresponsáveis tenham pouco temor
à Comissão, já que as punições, nos anos mais recentes, quase
inexistiram”. [3]
Cada família se
habitua aos seus próprios germes domésticos e desenvolve uma resistência a
eles. Uma vez que menos pessoas
estranhas costumam estar presentes no momento do parto domiciliar do que num
parto hospitalar, as chances de adquirir germes estranhos são menos comuns em
uma situação de parto domiciliar.
Todo o esforço é
feito para prover um ambiente limpo nos partos domiciliares. As parteiras e os
obstetras que atendem os partos domiciliares usam luvas estéreis, assim como
instrumentos esterilizados para cortar o cordão umbilical.
Estudos a
respeito de pesquisas sobre partos domiciliares indicam taxas muito menores de
infecções na mãe e no bebê do que as taxas comuns dos hospitais. Em um estudo
de 10 anos (1970-1980) de 1.200 nascimentos na Fazenda (The Farm, uma
comunidade Hippie americana) em Summertown, Tennessee, EUA, 39 mães
sofreram de infecções pós-parto, e apenas um bebê desenvolveu septicemia. [4]
Ao chamar a
maternidade de um hospital de “berço de germes”, o Dr. Marsden
Wagner, Diretor Europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou os
médicos em uma conferência médica internacional em Jerusalém, no outono de
1989, que partos hospitalares põem em perigo mães e bebês primariamente, por
causa dos procedimentos impessoais e o abuso de drogas e Tecnologia. [5]
1.
The Birth Gazette, Fall, 1987, review of The Cry and The Covenant, p. 32-33.
2.
The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 240-241.
3.
The Wall Street Journal, Oct. 12, 1988.
4.
The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 127.
5.
Mothering, Out/Nov/Dez, 1989.
Não Há Lugar Melhor do que o
Lar para o Nascimento de uma Criança
Mito Nº. 5
– Um hospital é o lugar mais confortável para ter um bebê
A idéia de estar confortável durante o parto de um
bebê pode parecer impossível e impressionar muitas mães que tiveram seus bebês
no hospital. Elas se lembram de estarem confinadas a uma cama de hospital, de
não receberem água nem alimento, de serem separadas de seus outros filhos e
membros da família e amigos que poderiam estar lhe dando apoio nessa hora,
tolerando freqüentes exames de toques e verificação dos sinais vitais, sendo
transferidas de uma sala para outra numa cama no auge das contrações mais
intensas e tendo suas pernas levantadas e colocadas em um estribo para dar à
luz.
As salas de parto e suas mobílias agradáveis são um
esforço para eliminar um dos estresses e desconfortos que vêm de estar no
ambiente estranho de um hospital.
Estudos mostram que o trabalho de parto pode ser
comprometido por um ambiente não familiar. Desconforto e medo podem, na
verdade, aumentar a dor experimentada durante o parto, enquanto que relaxamento
pode diminuir o stress materno, aumentando o fluxo de oxigênio para o bebê e
facilitando o trabalho de parto.
Em sua própria casa, uma mulher em trabalho de parto
tem a vantagem do ambiente familiar. Ela pode se mover com liberdade, usar a
roupa que desejar, tomar sucos ou chás estimulantes, continuar a cuidar de seus
outros filhos, se ela estiver em condições para tal, relaxar numa banheira de
água morna, ter seus pés massageados por amigos queridos e tentar diferentes
posições para o parto. Um trabalho de parto normal é um estresse saudável para
o bebê, limpando seus pulmões dos fluídos e preparando-o para sua primeira
respiração fora do útero.
Após o parto, o bebê nunca é tirado de perto da mãe.
A família inteira pode subir numa cama limpa para o muito necessário abraço e
soneca. O vínculo emocional que toma lugar nos momentos após o parto entre a
mãe e o bebê e entre o bebê e o resto da família promovem um melhor ser humano,
encorajam a amamentação e a rápida recuperação da mãe.
Profissionais capacitados que atendem partos
domiciliares existem, e estão disponíveis.
Mito nº 6 — É impossível achar um profissional
qualificado para assistir meu parto em casa.
Enquanto
discussões a respeito dos ‘prós e contras’ de partos não-hospitalares e a quem
cabe a responsabilidade de assistí-los, continuam sendo feitas na comunidade
médica e de especialistas, milhares de bebês saudáveis estão nascendo em seus
próprios lares a cada ano.
No
entanto, o parto domiciliar não é para todas as mulheres. É necessário que haja
um alto grau de confiança no seu corpo, na sua saúde, e no conhecimento
adquirido, além de um alto nível de auto-responsabilidade para ir contra a
maioria que acredita que partos hospitalares são mais saudáveis e melhor.
Quando
você estiver analisando o melhor local para o seu parto, leia livros indicados
no Guia de Pesquisa deste site. Converse com mulheres que deram à luz em casa,
em casas de parto, em clinicas, maternidades e em grandes hospitais. Discuta
sobre isso e tire suas dúvidas com seu médico, ou parteira.
Converse
com muitos profissionais adeptos ao parto humanizado que estiverem próximo à
sua cidade. Avalie o nível de conhecimento, experiência prática, formação,
filosofia e a cada descoberta, verifique se o trabalho dele é compatível com as
suas expectativas. Apesar de a maioria dos obstetras realizar partos nos
hospitais, alguns aceitam assistir partos em outros locais. Médicos
especializados em clínica-geral que atendem gestantes, podem ser contatados, no
entanto, ultimamente, nessa área, os riscos de erro médico é um pouco maior, e
eles cobram mais caro.
Enfermeiras-obstétricas
certificadas atendem em várias capitais, e em alguns hospitais realizam
acompanhamento pré-natal, assim como nas clínicas e nas casas de parto.
Parteiras bem treinadas e capacitadas são especialistas em partos normais. Algumas
são diretoras de maternidades, e outras têm atendido gestantes de várias partes
do país.
Nos
EUA, em 1989, o custo médio que uma família costumava pagar por um parto
hospitalar tradicional sem complicações, era de $4.334, segundo pesquisa do
Seguro Americano de Saúde, realizada envolvendo 173 hospitais comunitários, 70
maternidades e 153 parteiras. [1]
Em 1989, a grande maioria das familias americanas
pagava cerca de $4.334 por um parto sem complicações no hospital.
O
colapso dos custos por um parto hospitalar incluir uma taxa padrão do médico no
valor de US$ 1.492,00 (R$ 3.500,00) para um parto normal e US$ 2.053,00 (R$
4.800,00) para uma cesárea, e custos hospitalares (que não incluem outras taxas
como os serviços por um anestesista) em torno de US$ 2.842,00 (R$ 6536,60).
Em vinte outros paises, mais
crianças sobrevivem ao seu primeiro mês de vida, do que nos E.U.A.
Em 1989 a taxa média cobrada por uma parteira era $994.
Em 1989 a taxa média cobrada por uma parteira era de US$ 994,00 (cerca
de R$ 2.300,00), um valor que normalmente inclui o cuidado pré-natal, aulas de
parto e o material para o parto, enquanto que a taxa de um médico não inclui
nada disso.
Qual tipo de atendimento de parto é o certo para
você? Em alguns estados americanos, as escolhas são limitadas e baseadas nas
leis que restringem a prática das parteiras. A ONG “Friends of Homebirth”
(Amigas do Parto Domiciliar) foi fundada em 1989 com o alvo de trabalhar para
garantir o direito das mulheres americanas para poder escolher um parto
domiciliar com uma atendente treinada. O parto domiciliar é uma escolha
razoável para muitas famílias e a legislação restritiva americana deve ceder ao
direito Constitucional (americano) da escolha paterno-materna responsável.
Para encontrar alternativas de atendentes de parto,
as americanas têm a opção de entrar em contato com educadoras perinatais e o
grupo local da “La Leche League”. As
brasileiras podem entrar em contato com as mulheres da rede do Parto do Princípio
para obter mais informações e indicações de profissionais que trabalham com
parto domiciliar no Brasil.
1.
Health Insurance Association of America, 1989, 1025 Connecticut Ave. NW,
Washington D.C., 20036-3998.
Contact Guide
|
American College of Home Obstetrics
2821 Rose Street
Franklin Park, IL 60131
(312) 383-1461
Association for Childbirth at Home, Intl.
116 S. Louise
Glendale, CA 91205
(818) 545-7128
Informed Homebirth
P.O. Box 3675
Ann Arbor, MI 48106
(313) 662-6857
|
International Confederation of Midwives
57 Lower Belgrave St.
London SW1W
Ozlr, England
NAPSAC International
Rt. 1, Box 646
P.O. Box 267
Marble Hill, MO 63764
(573) 238-2010 Voice or Fax
National Association of Childbearing Centers
RFD 1 Box 1
Perkiomenville, PA 18074
(215) 235 — 8068
|
Resource Guide
[Ed. — Many of these publications are available from Cascade Birth and
Life Bookstore at (800) 443-9942.]
o
A Good Birth, A Safe Birth, D. Korte & R. Scaer, 1984 & 1990, Bantam Books.
o
A Guide to Midwifery, Heart & Hands, Elizabeth Davis, 1981, John Muir Press.
o
Birth At Home [Ed. — now titled Homebirth], Sheila Kitzinger, 1979, Penguin.
o
Immaculate Deception, Suzanne Arms, 1985, Bergin & Garvey.
o
Labor Pains: Modern Midwives and Homebirth, D. Sullivan & R. Weitz, 1988, Yale University
Press.
o
Midwifery Today, P.O. Box 2672, Eugene, OR 97402, (503) 344-7438, quarterly.
o
Mind Over Labor, Carl Jones, 1988, Viking Penguin.
o
Mothering Magazine, P.O. Box 1690, Santa Fe, NM 87504, quarterly.
o
Safe Alternatives in Childbirth, ed. David & Lee Stewart, NAPSAC Intl.
o
Special Delivery, Rahima Baldwin, 1979, Celestial Arts.
o
Spiritual Midwifery, Ina May Gaskin, 1980, The Book Publishing Co.
o
The Birth Gazette, 42 Summertown, TN 38483, quarterly.
o
The Cultural Warping of Childbirth, Doris Haire, 1972.
o
The Five Standards for Safe Childbearing, David Stewart, Ph.D., 1981, NAPSAC Reproductions.
o
The NAPSAC Directory, Rt. 1, Box 646, P.O. Box 267, Marble Hill, MO
63764
*Childbirth At Its Best, by Nial Ettinghausen, is out of print
but available from Jerry Gentry at the address listed below.
Paper Copies of This Booklet Are Still Available
Remaining copies of the paper version of this booklet are available in
bulk, minimum 50 copies, for $50 plus $5 shipping. Please send check and order
information to:
Jerry Gentry
Rt 2 Box 198
Big Sandy, TX 75755
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