Aprende, Brasil..


escrito por: Tricia em terça-feira, janeiro 27, 2015 às 10:16 PM.

O governo brasileiro está determinado a diminuir o número de cesarianas feitas no país, que atualmente passa de 55% de todos partos. O índice é um dos mais altos do mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que apenas 15% dos partos sejam feitos por cirurgia. Na França, a taxa de 21% é uma das menores da Europa.
Países nórdicos como Noruega e Finlândia conseguem que apenas 17% dos partos sejam por cesárea. A ginecologista e obstetra Simone Perdigão Cotta, especialista em infertilidade que atua no Institut Mutualiste Montsouris, em Paris, conhece essa realidade de perto e explica como funciona.
Por que a França tem um dos níveis mais baixos de ocorrência de cesarianas? 
Aqui, nós temos recomendações de boas práticas médicas, determinadas pelo Collège National des Gynécologues et Obstetriciens de France (Cngof). As indicações de realização de cesariana são muito mais restritas. A cesariana é feita apenas quando há indicação médica. As pacientes são informadas de que o risco de morbimortalidade dobra em uma cesariana, em relação ao parto normal. Eu acho que a informação faz toda a diferença. As pacientes participam da escolha de parto tendo todas as informações, mas a decisão é do médico. Às vezes, algumas solicitam uma cesariana por conveniência, quando elas não querem ter um parto normal. O médico tenta explicá-las que o parto normal a protege da morbimortalidade. Se houver muita insistência, um grupo médico avalia a situação – e pode recusar a cirurgia. Neste caso, a paciente pode procurar um outro serviço, que em geral é privado.
Com o parto normal, as vidas da mãe e do bebê são mais preservadas? 
Sim, e esse é justamente um ponto que precisa ser esclarecido. A cesariana não protege da morbimortalidade neonatal. No Brasil, quando eu era residente, muitas vezes eu escutei das pacientes que queriam uma cesariana para proteger o bebê. Mas não é verdade, porque a cesariana acaba sendo feita antes mesmo da hora em que o bebê deveria nascer. Os riscos de uma cesariana ligados a hemorragia, infecção, embolia, trombose e complicações anestésicas são muito maiores do que em um parto normal. Sem contar que os riscos de insuficiência respiratória do bebê são menores com o parto normal, porque o bebê está realmente pronto para nascer. É claro que há indicações especificas para a realização da cesariana. Nenhum médico vai colocar nem a paciente, nem o bebê em risco.
Algumas brasileiras que fizeram parto na França, mas também francesas, se queixam que, às vezes, a recomendação pelo parto normal leva os médicos ao limite do trabalho de parto, que pode passar de vários dias. Algumas gestantes julgam que a espera pelo parto normal pode ser exagerada, ocasionando sofrimento das mães. Como você vê essa questão?Eu não concordo. O médico tenta ir até onde é possível, no parto normal, mas sem colocar em risco a mãe ou o bebê. As expectativas da paciente nem sempre são vistas da mesma maneira pelo médico. A partir do sexto mês, a gestante tem acompanhamento em uma maternidade, onde fará o parto. Assim, conhecendo bem a equipe, ela se sente mais segura.
Outro ponto em que as diferenças em relação ao Brasil são claras é que, na França, o parto é feito por uma parteira, e não pelo obstetra. Na França o parto normal fisiologico é feito por uma enfermeira obstétrica (sage-femme). Eu acho que isso ajuda muito a diminuir a taxa de cesarianas. No Brasil, o médico trabalha no consultório privado, nas clínicas, no hospital. É ele quem vai fazer o parto e a paciente quer que o médico esteja disponível para fazer o parto dela. Ela não quer o médico de plantão. Aqui na França, não é o médico da paciente quem faz o parto: é o plantonista, juntamente com a enfermeira obstétrica. O médico de plantão conhece o caso de todas as pacientes em trabalho de parto - elas são monitoradas com cardiotocografia, recebem anestesia peridural e o obstetra de plantão acompanha o trabalho de parto de cada uma delas. Se tudo estiver bem, o parto é feito pela sage-femme e ele só vai à sala de parto se julgar necessário, se ela ou o bebe apresentarem alguma complicação. O monitoramento materno-fetal é fundamental.
Você acha que o fato de, no Brasil, a figura da parteira estar tanto em segundo plano em relação ao médico obstetra é um dos fatores que explicam o alto índice de cesarianas? O problema é que, no Brasil, a formação das parteiras não é a mesma que na França. Aqui, elas precisam fazer uma universidade de quatro anos, depois fazem estágios e só então começam a dar plantões de obstetrícia. E uma enfermeira obstétrica jovem, recém-formada, sempre estará acompanhada de outra mais experiente, além do médico. Ela nunca vai estar sozinha. Acho que isso dá confiança para a paciente. Eu não tenho conhecimento suficiente para julgar a formação das parteiras ou enfermeiras obstétricas no Brasil, mas eu espero que melhore cada vez mais, para que a gente possa ter o mesmo nível de eficiência que temos aqui na França. 

http://www.portugues.rfi.fr/geral/20150108-veja-por-que-franca-tem-um-dos-menores-indices-de-cesareas-da-europa

Hoy contamos con una invitada muy especial en el blog de En Suelo Firme: Ascensión Gómez.Una mujer comprometida con la salud pelviperineal por partida doble (es comadrona y fisioterapeuta), que ha aceptado nuestra invitación a colaborar con este magnífico artículo en el que aborda un tema que domina a la perfección, avalada por su amplia experiencia en el acompañamiento de nacimientos: la relación entre parto y movimiento, a través de un análisis de las distintas posturas para dar a luz.
No nos cabe la menor duda de que disfrutaréis de su lectura tanto como nosotras lo hemos hecho. Gracias, Choni, por compartirnos tu pasión y conocimientos. 

Parto y movimiento

Las mujeres se han movido durante el parto desde el principio de los tiempos. Todos los dibujos, esculturas, pinturas o referencias de la historia, en todas las culturas, han reflejado a mujeres pariendo de pie, en cuclillas, en sillas de parto, a cuatro patas; mujeres pariendo solas, pariendo apoyadas y sostenidas por otras mujeres. Mujeres pariendo libres y como sus cuerpos les pedían.
Nunca nadie jamás demostró que tumbar a una mujer boca arriba tuviera algún beneficio para ella o su bebé. Jamás.
Fue un hombre, un médico, quien literalmente tumbó a la mujer de parto en una cama, con el único fin de su  comodidad. En el siglo XVIII Francois Mauriceau, “obstetra” de la corte del rey de Francia en esa época, escribió un libro  (1668, tratado «Las enfermedades de las mujeres en el embarazo y el parto») proclamando los beneficios de la postura horizontal y exigiendo que se eliminara el uso de la silla de parto.
Desde Francia, y a partir de entonces, la práctica de tumbar a la mujer de parto se extendió al resto de Europa e incluso a Estados Unidos de forma rápida y sin que nadie, nunca, hubiera demostrado que esa posición tuviera ningún tipo de beneficios para la mujer o la criatura por nacer; el único argumento era que, con la mujer tumbada, y a ser posible quieta, era mucho más fácil y cómodo para el médico poder usar forcéps o manipular la vagina.
Mientras las mujeres parían en sus casas y ayudadas por comadronas, las sillas de parto y el movimiento siguieron formando parte de los ajuares; pero a medida que los médicos empezaron a ocupar los espacios de las comadronas, y, sobre todo, a medida que las mujeres empezaron a ser atendidas en los hospitales.
Inicialmente, las camas hospitalarias donde se paría eran las mismas donde se dormía, pero poco a poco se fueron incorporando elementos de sujeción para acceder de forma más fácil al “campo quirúrgico”, es decir, a la vagina. Y de esta manera, se empezaron a usar los estribos y perneras (para sujetar las piernas y mantenerlas elevadas) y se “inventó” la cama obstétrica y la postura de litotomía.

Aún hoy en día, a pesar de la aplastante y contundente evidencia científica, la mayoría de las mujeres en España, dan a luz en posición de litotomía.

Sabemos que la posición de litotomía y la inmovilidad durante el parto son claramente perjudiciales para el proceso. Es decir, que salvo por la comodidad del asistente y la facilidad para emprender maniobras de extracción fetal, la posición de litotomía no tiene ninguna ventaja sobre la mujer y su criatura, más bien todo lo contrario: aumenta las posibilidades de riesgo de pérdida de bienestar fetal, dispara el dolor, aumenta las posibilidades de lesiones perineales graves, de episiotomía y de partos instrumentales.
Parto y movimiento
Cuando la mujer está tumbada boca arriba se disminuye la velocidad de la dilatación y el descenso, lo que resulta en un aumento considerable de parto instrumentado con fórceps o ventosa.
Aunque resulta complicado analizar el movimiento y la postura durante el parto, he intentado sintetizar las ventajas y desventajas de cada posición y desmenuzar el progreso del descenso de la cabeza del bebé durante la segunda etapa del parto: el expulsivo.

Tronco vertical (incluye de pie o rodillas)

Postura cómoda con rodillas ligeramente flexionadas (de pie), y mucho mejor si se apoya en otra persona o en la pared. Cuenta con la gravedad como fuerza adicional, lo cual favorece el descenso del bebé. A esto hay que añadir la correcta alineación feto-pélvica (el eje del cuerpo del bebé con el interior de la pelvis de la madre), que hace que el encajamiento de la cabeza sea más fácil.
Al no comprimir los grandes vasos, proporciona una excelente oxigenación fetal y no provoca hipotensión en la madre. Las contracciones son en esta postura más efectivas, más intensas, más potentes y menos dolorosas. La sensación de pujo también es mayor, pero el control sobre el mismo es mucho más pobre. Favorece la distensión del periné por la localización correcta del punto de presión (en la zona anterior y no en la posterior), pero existe peligro de desgarro si el expulsivo es muy rápido.
Para la persona que asiste al parto es una postura poco cómoda e inaccesible al periné (no se puede hacer episiotomía). En esta postura no se puede poner la epidural convencional pero sí la “walking peridural”. La pelvis es libre para moverse en cualquier dirección y sentido; se favorece la apertura y la salida del bebé.

Sentada

Puede haber variantes de esta postura, dependiendo de dónde se siente la mujer: en la cama, en el suelo, en el WC o sobre una pelota. La más cómoda y la que mayor facilitación de los movimientos de la pelvis proporciona es sentada sobre la pelota.
En general, la posición sentada está favoreciendo el descenso y la progresión por la gravedad y la correcta alineación feto-pélvica, siempre y cuando la espalda permanezca erguida y ligeramente inclinada hacia delante. No se usa cuando la cabeza está saliendo porque chocaría literalmente con la pelota.
parto y movimiento posturas para dar a luz
La posición sentada favorece el descenso y la progresión por la gravedad y la correcta alineación feto-pélvica, siempre y cuando la espalda permanezca erguida y ligeramente inclinada hacia delante.
Se puede usar la posición semisentada con epidural convencional, con el monitor puesto y la sueroterapia sin problemas, aunque en semisentada el coxis está completamente inmovilizado, es muy cómoda y favorece el descanso.
La variación sentada en el WC es quizá la más familiar para la mujer de parto; le proporciona una superficie dura contra la que pujar, aunque esto se convierta en un inconveniente a la larga (dolor en la zona de asiento). La posición sentada con las piernas cruzadas (posición de indio) disminuye el diámetro del estrecho inferior de la pelvis (literalmente: la salida).
La pelvis no es libre, pero puede hacer pequeños movimientos hacia delante y hacia atrás, con lo que puede dar mucho juego.

Supino/litotomía

Es la posición más utilizada en los hospitales como posición para el trabajo de parto y el parto (litotomía). En supino (o lo que es lo mismo, acostada boca arriba) la gravedad es anulada completamente, incluso se actúa en contra de ella al poner en el potro a la mujer en litotomía a la hora de parir.
El útero gravídico en esta posición comprime los grandes vasos, lo que provoca un aumento del riesgo de la pérdida del bienestar fetal por disminución del aporte sanguíneo a la placenta, y una hipotensión, con o sin mareo, en la madre gestante.
Además, esta posición produce una dificultad respiratoria a consecuencia de la presión que realiza sobre el diafragma. Disminuye la velocidad de la dilatación y el descenso, lo que resulta en un aumento considerable de parto instrumentado con fórceps o ventosa.
En supino con piernas extendidas, la pelvis está completamente inmovilizada; si se flexionan las piernas con los pies apoyados en la cama, la pelvis es libre. En litotomía la pelvis está inmovilizada en una posición que aumenta el diámetro del estrecho superior (la parte alta de la pelvis)  y disminuye el del estrecho inferior (la salida).
Esta posición es de muy fácil acceso al periné, para los tactos vaginales, por lo que para el asistente es la mejor, pero la musculatura se ve dificultada en su distensión; la consecuencia es un mayor riesgo de episiotomía y/o desgarros. Permite monitorización y epidural convencional, pero es muy incómoda para la mujer y aumenta el dolor de espalda.

Decúbito lateral

Esta posición es neutra para la gravedad; no se favorece ni se dificulta. El aporte sanguíneo no se ve comprometido ya que no comprime los grandes vasos; posición de elección en caso de hipotensión o hipertensión materna. Las contracciones son más largas y más efectivas, aunque menos dolorosas.
La velocidad de la progresión del parto no es más lenta, proporciona un buen descanso a la mujer y disminuye el dolor de espalda; buen confort. Esta posición favorece el movimiento sacro. Aunque la monitorización es posible, a veces se tienen dificultades para localizar el foco de la frecuencia cardíaca fetal si coincide el lateral con el dorso del bebé.
Permite a su vez epidural convencional y tactos vaginales, aunque para hacerlos o para el expulsivo precisa de la colaboración de otra persona que sujete el miembro inferior que queda por encima (también puede utilizarse una de las perneras de la mesa de partos). Disminuye considerablemente la posibilidad de episiotomía o desgarro por buena distensión perineal.
Esta posición es la que ha demostrado tener menor número de lesiones perineales y una de las más cómodas para la mujer pues le permite descansar entre las contracciones sin necesidad de moverse.

Cuclillas

Excelente oxigenación fetal. La gravedad actúa favoreciendo el descenso; el mejor apoyo de la cabeza del bebé hace que el trabajo de parto sea más efectivo y más rápido. El descenso también se ve favorecido por el empuje de la parte superior del tronco sobre el fondo uterino.
La mujer tiene una mejor sensación de la zona perineal y de los pujos, peor por contra, es una postura que cansa si se mantiene durante mucho tiempo (especialmente en las mujeres no acostumbradas a estar agachadas). Es mejor si la mujer puede agarrase a una barra o un paño con las manos elevadas para poder tirar de ellos en el empuje.
La alineación feto-pélvica es excelente y, aunque la pelvis no es libre, en esta posición hay un aumento de los diámetros de hasta un 28% con respecto al supino o litotomía. Buena distensión perineal.

Cuadrupedia

Postura en la que la gravedad no actúa, pero no dificulta. De elección ante bradicardias fetales ya que descomprime totalmente los grandes vasos y proporciona una excelente oxigenación fetal y materna. Enlentece un parto rápido.
Es muy beneficiosa para el dolor de espalda ya que quita toda la presión que ejerce el peso del tronco sobre las vértebras. Es cansada para un parto largo, pero se puede modificar apoyando el tronco sobre la pelota, sobre la cama o sobre un acompañante, facilitando a su vez la posibilidad de aplicación de masaje en la espalda.
La posición favorece la rotación y es eficaz en caso de bebés grandes y distocia de hombros. Si las piernas de la madre no se encuentran ligeramente separadas, la visión del periné está dificultada así como el acceso al mismo.
La pelvis es completamente libre, evita la tensión sobre la zona anal, lo cual es muy importante en caso de hemorroides y es una de las posturas que menor probabilidad de episiotomía o desgarro presenta, junto con la lateral.

No existe la postura ideal, lo ideal es poder elegir en cada momento tu mejor postura

Ninguna postura se puede elegir antes del parto por sus ventajas o inconvenientes, sino que la mujer se posicionará en una u otra en función de sus necesidades, de su comodidad y de lo que necesite su bebé para poder salir. No existe la postura ideal. Lo ideal es poder elegir en cada momento tu mejor postura.
Las mujeres sienten que están mejor en unas posturas u otras, y muchas veces, es el cambio de una a otra lo que realmente hace posible el nacimiento. Incluso cambian de posición durante el expulsivo, según va avanzando el bebé a lo largo del canal del parto.
Cuando una mujer está anestesiada por la epidural, no puede sentir el dolor, pero tampoco esa necesidad de cambiar, de moverse. El dolor ayuda a moverse pues es el alivio del dolor lo que hace que busque una postura cómoda.
Esto no quiere decir que una mujer con epidural no pueda y deba moverse; al contrario. Ya que no siente la necesidad del movimiento, serán los profesionales los que deban invitar con más razón a la mujer a cambiar con frecuencia de posición para favorecer la biomecánica del parto.
Cojines, almohadas, pelota, perneras, cualquier material que pueda ayudar a la mujer a movilizarse en diferentes posiciones, debe formar parte de un paritorio. Es trabajo de las comadronas mover a la mujer si ella no puede hacerlo. Y con mucha frecuencia, intentado imitar la fisiología del parto lo máximo posible.
Es muy recomendable que durante el embarazo, conozcamos estas posiciones e incluso que practiquemos y nos familiaricemos con ellas. Ver vídeos de partos en diferentes posturas puede ayudar a visualizar el propio parto y sentirse más cómodas cuando llegue el momento.
El parto es movimiento y el movimiento es favorecedor del proceso del parto.
Prepara el cuerpo y la mente con una buena comadrona.

Reina,Las Manos del Alumbramiento


escrito por: Tricia em sábado, novembro 22, 2014 às 8:13 PM.


Me declaro Reina, guardiana de la sabiduría, me declaro partera de la tradición, ya no le temo a la represión de este sistema, ni a su caza de brujas. Seguiré caminando con mis abuelas y maestras de la mano para resguardar nuestros saberes que aún permanecen acallados y menospreciados por la tiranía patriarcal.
Por todas ustedes viejas sabias, mujeres de poder  y por todas las nuevas almas que merecen nacer en amor y libertad.
http://vimeo.com/107736348




Relato do meu Parto e Nascimento do Thiago – 17/02/2014 (versão editada em 01/08/14)


escrito por: Tricia em sexta-feira, novembro 14, 2014 às 11:02 PM.



Confesso que não me sinto a vontade de escrever um relato sobre algo que aconteceu na minha vida como se eu fosse a protagonista de uma historia épica com um proposito fenomenal, não. As coisas simplesmente foram acontecendo, e eu apenas fui me deixando levar, e assim vou contar pra vocês.
A verdade é que, nove anos depois, após as minhas duas experiências de cesárias, nunca em nenhum momento, ao contrário do que algumas pessoas possam pensar, tive a intenção de tentar mais uma vez para experimentar o parto normal, ou para mostrar ao mundo do que eu era (ops, sou!) capaz. Não foi assim, ao contrário, o parto do Thiago foi uma lição pra mim, em muitos aspectos, assim como foram os outros dois, cada um em um tempo certo.
Em 2004, grávida da minha primeira filha, tornei-me ativista pela humanização do parto, contagiada pelo inicio do movimento na internet. Conheci muita gente, muitos profissionais que hoje em dia já são reconhecidos mundialmente. Discuti, briguei com a família, especialmente com meus pais, não podia ver uma grávida na rua, em qualquer lugar já começava a conversar e tentar convencer a todo mundo dos benefícios do parto normal.
Ótimo até aí. Mas naquele tempo, ter uma equipe preparada par atender um parto humanizado hospitalar era o mesmo que trazer a Beyoncé pra um show particular. Não existiam profissionais no setor privado que fossem favoráveis a pensar fora do sistema. Eu não cogitava o SUS como uma opção. Continuei com minha médica cesarista, e apesar dos tantos avisos de que “não se pode fazer um porco dançar”, acreditei que na hora H eu conseguiria parir normalmente com ela. E assim terminei com uma bolsa rota de 4 horas, um mecônio leve e amarelo ( até hoje tenho minhas duvidas se era mesmo mecônio), uma cesária com uma anestesia que não pegou direito, dores terríveis durante a cirurgia, manobra de kristeler, sedação total, resguardo super dolorido devido a RAC, e um ”?” que eu não entendia.
Em 2008, e bem antes disso, eu já queria tentar de novo. Sim, eu queria ter outro filho, sempre quis, mas eu também queria meu tão sonhado parto normal. Comecei devorando tudo o que podia sobre tudo, comprei livros, colecionei artigos, me tornei intima da Scielo. Engravidei após alguns meses. Compreendi que o parto domiciliar seria a melhor opção pra mim pois seria uma forma de fugir das intervenções do sistema por ser um VBAC1, e estudei tudo que pude sobre ruptura uterina. Estava decidida a ter o meu tão sonhado parto normal, agora natural. Só esqueci do mais importante: da minha saúde emocional, e corporal. Assim, ficando nervosa, brigando com todo mundo, anunciando aos amigos e parentes que teria um parto natural, comendo tudo o que queria e tinha direito, acabei tendo uma cesárea (frustrante, mas salvadora) após uma crise hipertensiva que evoluiu para eclampsia (Sim!!!), com direito a convulsão (não recebi sulfato de magnésio) na 34ª semana de gestação. João nasceu com apenas 1,800kg, e ficou 9 dias na UTI. Pense numa lição enorme: receber alta da maternidade e deixar seu filho lá. Passar dias na UTI ao lado do bercinho amamentando aquela coisinha miúda, rezando pra que o pediatra liberasse ele pra ir pra casa. O lado bom dessa historia foi que eu me envolvi com a realidade dos prematuros, e comecei a doar leite materno para os bancos de leite de Fortaleza. Enchia muitos vidros por semana, de dar gosto. E assim, meu João foi crescendo e engordando, mas ficou com algumas lembranças, e uma série de alergias até hoje. Eu decidi que não queria mais ter filhos, e muito menos pensava em parto normal. Pra mim era um assunto muito delicado, que eu evitava o máximo que conseguia.
Desde o parto do João eu havia mudado radicalmente minha alimentação: mínimo ou nada de glúten, açúcar nem pensar, industrializados, refrigerantes, doces jamais. Comecei a correr todo dia, praticava pilates e dança do ventre. Fiz isso por mim, pra me cuidar, e comecei a me sentir muito bem, obrigada. Até que comecei a ir trabalhar de bike. E um cansaço enorme me fez desconfiar que algo estava diferente. Até que em junho de 2013, totalmente por acidente me vi grávida do meu terceiro filho. E aí tudo mudou.
Primeiramente fiquei apavorada com a pré-eclampsia. Segundo a ultima médica eu nunca mais deveria engravidar pois a pressão alta é “herdada” de uma gestação pra outra. Primeira providencia: comprei um aparelho de medir a pressão, e fiz isso todos os dias até o TP. Além de continuar com a minha alimentação meio natureba, mas com muita carne (ninguém é de ferro). Tentei repousar o máximo possível, aprendi a não me estressar com uma série de problemas e pessoas ao meu redor (essa foi a parte mais difícil), e me concentrei o máximo que pude no meu processo, no meu corpo e no meu filho. Além da PE, tinha muito medo de parto prematuro (afinal Joao nasceu com 34 semanas).
Até que chegamos nas 38 semanas, graças a Deus! (Cada semana sem a PE era comemorada aqui em casa). Alguns dias antes vinha sentindo muita lombalgia, e muitas Braxton-Hicks indolores. Poucas cólicas, e muito irregulares. Até que no dia 12/fev, quinta-feira a noite, durante a rotina de estudo dos meninos, senti um “ploc” e um liquido escorrendo. (Putesgrila a bolsa tinha rompido sem inicio de TP! Ou pelo menos foi o que entendemos pela primeira experiência). A ansiedade tomou conta de tudo, pois, no meu primeiro parto esse tinha sido o motivo (seguido de mecônio) pra primeira cesária. Liguei pra equipe que acompanharia o parto, e fui informada que a minha médica costumava aguardar 24hs de bolsa rota no máximo. Ou seja, eu já tinha um relógio trabalhando contra mim, a partir daquele momento. (Hoje, alguns meses depois, analisando mais claramente o que aconteceu, percebo que não houve bolsa rota, e sim ruptura alta de membranas).
Depois de colocar os meninos pra dormir, comecei a fazer indução natural, seguindo orientação da minha parteira. Primeiro preparei um pirão de pimenta (nunca vou me esquecer do gosto daquilo!) com farinha e azeite. Depois chá de canela-gengibre-pimenta-alho, subi escada infinitas vezes, estimulei mamilos, tomei banho quente. Nada. Passamos a noite totalmente ansiosos e sem nenhuma contraçãozinha sequer. Fui dormir chorando.
Na manhã seguinte, acordei cedo, e fui fazer meus 40min de esteira, a parteira chegou, saímos e ela me acompanhou numa sessão de acupuntura (onde pedimos pra estimular o inicio do TP) onde rolou muito choro, mas nada ainda de contrações. Ela acabou indo embora, mas ficamos nos falando por telefone aguardando. Seria melhor pra diminuir minha ansiedade, tentar ficar em casa com muita paz. Pelas 11 da manhã, as contrações começaram timidamente, agora um pouco doloridas. E haja fazer indução natural. Falei com a médica, que pediu um ultrassom, saímos de casa a tarde pra fazer o exame: tensão, sala de espera, e cheiro de hospital eram ingredientes infalíveis para fazer as contrações pararem.
Resultado do US: liquido diminuído (mais ainda dentro do mínimo aceitável – 52mm), pois a ruptura da bolsa foi alta (viu!?). Sabendo disso, a médica me “deu” mais 24 horas pra entrar em TP, comemoramos. A noite pedi ao Dr. Teles mais uma sessão de acupuntura em casa, com eletro-estimulação. E naquela sexta-feira, voltei a sentir contrações somente a noite, muito tarde, depois do jantar, dessa vez eram mais claras, em ondas, com útero bem contraído na parte de cima, e muita cólica embaixo. Elas vinham sempre a cada 20-30min, e ainda estavam muito irregulares e suportáveis. Mas sumiram na madrugada.
Amanheci no sábado com vontade de correr uma maratona, cheia de energia, mas apavorada pois não tinha sinal de TP ativo. Falei com a médica, estávamos com 30hs de bolsa rota e nada. Ela pediu mais dois exames: hemograma (vamos ver os leucócitos!) e cardiotocografia do bebê, pois nosso risco era de infecção. Passamos a manhã no transito, chovendo muito, preocupação, salas de espera, cheiro de formol, e tensão... e assim as tímidas contrações que vinham a cada 30min, sumiram mais uma vez. Ao sair o resultado dos exames, todos normais, sem sinal de infecção, falamos com a Dra Liduina mais uma vez, que ficou mais tranquila, e me mandou ficar em casa bem calma, e aguardar o TP. Não falou em prazo (oba!) já estávamos com 3 dias de bolsa rota, e perda de liquido clara.
Continuei com o coquetel de chás e subindo mais uns trezentos andares de escada. Sábado a noite pedi ao Dr Teles mais uma sessão de eletro-acupuntura em casa. Assim passamos a noite com contrações irregulares. Nada de TP.
No domingo tentei ficar o mais concentrada e calma possível, mas foi difícil. Se eu não entrasse em TP naquele diz, provavelmente perderia o apoio da minha médica, e na segunda de manhã iria ao consultório dela talvez pra receber a guia de internação. Pavor. Domingo na mesma, muito chá, muita escada, banho morno. Nada. No fim da tarde comecei a me desesperar, chorei horrores achando que e o TP não começaria nunca. Perdi a fé nos chás, nas escadas, na dança, nas induções. Praguejei, gritei, chorei. Liguei pra parteira e chorei mais ainda.
Um pouco depois ela veio me ver e trouxe uma pessoa (muito importante) com ela pra conversar comigo: Priscila que me conhecia virtualmente desde o parto da Thais e também tinha uma historia de parto com bolsa rota. Fiquei muito feliz, mais calma e confiante, mas ainda estava apreensiva pelo apoio da médica, pois não tinha idéia de qual seria sua reação após 5 dias de bolsa rota. A tensão no relógio era imensa. Eu não aguentava mais tanta pressão (da medica, do marido, da parteira, de mim mesma)... Parei de me concentrar nas induções naturais, o TP começaria na hora certa, mesmo sem indução alguma. Parei de medir o tempo entre as contrações. Mandei todo mundo “pra aquele lugar”, me zanguei, não queria mais saber de porcaria de contração nenhuma, chorei, chorei. E foi aí que algo mudou.
Segunda-feira chegou depois de uma noite de contrações bem mais doloridas, tinha dormido mal, sentada na bola, a cada 15min sentia uma. Fui para o consultório da medica menos tensa, mas rezando muito pedindo discernimento a Deus e proteção de Nossa Senhora do Desterro. Se a médica me abandonasse, o que eu faria? Mas ao sentar naquela sala pra fazer mais um ultrassom, tive uma contração dolorosa. E ao olhar no olho dela, senti tanto carinho, e ouvi o que eu mais queria: ”vá pra casa, você está em trabalho de parto, você não precisa de mim”.
Fui pro meu quarto, e tentei me isolar de tudo. O apoio do meu marido também era fundamental, ele levou os meninos pra casa da vó, pra que eu ficasse sozinha. As contrações não foram mais embora. E a cada uma delas comemorava a chegada do meu filho. Sempre que sentia a onda, ficava de cócoras, ou encima da bola, dançava passos de dança do ventre, chamava por ele. A noite, depois que os meninos caíram no sono (e o marido também!) elas ficaram muito mais doloridas, e após as 20hs eu não conseguia mais encontrar posição confortável durante elas. Liguei pra parteira, pedi pra ela vir pra gente conversar (?), fui pra debaixo do chuveiro quente, nada adiantava.
Mas a partir daquele momento, elas vieram como um furacão. A cada 5 min, não sei, mas não dava pra descansar entre elas. Pedi pro marido encher a banheira, briguei com ele, gritei. Quando a parteira chegou estava dentro da banheira, quase na transição. Após alguns minutos, e com a banheira já cheia, as contrações já vinham a cada 1min. Ligamos pra enfermeira-obstetra. Mas não deu tempo, os puxos já estavam vindo. Mas como? Puxos? Fizemos um toque dentro da água pra ver a dilatação, aparentemente sem condições, pois eu estava numa posição bem difícil. Sem acreditar, ouvi que estava com mais ou menos 4 cm. Mas como? Já queria empurrar! Tentei segurar os puxos, mas não dava, era involuntário. E assim, após umas 3 ou 4 horas de TP ativo, meu filho nasceu.
Quem segurou meu filho foi a parteira na tradição Kelly Brasil, minha amiga de infância, que vivenciou esse processo comigo, por destino, por amor ao sagrado feminino. A enfermeira-obstetra chegou alguns minutos depois quando já estávamos na cama aguardando a placenta nascer. Tive apenas uma pequena laceração superficial que não precisou de pontos, e sarou após 2 dias.
Meu parto foi da maneira mais lenta e mais rápida que alguém poderia imaginar. Em nenhum momento eu tive a certeza de que daria certo, apenas do que eu queria pra nós dois. Não anunciei como seria pra ninguém, nem pra mim mesma, não planejei nada, não fiz plano de parto, não discuti com ninguém na internet, não disse nada nem pra minha médica. Queria apenas sobreviver a tudo, e me deixei levar pelos acontecimentos. E assim tive meu VBAC2 naturalmente na minha casa, no meu ninho, e dentro da água. Como eu sempre quis.
Não tenho palavras pra agradecer o amor e a compreensão das profissionais que me assistiram. No nascimento da minha primeira filha, não haviam grupos organizados pró-humanização em Fortaleza. Hoje elas conseguiram reunir tantas mulheres que querer parir! Me orgulho imensamente de vocês: Semiramis Ávila, enfermeira-obstetra, pelo profissionalismo e fé na Natureza e na vida. Dra. Liduina Rocha, pelo carinho e amor, e por acreditar em mim e no meu filho. E Kelly Brasil, minha amiga de infância e minha parteira, por não ter desistido de mim.

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A pré-eclampsia pode ser causada por o feto, não a placenta


escrito por: Tricia em segunda-feira, outubro 13, 2014 às 11:04 PM.


Pré-eclampsia, condição potencialmente fatal Que afeta Mulheres gestantes, PODE Ser causada POR Problemas atendendo ÀS demandas de Oxigênio fazer feto in Crescimento, de a Acordo com hum editorial na Edição de Novembro da  anestesia,  a revista da Associação de Anestesistas da Grã-Bretanha e Irlanda (AAGBI).
A Descoberta TEM promovido um co-Autora do editorial, Associate Professor Alicia Dennis, consultor anestesista e Diretor de Anestesia Pesquisa do Hospital do Royal Women em Melbourne, na Austrália, parágrafo Compatilhe o nomo da condição de Ser alterado par tornar como Mulheres Mais conscientes dos Riscos.
"Referindo-se a ELE Como hipertensão causada Pela Gravidez, EM Vez fazer em Nome fóruns historicamente fazer Prazo de Validade da pré-eclâmpsia, significaria that como Mulheres em TODO O Mundo poderia Ser Melhor informados e aconselhados Sobre a condição", ELA Diz.
Associate Professor Dennis co-escreveu o editorial, publicado on-line na revista Anaesthesia,  com o Dr. Julian Castro, um cardiologista não Hospital de St Vincent, in Melbourne.
"A Causa da pré-eclampsia, e identificar cais Quais d'Orsay Mulheres Irão desenvolver hipertensão na Gravidez, TEM OS intrigado Profissionais de Saúde AO Longo de Décadas, POR ISSO ficamos Muito ansiosos par apresentar como Teorias apresentadas POR Dennis e Castro", Diz O Dr. Steve Yentis, editor-chefe da Anestesia  , Que É publicado Pela Wiley-Blackwell, em Nome da AAGBI.  
Dennis e Castro acredita Que a Gravidez E rotineiro los Mulheres Que São capazes de MANTER UM suprimento de Oxigênio equilibrada Sustentável par atender as Novas exigências metabólicas do feto.  when E UMA Mulher TEM UMA capacidade reduzida de para fornecer Oxigênio Para o feto, Que PODE tornar- SE parágrafo fatal Um Mãe EO Bebe.
A nova Teoria Unificada da pré-eclampsia desafia a Visão Corrente de that um pré-eclâmpsia E causada especificamente POR UM Problema com a placenta.  He also question uma Visão generalizada de that um pré-eclâmpsia E POR UMA causada Substancia AINDA Localidade: Não identificada that um Produz placenta.  He propõe Que HÁ muitas condições Diferentes, Quer na mae, na placenta UO não Bebê Que levam a Entrega ineficiente de Oxigênio Para o Bebe.  Uma RESPOSTA da Mãe E tentar entregar Mais Oxigênio Para O Bebê de para ajudar o Bebê Crescer, mas ISSO Levanta uma SUA Própria pressao arterial e prejudica o Seu Corpo. 
"A hipertensão, OU pressao arterial elevada, EM MULHERES gestantes, continua a Ser hum túmulo Problema Mundial that afeta cerca de 13 Milhões de Mulheres POR Ano", Diz o Anaesthesia editorial, that was Escrito DEPOIS de OS Autores analisaram Trabalhos de Pesquisa de TODO O Mundo.  
Professor Associado Dennis Explica: "Localidade: Não houve nenhuma diminuição na Prevalência de pré-eclâmpsia Durante OS ULTIMOS 50 Anos o Nós estávamos PROCURANDO POR UMA Teoria Unificada Para explicar Por Que Tantas Mulheres gestantes desenvolvem ESTA condição.".
Dennis e Castro Diz Que, par reduzir o numéro de mortes devido a pré-eclâmpsia, uma Profissão Médica Precisa começar a desmistificar ESSA CONSEQÜÊNCIA cardiovascular Comum da Gravidez. 
A Anestesia Diz editorial Que, se OS efeitos da disease, e Seu treatment, foram Mais Bem compreendido no Contexto Clínico, haveria Menos mortes POR Causa da disease.   
A pré-eclâmpsia PODE Ser parágrafo fatal como Mães e OS BEBES OU causar serias complications de Saúde, incluíndo convulsões, insufficiency renal, insufficiency Cardíaca e hemorragia  .
Uma los CADA Quatro Mulheres com hipertensão Localidade: Não Complicada na Gravidez Ira desenvolver pré-eclâmpsia e e Mais Comum los Mulheres Que levam Gêmeos OU trigêmeos, como Mulheres Que São obesas UO Mulheres com diabetes.
Localidade: Não HÁ None teste Preciso de para determinar cais Quais d'Orsay como Mulheres gestantes Irão desenvolver um disease.  Os Autores sugerem Que HÁ UMA necessidade urgente de aplicar OS mesmos Padrões de Gestão em Mulheres gestantes Que São Usados ​​los Adultos Não-gestantes com disease Cardíaca com Risco de Vida, especialmente O USO de ultra-filhos cardíacos.
O Dennis e Castro editorial Hipertensão por e Hemodinâmica los Mulheres gestantes - E UMA Teoria Unificada da pré-eclampsia E Possível? ESTA Publicada não Anaesthesia 2014; 69 (11) doi: 101111 / anae12832.     

ELE PODE Ser acessado não http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/anae.12832/abstract
Fonte: http://www.journalism.co.uk/press-releases/pre-eclampsia-may-be-caused-by-the-fetus-not-the-placenta-says-anaesthesia-editorial/s66/a562761/


O Delírio da Cesariana


escrito por: Tricia em terça-feira, setembro 30, 2014 às 10:25 PM.

"O delírio da cesariana. Nos hospitais privados, 88% dos bebês nascem por cirurgia. As operações agendadas criam uma geração de quase prematuros. Essas e outras revelações do maior estudo sobre parto já realizado no Brasil.

O brasileiro nasce mal. Em uma frase, essa é a síntese da maior pesquisa sobre parto já realizada no país. A pesquisa Nascer no Brasil está sendo divulgada pela Fiocruz e pelo Ministério da Saúde numa coletiva de imprensa que começou agora no Rio de Janeiro. Esta coluna antecipa o resultado completo e analisa os dados.

Foram entrevistadas 23.894 mil mulheres atendidas em maternidades públicas, privadas ou conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados foram coletados entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012 em 266 hospitais de 191 municípios. Todas as capitais foram incluídas, além de cidades do interior de todos os Estados.

O elevado índice brasileiro de cesarianas não dá sinais de declínio. Todos os anos, quase um milhão de mulheres são submetidas a um parto cirúrgico, sem indicação médica adequada. A cesariana foi realizada em 52% dos nascimentos. Nos hospitais privados, 88% dos bebês nasceram dessa forma. A opção pela cirurgia foi alta (42%) até mesmo em adolescentes.

São números muito distantes da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a entidade, partos cirúrgicos devem ocorrem entre 10% a 15% dos nascimentos. As cesarianas deveriam ser exceção. Um recurso importante, reservado aos casos em que há risco para a mãe ou para o bebê.

“Não há justificativas clínicas para um percentual tão elevado no Brasil”, diz a epidemiologista Maria do Carmo Leal, coordenadora do estudo. “Essas cirurgias expõem as mulheres e os bebês a riscos desnecessários e aumentam os gastos com saúde”.

Quase 70% das entrevistadas desejava ter um parto vaginal no início da gravidez, mas poucas foram apoiadas nessa decisão no decorrer da gestação. Segundo a pesquisadora, a mudança não pode ser explicada pelo surgimento de problemas e complicações em todos os casos. Muitos obstetras preferem agendar cesarianas por uma questão de conveniência ou convicção.

Não é raro encontrar, na classe média, mulheres que mudam de médico cinco vezes até conseguir fazer o acompanhamento da gestação com um profissional que valoriza o parto normal. Essa dificuldade levou ao fenômeno crescente das mães que optam por ter seus filhos em casa, com a ajuda de enfermeiras. Não é uma opção livre de riscos, assim como toda internação hospitalar.

“Os médicos têm responsabilidade no alto índice de cesarianas, mas não só eles”, diz Maria do Carmo. “Muitas mulheres acham que a cirurgia é um método seguro e confortável. Dá até para programar a data da festa”, afirma. “Elas precisam entender quais são os riscos dessa decisão”.

O medo do parto normal

Entre as mulheres que escolheram a cesariana desde o início, a principal razão apontada no estudo foi o medo da dor. “Isso ocorre porque o parto normal oferecido no Brasil ainda é muito ruim”, afirma Maria do Carmo.

No Reino Unido, país reconhecido pelo incentivo ao parto vaginal, as mulheres ficam livres durante o trabalho de parto. São estimuladas a andar, podem subir e descer escadas quando se sentem confortáveis para fazer isso, recebem massagens, entram numa banheira.

“No Brasil, colocam um cateter na veia com oxitocina (hormônio que acelera o nascimento) e deixam a pessoa deitada”, afirma a pesquisadora. “É um desrespeito ao corpo, aos sentimentos e à vontade da mulher”. Muitas pedem anestesia porque o parto dói. O SUS oferece esse recurso. O que falta é o anestesista...

Uma epidemia de quase prematuros

O agendamento das cirurgias antes do trabalho de parto, tão comum nos hospitais privados, leva a outro problema: a elevada proporção de bebês no limite da prematuridade. No estudo, 35% das crianças nasceram com 37 ou 38 semanas de gestação. Não são considerados prematuras segundo a OMS, mas poderiam ganhar mais peso e maturidade se tivessem a chance de chegar a 39 semanas ou mais de gestação

Trata-se de uma epidemia silenciosa. Em geral, esses bebês recebem alta sem nenhuma complicação grave aparente. Isso pode dar a falsa impressão de que nascer antes de 39 semanas não trará nenhum impacto negativo. No entanto, alguns estudos demonstram que essas crianças são mais frequentemente internadas em UTI’s durante os primeiros dias de vida. Essa prática eleva o risco de complicações e morte.

O desenvolvimento de um bebê guarda alguma semelhança com o de uma planta. Não há como saber em que exato momento ele estará maduro. Alguns ficam prontos com 37 ou 38 semanas. Outros com 40. Outros, só com 42. Há uma variação biológica individual.

Nas cesáreas agendadas, os bebês podem ser retirados do útero antes da hora certa. Na vida intrauterina, as últimas semanas são dedicadas ao trabalho de acabamento mais fino. É quanto a pele é preparada para se adaptar à pressão atmosférica. Os pulmões adquirem a capacidade de abrir. A tolerância ao barulho e à luz se desenvolve.

“Retirar um bebê do útero antes da hora é uma violência. É como arrancar uma planta da terra. A fruta nunca vai ficar doce”, diz Maria do Carmo. Não se sabe se essa prática tão disseminada pode provocar danos futuros, mas alguns estudos sugerem que podem ocorrer perdas cognitivas e outras habilidades.

A proporção de nascimentos prematuros (antes de 37 semanas) encontrada no estudo Nascer no Brasil foi de 11,5%. É uma proporção 60% superior à verificada na Inglaterra e no País de Gales.

Outros dados importantes:

• Cerca de 30% das entrevistadas não desejaram a gestação. 9% ficaram insatisfeitas com a gravidez e 2,3% relataram ter tentado interrompê-la.

• 60% das gestantes começaram a fazer o acompanhamento pré-natal tardiamente, após a 12a semana gestacional. Cerca de um quarto delas não recebeu o número mínimo de seis consultas recomendado pelo Ministério da Saúde.

• 41% das mulheres não sabiam em qual maternidade teriam o bebê. A Lei 11.634, de 2007, determina que toda gestante tem o direito de saber, durante o pré-natal, onde o filho nascerá.

• Quase um quinto das mulheres peregrinou por hospitais durante o trabalho de parto. Elas não conseguiram ser admitidas na primeira maternidade porque faltavam médicos, materiais e equipamentos.

• Práticas inadequadas continuam a ser aplicadas aos recém-nascidos saudáveis na sala de parto. A aspiração de vias aéreas superiores ocorreu em alto percentual. Variou de 62% no Nordeste a 77% no Sudeste.

• O índice de mortalidade materna é incompatível com o nível de desenvolvimento social e econômico do país. Em 2010, ocorreram 62 óbitos maternos para 100 mil nascidos vivos .

• A depressão foi detectada em 26% das mães entre 6 e 18 meses após o parto. Grupos nos quais a doença foi mais frequente: mulheres de baixa condição social e econômica; pardas e indígenas; mulheres sem companheiro; mães que não desejavam a gravidez ou já tinham três ou mais filhos.

Com esse diagnóstico detalhado, as discussões sobre a excessiva medicalização da vida no Brasil podem ocorrer sobre bases mais sólidas. Nascer é um ato biológico. Pelos mais diversos desvios, interesses e mudanças culturais, ele foi transformado em ato médico e em ato cirúrgico.

“Alguns médicos dizem que somos hippies porque defendemos o parto normal, mas não estamos inventando nada nem perseguindo ninguém”, diz Maria do Carmo. A redução dos partos cirúrgicos é uma tendência nos países ricos. Até recentemente, o índice de cesáreas nos Estados Unidos era de 33%. Graças a uma recomendação do Colégio Americano de Obstetrícia, a taxa caiu para 26%.

O Brasil segue na contramão. Nosso índice assustador (88% nos hospitais privados!!!) é o exemplo mais evidente do mau uso de um importante recurso médico. Excesso de intervenções não significa bom acesso à medicina. Significa desperdício subdesenvolvido e delírio coletivo."

Por Cristiane Segatto para a Época


Fonte: Revista Época

rótulos e mudanças, como confiar?


escrito por: Tricia em às 9:50 PM.

Um fato que vem me preocupando ultimamente é como nós seres humanos temos a tendência a rotular as pessoas.

Fulano é humanizado, ele só atende parto normal. Sicrano é cesarista, foge. Será que é simples assim? Ou será que aquela pessoa que pensávamos ser adepto ao parto natural na verdade não é. Porque? Um profissional pode ser humanizado amanhã, mesmo que não tenha sido hoje? Um médico pode voltar a ser cesarista mesmo depois de ter atendido muitos partos humanizados?

Converso com várias mulheres que tiveram partos respeitosos e naturais com uma médica, e com outras mulheres que ficaram indignadas quando esta mesma médica tentou induzir uma cesárea. Como assim?

Eu confio demais nas pessoas, e vejo isso como uma qualidade. Parto do pressuposto que a pessoa está falando a verdade e é honesta desde que se prove o contrário. As vezes quebro a cara as vezes dá certo.

Simplesmente porque a pessoa pode amanhecer sem paciência de esperar 12 horas por um tp, porque pode não estar de bom humor, porque pode ter um congresso marcado pra sua dpp, ou porque não foi com a sua cara. Isso pode acontecer com qualquer pessoa, comigo, com você, e é normal.

Então, se há essa mudança, como confiar?

Simples. Confiando em si mesma. Quem assume a responsabilidade pelo seu parto vai conseguir parir no SUS lotado, no próprio quarto ou em qualquer lugar. É tomar para si as rédeas da situação, da vida, de tudo. Empoderar-se.




Seis mitos do parto em casa


escrito por: Tricia em sexta-feira, setembro 12, 2014 às 1:06 AM.

Me preocupa um pouco ver algumas grávidas chegando pela primeira vez no mundo da humanização e já ir decidindo pelo parto em casa. Como se fosse levada por uma "moda"....Vem cá: deixa eu te dizer uma coisa baixinho, senta aqui: Parto em casa não é pra todo mundo. Não, amiga, não é. Agora respira, e presta atenção.
Não decida pelo parto em casa somente porque viu na TV a famosa que pariu em casa, e sim porque você se sente bem e segura naquele local. Assim como alguém se sente segura e feliz na sala de pre-parto de um grande hospital, é de cada uma o direito de escolha do local. Leia e se informe sobre tudo o que puder, quais os riscos, quais os cuidados pra evitar problemas. Não estou falando do processo do parto em si, a parteira estará lá pra cuidar dessa parte, e pra identificar sinais de alerta caso precisem ir ao hospital. Estou falando de fazer um plano de parto.
Se liberte. Você tem que se desapegar de muitos esteriótipos, de muita idéia pre-concebida pra poder se sentir livre pra parir, seja em casa, seja no hospital, ou no quintal. As coisas são bem mais simples do que parecem. A sua casa vai ficar suja, talvez seu colchão fique manchado. 
Resumindo, se o teu parto for em casa, você vai estar abrindo mão de:
1 - uma escova inteligente na véspera do dia marcado. Fato.
2 - Enfeite da porta da maternidade. Se bem que voce pode pendurar na porta do quarto.
3 - enfermeira fazendo o furinho na orelha da sua filha recem-nascida.Judiação.
4 - anestesia. Esqueça, mas talvez você vá pedir por ela.
5 - episiotomia (eba!)
Plano B. Tenha sempre um plano B no caso de precisar de uma transferência pro hospital, e deixe uma bolsa arrumada por perto, com roupas para você e pro seu bebê. E você pode se decepcionar amiga, sim, ter a melhor equipe não é garantia de nada. O processo é a sua história, pode ser tudo lindo e perfeito, pode ser que nada saia conforme planejado, aceite, é a sua vida. E quem disse que parto (e vida) tem que ser redondo? Esqueça as expectativas, aceite a sua lição. Abrace as ondas de contrações.  Parto é algo intimo, um momento sagrado, seu e da sua familia.
Assuma a responsabilidade pelo parto, pelas suas decisões, e pela sua vida. Não se apoie no médico, ou na parteira, ou na equipe. Ande com as suas próprias pernas. Decida. Agarre suas rédeas. Acorda menina!
E se mesmo lendo esse texto você quiser parir no seu lar doce lar. Seja bem vinda ao time! :)

Esse texto foi traduzido e eu adoro!

 

Posso ter um parto em casa?

Seis mitos sobre parto e seus riscos

Tradução: Tricia Cavalcante L. Pacheco
 Tradução e Revisão: Carla Beatriz Piuma Maise

Autor: David Stewart, Ph.D., Executive Director, National Association of Parents and Professionals for Safe Alternatives in Childbirth (NAPSAC) International

Este artigo pode mudar sua vida.
Estas podem ser as mais importantes páginas que você já leu até hoje sobre parto e que irão orientá-lo a escolher a alternativa mais segura para você e seu filho.

Grande parte da obstetrícia praticada nos hospitais americanos hoje em dia é baseada em mitos e não em dados científicos. O que você ainda não sabe é que a Medicina moderna pode trazer danos a sua saúde e a do seu bebê, talvez até permanentemente. Os autores desta pequena e excelente publicação pesquisaram todas as informações citadas aqui. Você pode confiar no que foi escrito, tudo é cientificamente comprovado em pesquisas sérias sobre evidências práticas.

As escolhas que você faz hoje sobre o tipo de parto que vai dar a luz o seu bebê – parto hospitalar ou domiciliar, médico  ou parteira, parto natural ou medicalizado – terão um impacto considerável na vida do seu filho e na sua também, seja para melhor ou pior. A escolha é SUA.


Eu posso ter meu filho em casa?

Hoje, nos EUA, no final do século XX, os avanços na Ciência e Tecnologia contribuíram para a melhoria na sua qualidade de vida. Hoje em dia, mais e mais mulheres, de diferentes estilos de vida, estão optando por ter seus bebês da maneira antiga — em casa. Por quê?

Na verdade, apesar de todos os benefícios que a Tecnologia e as descobertas cientificas nos proporcionam, a Medicina ainda não conseguiu criar uma máquina melhor que o corpo humano, para o parto e nascimento de uma criança. Ainda que nossos corpos não funcionem da maneira que deveriam, nós somos mais privilegiados que nossos ancestrais por dispor da Medicina moderna, que pode salvar vidas.

Então porque as famílias estão optando por dar à luz em casa? Apesar de alguns casais terem suas razões pessoais, a maioria planeja parto domiciliar porque acreditam que, geralmente, a gestação e o parto são  fenômenos fisiológicos normais que fazem parte da vida da mulher, e que é uma função de um corpo saudável — não um estado de vida ou morte que requer supervisão médica de um cirurgião para acontecer bem.

A Ciência não foi capaz de aprimorar o corpo humano
nas funções em que este foi criado para exercer.

Em outros 20 paises, mais bebês sobrevivem
no primeiro mês de vida, do que nos EUA.


O parto tem os seus riscos. No entanto, em apenas uma pequena porcentagem de casos, as habilidades de um obstetra / ginecologista e o uso de equipamentos modernos como o ultra-som e os monitores fetais são realmente necessários para a mãe e o bebê sobreviverem sem danos a longo prazo.
A taxa de mortalidade neonatal nos EUA em 1989 atingia um pouco mais que 10 por 1.000 nascidos vivos[1]. Os EUA têm os equipamentos mais sofisticados e modernos e o sistema de saúde mais caro no mundo. No entanto, em vinte outros países — alguns dispondo de menos Tecnologia que eles têm nos laboratórios e hospitais — mais bebês sobrevivem em seu primeiro mês de vida, do que os bebês americanos.
Porque esses outros países têm obtido resultados melhores?
Com menos hospitais bem equipados e obstetras disponíveis, alguns desses paises — como Holanda, Suécia e Dinamarca — usam parteiras como os responsáveis pelo atendimento de rotina das mulheres durante a gestação e o parto. [2]
A OMS Organização Mundial de Saúde diz que os EUA deveriam investir no sistema de atendimento pré-natal com enfermeiras obstétricas (parteiras).
Considerando o risco potencial do uso rotineiro da Tecnologia, a OMS tem pedido repetidamente às autoridades médicas dos EUA para investirem no sistema de atendimento materno-infantil com enfermeiras-obstetras como a única forma de diminuir as altas taxas de mortalidade. [3]
Parteiras, na verdade, atendem partos no mundo inteiro. Médicos, apesar de terem um treinamento avançado e serem especializados em cirurgias, não provaram ser melhores que parteiras no atendimento ao parto normal, além disso nenhuma pesquisa realizada comprovou que hospitais são os locais mais seguros para se dar à luz.
Na verdade, estudo após estudo vem demonstrando que, para a maioria das gestantes dos EUA, o sistema de atendimento pré-natal e ao parto feito por parteira é altamente aconselhável. Nas próximas páginas, você saberá por quê.

Referências:
1.      National Committee to Prevent Infant Mortality, HOMEBIRTH No. 8, Sept/Oct 1990, p. 5.
2.      The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 114.
3.      Mothering, Jan/Feb, 1990.



Estudos indicam que partos domiciliares são seguros.

Mito nº1 — Parto hospitalar é estatisticamente mais seguro que parto em casa.
A segurança, em se tratando de parto, é medida por quantas mães e bebês morreram e quantos sobreviveram, pelo menos com um pouco de saúde.
Estudos realizados comparando partos hospitalares e não-hospitalares indicaram que poucas mortes, ferimentos e infecções ocorreram em partos domiciliares atendidos por parteiras. Nenhum estudo comprova que hospitais são mais seguros do que parto em casa.
 

Foi constatado que, o risco de problemas respiratórios
em bebês recém-nascidos é 17 vezes mais alto nos
partos hospitalares do que nos partos em casa.

Os EUA têm a maior taxa de intervenção obstétricas
durante o trabalho de parto, assim como têm enfrentado
sérios problemas com o crescimento de erros médicos.


Enquanto a taxa de mortalidade neonatal e materna tem diminuído drasticamente desde a virada do século, fatores como nutrição e higiene têm influenciado bastante nesse resultado.
No geral, a mortalidade infantil tem crescido desde os anos 30, mesmo assim, os partos domiciliares demonstraram ser mais seguros. Em 1939, Baylor Hospital Charity Service em Dallas, Texas, publicou um estudo que revelou uma taxa de mortalidade neonatal de 26.6 por 1.000 nascidos vivos em casa comparando com a taxa de mortalidade no hospital, que chegou a 50.4 por 1.000.[1]
Desde meados dos anos 1970, pesquisas realizadas no nordeste da Califórnia, Arizona, England e no Tennessee apontaram para a maior segurança dos partos em [2] O único estudo populacional randomizado, que comparou 1,046 partos domiciliares contra 1,046 partos no hospital, foi publicado em 1977 por Dr. Lewis Mehl, médico de família e estatistico. [3]
Enquanto as taxas de mortalidade neonatal e materna são estatisticamente as mesmas em ambos os grupos, segundo a pesquisa, a taxa de problemas de saúde foi maior no grupo hospitalar: 3.7 vezes mais bebês que nasceram no hospital necessitaram de ressucitação. Foi constatado ainda que as taxas de infecção nos recém-nascidos foram 4 vezes maiores no grupo do parto hospitalar, e a incidência de problemas respiratórios nos bebês nascidos no hospital foi 17 vezes maior do que os bebês que nasceram em casa.
Uma outra pesquisa realizada ao longo de seis anos, pelo Texas Department of Health, de 1983 a 1989, revelou que a taxa de mortalidade infantil nos partos assistidos por parteiras não certificadas, em casa, foi de 1.9 a cada 1.000 comparada com a taxa dos partos realizados por médicos de 5.7 a cada 1.000.[4] A taxa nos partos assistidos por parteiras treinadas e certificadas foi de 1 a cada 1,000 e por outros tipos de assistentes foi de 10.2 mortes por 1,000 nascidos vivos.[5]
Um estudo envolvendo 3.257 partos fora do ambiente hospitalar, no estado do Arizona assistidos por parteiras licenciadas entre 1978 a 1985 mostrou que a mortalidade materna atingiu 2.2 a cada 1,000 e a mortalidade neonatal atingiu 1.1 a cada 1,000 nascidos vivos.
Em depoimento na reunião da Comissão Americana de Prevenção à Mortalidade Infantil, Marsden Wagner, Enfermeiro Parteiro e Diretor da Organização Européia de Saúde Mundial, sugeriu a necessidade dos EUA, de uma formação acadêmica de enfermeiras obstétricas como forma de contrabalancear a quantidade de médicos obstetras,
fomentando assim a prevenção ao excesso de intervenções no processo normal de nascimento.
[6]
Wagner afirma ainda que na Europa, as parteiras são bem mais numerosas que os obstetras: "Em nenhum país europeu os médicos realizam atendimento primário às gestantes de baixo risco, nem durante a gestação, nem no parto". Ele alega que os EUA têm o mais alto índice de intervenções obstétricas, no entanto também tem enfrentado sérios problemas com a grande quantidade de erros médicos, e aconselha dizendo que um serviço bem estruturado e organizado de atendimento à gestante feito por parteiras nos EUA poderia reverter esta situação.

Referências:
1.           The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 241.
2.           Ibid, p. 115-116, 127, 243-246.
3.           Ibid, p. 247-253.
4.           Texas Lay Midwifery Program, Six Year Report, 1983-1989, Bernstein & Bryant, Appendix VIIIf, Texas Department of Health, 1100 West 49th St., Austin, TX 78756-3199.
5.           Labor Pains: Modern Midwives and Homebirth, Sullivan & Weitz, 1988.
6.           Mothering, Jan/Feb, 1990.


Parteiras são profissionais capacitadas

Mito nº2 — você tem mais atenção dos profissionais nos hospitais do que em casa.
No hospital, os obstetras geralmente não sentam ao lado da parturiente em trabalho de parto, mas se apóiam em máquinas e nos outros para obter informações e então aparecem no ultimo momento, na sala de parto. A maioria dos médicos não tem uma relação próxima com cada gestante e não as incentivam a ter um parto natural.
As enfermeiras da sala de parto dão um apoio muito maior à mulher durante todo o trabalho de parto. A rotina hospitalar, no entanto, envolve uma certa burocracia, mudança de profissionais, plantões de acordo com horários, e uma flutuação de quantas mulheres cada enfermeira deve ficar responsável. E enfermeiras não têm autoridade para evitar que um médico impaciente tente acelerar o trabalho de parto normal.
Nas últimas décadas, as mulheres têm reclamado do ambiente frio e clinico dos hospitais onde dão à luz, assim muitas instituições têm se rendido a essa pressão da sociedade para modificar esses ambientes esterilizados para um ambiente mais parecido com um lar. [1] Muitos estão permitindo que os acompanhantes entrem nas salas de parto, e alguns até incentivam a participação da doula no parto. Mas, para muitas mulheres, o ato fisiológico de dar à luz não combina com esse ambiente clinico e hospitalar, por mais que tudo corra bem.

Os partos domiciliares planejados, assistidos por um
profissional experiente, têm gerado ótimos resultados.

Enquanto estatísticas indicam que partos não-planejados ou sem assistência em casa têm causado resultados piores do que os partos hospitalares, os partos domiciliares planejados e assistidos por um profissional experiente, têm gerado ótimos resultados. [2]
Existe uma variedade enorme de profissionais, à sua escolha, que atendem partos domiciliares — médicos obstetras, enfermeiras obstétricas, parteiras certificadas ou não. Um pequeno número de médicos, alguns membros do American College of Home Obstetrics, atendem partos domiciliares ou nas clínicas. Muitas maternidades nos EUA são administradas por médicos dessa especialidade.
Parteiras especializadas são enfermeiras formadas que deram continuidade à sua formação especializando-se em obstetrícia. A maioria desses profissionais trabalha sob supervisão médica e com o apoio de um hospital, mas poucos têm experiência em parto domiciliar.
Esta profissão é baseada em um conjunto de procedimentos aplicados por um profissional capacitado à mulher e ao bebê durante o primeiro ano de vida, e, em muitos outros paises, parteiras são responsáveis pelo acompanhamento pré-natal e do parto, e esse sistema tem gerado taxas de mortalidade infantil bem menores que as dos EUA. Parteiras são treinadas para observar algum sinal de problema durante a gestação e o parto, e se for necessário, elas chamam um médico obstetra.

 
Parteiras são responsáveis pelo atendimento primário no pré-natal e no parto
em países com taxa de mortalidade neonatal bem menor que a dos EUA.
Consultas pré-natal com parteiras costumam ser agradáveis, relaxantes e amigáveis
e duram, em média, de trinta minutos a uma hora.

O número de parteiras inscritas nos cursos de formação em obstetrícia tem crescido muito nos últimos vinte anos, assim como a demanda por este serviço. A maioria das parteiras ainda não formadas tem terminado o curso de capacitação, e vêm sendo treinadas, na prática, com outras parteiras experientes. Esta prática é legalmente permitida apenas em doze estados americanos, e, em alguns desses, é pedida uma licença para exercer o trabalho. Nos estados americanos onde a profissão ainda é ilegal, o trabalho é enquadrado como “prática de Medicina sem diploma”.
A prática da profissão de parteira é livre em vinte estados americanos, sendo feita sob regulamentação estatutária ou em estados americanos que ainda não possuem legislação específica. [Ed. — Information about the current midwifery legal situation in individual states or Citizens for Midwifery Grassroots Network.]

Consultas de pré-natal com um médico obstetra em um hospital público ou no consultório geralmente pedem muito tempo de espera por uma consulta rápida. Comparando com as visitas das parteiras, que geralmente são bem relaxadas, mais longas, amigáveis e pode durar até 30 min ou 1 hora. Enfermeiras obstetras normalmente usam este tempo para orientar os benefícios de uma boa alimentação, da prática de atividades físicas, e em como você pode ir se preparando para o parto.

Apesar da formação das enfermeiras obstetras variar um pouco, muitas coletam alguma amostra para laboratório, caso necessário, escutam o coração do bebê, para avaliar se há sinal de sofrimento fetal durante o trabalho de parto, carregam consigo uma bomba de oxigênio portátil, e são treinadas em ressucitação cardio-pulmonar.

1.                        A Good Birth, A Safe Birth, 1990, Korte & Scaer, p. 8-21.
2.                        Ibid, p. 64-68.


A Tecnologia pode complicar um parto normal

Mito nº 3 — Quanto mais Tecnologia você dispõe, mais fácil será o parto.
No esforço de evitar complicações cada vez mais cedo, e aumentar o nascimento de bebês saudáveis, a Medicina tem modificado o ambiente que envolve o parto de uma atmosfera de atenção, carinho e apoio à parturiente para uma atmosfera de Tecnologia, clínica, fria e moderna.
Apesar de a Tecnologia salvar vidas quando necessário, o uso rotineiro dela pode interferir no processo normal do parto e nascimento.
 
Cada intervenção médica em um trabalho de parto normal tem seus efeitos colaterais.

O modelo de parto hospitalar dos EUA tem a maior taxa de intervenções médicas
como também, uma grande quantidade de processos por erros médicos.

É comum nos hospitais o uso de soro e monitoramento eletrônico do feto para assegurar que a mãe permaneça hidratada e que as contrações e os batimentos cardíacos do bebê sejam gravados. No entanto, muitas mulheres não gostam de permanecer confinadas numa cama, com agulhas em seus braços e cintos presos à barriga.
Mulheres que são orientadas a permanecer ativas e livres durante o trabalho de parto, reclamam menos de dor nos quadris, e muitos especialistas em parto defendem a tese de que os movimentos e caminhadas durante esse período tornam as contrações mais eficazes.
Alguns hospitais ainda requerem que as mulheres permaneçam deitadas em decúbito dorsal, e que mantenham suas pernas levantadas nos estribos. Como essa posição coloca trabalho do útero contra a gravidade, e faz com que cada contração seja menos eficiente, algumas vezes é necessário se usar o fórceps de alivio para puxar o bebê pela vagina. Evidências cientificas mostram que o fórceps é raramente utilizado quando a mulher tem liberdade de assumir posições mais confortáveis durante o período expulsivo.
Obstetras freqüentemente rompem a bolsa das águas com um instrumento como forma de acelerar o processo do parto. Este procedimento automaticamente dá ao parto um tempo limite, já que a possibilidade de infecção hospitalar aumenta com cada hora que passa, após a bolsa ter sido rompida.
Uma vez que a bolsa que protege o bebê é eliminada, o cinto de monitoramento, usado para acompanhar as variações nos batimentos cardíacos do bebê, pode dar lugar ao monitoramento eletrônico fetal (ou eletrodo de escalpo) — uma ponta de eletrodo minúscula é presa ao couro cabeludo do bebê para continuar monitorando o coração e para coletar a informação sobre o sangue do bebê.
Cada uma dessas intervenções usadas em um trabalho de parto normal envolve um grau de risco, e ainda não foi comprovado que o uso desses procedimentos proporciona mais vantagens, elimina complicações ou torna o bebê mais sadio.
Um estudo recente publicado em um jornal médico prova que o uso rotineiro de monitoramento eletrônico fetal, comparado com o antigo modo de ouvir o coração do bebê após as contrações com fetoscópio, pode causar mais problemas de saúde do que prevenir [1]. Em oito experimentos clínicos randomizados, a mortalidade materna e neonatal não foi reduzida com o uso do monitoramento eletrônico fetal. E talvez, por causa do monitoramento eletrônico, cesáreas desnecessárias foram realizadas, além disso o resultado dos partos monitorados com fetoscópio foram bem melhores e mais positivos. [2]
Atualmente, pelo menos 25% das mulheres tem filho através de cirurgia. Compare esse dado com a taxa de 10% de cesárea em outros paises cuja mortalidade neonatal e materna é bem menor [3] . Esses números indicam que nós não estamos conseguindo bons resultados praticando mais cesáreas.
Há várias décadas atrás, em um esforço para diminuir a dor do parto, médicos ofereciam rotineiramente drogas anestésicas às suas parturientes. Ao longo dos anos, o uso discriminado de muitos desses medicamentos, serviram de subsídios a estudos que revelaram que a droga usada como anestesia durante o trabalho de parto à mãe causa efeitos colaterais no bebê, incluindo asfixia, hipoxia, e danos ao cérebro e ao sistema nervoso [4].
As drogas ainda estão disponíveis para eliminar a dor do parto nos hospitais, apesar de que ainda não foi comprovado que essas drogas usadas como anestesia são realmente seguras para o bebê. [5]
Mulheres que utilizaram drogas anestésicas no trabalho de parto relataram diminuição no sentimento da relação mãe-filho e aumentaram a duração e a severidade da depressão pós-parto. [6]

Interferir no andamento natural do parto com uso indiscriminado de Tecnologia pode causar mais males do que benefícios.

1.                          New England Journal of Medicine, March 1, 1990.
2.                          The Cutting Edge, Feb. 1990, p. 4, P.O. Box 1568, Clayton, GA 30525.
3.                          Birth Without Surgery, Carl Jones, 1987, p. xii.
4.                          The Five Standards of Safe Childbirth, 1981, Stewart, p. 185.
5.                          Ibid, p. 175
6.                          A Good Birth, A Safe Birth, 1990, Korte & Scaer, p. 18, 201-209.
7.                          The Five Standards of Safe Childbirth, 1981, Stewart, p. 300.

Germes Normais Domésticos não Afetam a Mãe ou o Bebê

Mito Nº. 4 – O hospital é um lugar mais salutar para ter um bebê do que em casa.

A febre puerperal matou milhares de mulheres no século 19. Na época, os médicos, que também cuidavam dos doentes e moribundos, começaram a atender os partos nas clínicas. Como os hospitais se tornaram lugares para nascimentos e mortes, as infecções se tornaram uma praga para as gestantes e outros pacientes dos hospitais.
Cerca de 100 anos atrás, na Áustria, um médico chamado Ignaz Semmelweis tentou diminuir o número de mortes maternas por infecções, que eram altas, na taxa de 40% entre as mulheres que tinham seus bebês na maternidade do hospital de Viena. [1]  Semmelweis descobriu que, simplesmente ao lavar as mãos entre a realização de autópsias e o atendimento a partos, a taxa de infecções causada por médicos diminuía drasticamente.  Semmelweis foi ridicularizado pelos seus colegas e não foi senão até cinco anos após sua morte, que seus descobrimentos começaram a receber aceitação. Com o advento da técnica asséptica no final do século XIX e o desenvolvimento de antibióticos na década de 1940, uma gradual melhora foi vista. [Ed. Assim como bactérias resistentes têm se desenvolvido de maneira que estas não são afetadas pelos antibióticos, pode se esperar que essa tendência seja revertida, e podemos esperar ver um crescimento nas mortes por infecções adquiridas em hospitais.].
Na década de 30, estudos na cidade de New York e em Memphis, Tennessee, mostraram que menos mulheres morreram por infecções e hemorragias nos partos domiciliares do que as que morreram pelas mesmas complicações nos hospitais.  [2]

Os procedimentos de controle de infecção altamente modernos e caros
 não conseguem eliminar a causa das infecções nos hospitais.

Hoje em dia, os rigorosos e caros procedimentos de controle de infecção ainda não eliminaram as infecções nosocomiais, ou hospitalares, causadas por organismos comuns e perigosos, como certos grupos de estafilococos.
De acordo com uma reportagem no Wall Street Journal, a agência de regulação hospitalar dos EUA, A Comissão da Junta de Autorizações em Organizações de Cuidados com a Saúde (The Joint Commission on Accreditation of Health Care Organizations), está falhando ao obrigar padrões de controle de infecções, comprometendo a saúde dos pacientes de hospitais: “A Comissão da Junta está permitindo perigos à saúde e à segurança por deixarem hospitais sem inspeções por semanas, meses e mesmo por anos. Dessa maneira, com uma inspeção mal feita faz com que hospitais irresponsáveis tenham pouco temor à Comissão, já que as punições, nos anos mais recentes, quase inexistiram”.  [3]
Cada família se habitua aos seus próprios germes domésticos e desenvolve uma resistência a eles.  Uma vez que menos pessoas estranhas costumam estar presentes no momento do parto domiciliar do que num parto hospitalar, as chances de adquirir germes estranhos são menos comuns em uma situação de parto domiciliar.
Todo o esforço é feito para prover um ambiente limpo nos partos domiciliares. As parteiras e os obstetras que atendem os partos domiciliares usam luvas estéreis, assim como instrumentos esterilizados para cortar o cordão umbilical.
Estudos a respeito de pesquisas sobre partos domiciliares indicam taxas muito menores de infecções na mãe e no bebê do que as taxas comuns dos hospitais. Em um estudo de 10 anos (1970-1980) de 1.200 nascimentos na Fazenda (The Farm, uma comunidade Hippie americana) em Summertown, Tennessee, EUA, 39 mães sofreram de infecções pós-parto, e apenas um bebê desenvolveu septicemia. [4]
Ao chamar a maternidade de um hospital de “berço de germes”, o Dr. Marsden Wagner, Diretor Europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou os médicos em uma conferência médica internacional em Jerusalém, no outono de 1989, que partos hospitalares põem em perigo mães e bebês primariamente, por causa dos procedimentos impessoais e o abuso de drogas e Tecnologia. [5]
1.      The Birth Gazette, Fall, 1987, review of The Cry and The Covenant, p. 32-33.
2.          The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 240-241.
3.          The Wall Street Journal, Oct. 12, 1988.
4.          The Five Standards of Safe Childbearing, 1981, Stewart, p. 127.
5.          Mothering, Out/Nov/Dez, 1989.



Não Há Lugar Melhor do que o Lar para o Nascimento de uma Criança

Mito Nº. 5 – Um hospital é o lugar mais confortável para ter um bebê

A idéia de estar confortável durante o parto de um bebê pode parecer impossível e impressionar muitas mães que tiveram seus bebês no hospital. Elas se lembram de estarem confinadas a uma cama de hospital, de não receberem água nem alimento, de serem separadas de seus outros filhos e membros da família e amigos que poderiam estar lhe dando apoio nessa hora, tolerando freqüentes exames de toques e verificação dos sinais vitais, sendo transferidas de uma sala para outra numa cama no auge das contrações mais intensas e tendo suas pernas levantadas e colocadas em um estribo para dar à luz.

As salas de parto e suas mobílias agradáveis são um esforço para eliminar um dos estresses e desconfortos que vêm de estar no ambiente estranho de um hospital.

Estudos mostram que o trabalho de parto pode ser comprometido por um ambiente não familiar. Desconforto e medo podem, na verdade, aumentar a dor experimentada durante o parto, enquanto que relaxamento pode diminuir o stress materno, aumentando o fluxo de oxigênio para o bebê e facilitando o trabalho de parto.

Em sua própria casa, uma mulher em trabalho de parto tem a vantagem do ambiente familiar. Ela pode se mover com liberdade, usar a roupa que desejar, tomar sucos ou chás estimulantes, continuar a cuidar de seus outros filhos, se ela estiver em condições para tal, relaxar numa banheira de água morna, ter seus pés massageados por amigos queridos e tentar diferentes posições para o parto. Um trabalho de parto normal é um estresse saudável para o bebê, limpando seus pulmões dos fluídos e preparando-o para sua primeira respiração fora do útero.

Após o parto, o bebê nunca é tirado de perto da mãe. A família inteira pode subir numa cama limpa para o muito necessário abraço e soneca. O vínculo emocional que toma lugar nos momentos após o parto entre a mãe e o bebê e entre o bebê e o resto da família promovem um melhor ser humano, encorajam a amamentação e a rápida recuperação da mãe.



Profissionais capacitados que atendem partos domiciliares existem, e estão disponíveis.

Mito nº 6 — É impossível achar um profissional qualificado para assistir meu parto em casa.

Enquanto discussões a respeito dos ‘prós e contras’ de partos não-hospitalares e a quem cabe a responsabilidade de assistí-los, continuam sendo feitas na comunidade médica e de especialistas, milhares de bebês saudáveis estão nascendo em seus próprios lares a cada ano.
No entanto, o parto domiciliar não é para todas as mulheres. É necessário que haja um alto grau de confiança no seu corpo, na sua saúde, e no conhecimento adquirido, além de um alto nível de auto-responsabilidade para ir contra a maioria que acredita que partos hospitalares são mais saudáveis e melhor.
Quando você estiver analisando o melhor local para o seu parto, leia livros indicados no Guia de Pesquisa deste site. Converse com mulheres que deram à luz em casa, em casas de parto, em clinicas, maternidades e em grandes hospitais. Discuta sobre isso e tire suas dúvidas com seu médico, ou parteira.
Converse com muitos profissionais adeptos ao parto humanizado que estiverem próximo à sua cidade. Avalie o nível de conhecimento, experiência prática, formação, filosofia e a cada descoberta, verifique se o trabalho dele é compatível com as suas expectativas. Apesar de a maioria dos obstetras realizar partos nos hospitais, alguns aceitam assistir partos em outros locais. Médicos especializados em clínica-geral que atendem gestantes, podem ser contatados, no entanto, ultimamente, nessa área, os riscos de erro médico é um pouco maior, e eles cobram mais caro.
Enfermeiras-obstétricas certificadas atendem em várias capitais, e em alguns hospitais realizam acompanhamento pré-natal, assim como nas clínicas e nas casas de parto. Parteiras bem treinadas e capacitadas são especialistas em partos normais. Algumas são diretoras de maternidades, e outras têm atendido gestantes de várias partes do país.
Nos EUA, em 1989, o custo médio que uma família costumava pagar por um parto hospitalar tradicional sem complicações, era de $4.334, segundo pesquisa do Seguro Americano de Saúde, realizada envolvendo 173 hospitais comunitários, 70 maternidades e 153 parteiras. [1]
Em 1989, a grande maioria das familias americanas pagava cerca de $4.334 por um parto sem complicações no hospital.
   O colapso dos custos por um parto hospitalar incluir uma taxa padrão do médico no valor de US$ 1.492,00 (R$ 3.500,00) para um parto normal e US$ 2.053,00 (R$ 4.800,00) para uma cesárea, e custos hospitalares (que não incluem outras taxas como os serviços por um anestesista) em torno de US$ 2.842,00 (R$ 6536,60).


Em vinte outros paises, mais crianças sobrevivem ao seu primeiro mês de vida, do que nos E.U.A.

Em 1989 a taxa média cobrada por uma parteira era $994.

Em 1989 a taxa média cobrada por uma parteira era de US$ 994,00 (cerca de R$ 2.300,00), um valor que normalmente inclui o cuidado pré-natal, aulas de parto e o material para o parto, enquanto que a taxa de um médico não inclui nada disso.

Qual tipo de atendimento de parto é o certo para você? Em alguns estados americanos, as escolhas são limitadas e baseadas nas leis que restringem a prática das parteiras. A ONG “Friends of Homebirth” (Amigas do Parto Domiciliar) foi fundada em 1989 com o alvo de trabalhar para garantir o direito das mulheres americanas para poder escolher um parto domiciliar com uma atendente treinada. O parto domiciliar é uma escolha razoável para muitas famílias e a legislação restritiva americana deve ceder ao direito Constitucional (americano) da escolha paterno-materna responsável.

Para encontrar alternativas de atendentes de parto, as americanas têm a opção de entrar em contato com educadoras perinatais e o grupo local da “La Leche League[1]”.  As brasileiras podem entrar em contato com as mulheres da rede do Parto do Princípio para obter mais informações e indicações de profissionais que trabalham com parto domiciliar no Brasil.


1.                          Health Insurance Association of America, 1989, 1025 Connecticut Ave. NW, Washington D.C., 20036-3998.



Contact Guide


American College of Home Obstetrics 
2821 Rose Street 
Franklin Park, IL 60131
(312) 383-1461
American College of Nurse Midwives
1522 K Street NW 
Suite 1120 
Washington, D.C. 20005 
(202) 347-5445
Association for Childbirth at Home, Intl. 
116 S. Louise 
Glendale, CA 91205 
(818) 545-7128
International Cesarean Awareness Network (ICAN)
1304 Kingsdale Ave. 
Redondo Beach, CA 90278 
(310) 542-6400
Informed Homebirth 
P.O. Box 3675 
Ann Arbor, MI 48106 
(313) 662-6857
International Confederation of Midwives 
57 Lower Belgrave St. 
London SW1W 
Ozlr, England
Midwives Alliance of North America
P.O. Box 1121 
Bristol, VA 24203 
(615) 764-5561
NAPSAC International 
Rt. 1, Box 646 
P.O. Box 267 
Marble Hill, MO 63764 
(573) 238-2010 Voice or Fax
National Association of Childbearing Centers 
RFD 1 Box 1 
Perkiomenville, PA 18074 
(215) 235 — 8068


Resource Guide

[Ed. — Many of these publications are available from Cascade Birth and Life Bookstore at (800) 443-9942.]
o      A Good Birth, A Safe Birth, D. Korte & R. Scaer, 1984 & 1990, Bantam Books.
o      A Guide to Midwifery, Heart & Hands, Elizabeth Davis, 1981, John Muir Press.
o      Birth At Home [Ed. — now titled Homebirth], Sheila Kitzinger, 1979, Penguin.
o      Childbirth At Its Best*, Nial Ettinghausen, 3595 Santa Fe #166, Long Beach, CA 90810
o      Immaculate Deception, Suzanne Arms, 1985, Bergin & Garvey.
o      Labor Pains: Modern Midwives and Homebirth, D. Sullivan & R. Weitz, 1988, Yale University Press.
o      Midwifery Today, P.O. Box 2672, Eugene, OR 97402, (503) 344-7438, quarterly.
o      Mind Over Labor, Carl Jones, 1988, Viking Penguin.
o      Mothering Magazine, P.O. Box 1690, Santa Fe, NM 87504, quarterly.
o      Safe Alternatives in Childbirth, ed. David & Lee Stewart, NAPSAC Intl.
o      Special Delivery, Rahima Baldwin, 1979, Celestial Arts.
o      Spiritual Midwifery, Ina May Gaskin, 1980, The Book Publishing Co.
o      The Birth Gazette, 42 Summertown, TN 38483, quarterly.
o      The Cultural Warping of Childbirth, Doris Haire, 1972.
o      The Five Standards for Safe Childbearing, David Stewart, Ph.D., 1981, NAPSAC Reproductions.
o      The NAPSAC Directory, Rt. 1, Box 646, P.O. Box 267, Marble Hill, MO 63764
*Childbirth At Its Best, by Nial Ettinghausen, is out of print but available from Jerry Gentry at the address listed below.


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[1] A Liga do Leite (La Leche League - LLL) foi fundada para proporcionar informação, apoio e estímulo, principalmente através de ajuda pessoal, a todas as mães que queiram amamentar seus filhos. Ao mesmo tempo que complementa o cuidado do médico e de outros profissionais da saúde, LLL reconhece a importância especial de que uma mãe ajude à outra a perceber as necessidades de seu filho e a aprender a melhor maneira de satisfaze-las. (http://www.lalecheleague.org/LangEspanol.html). (N. T.)



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Tricia Cavalcante: Doula na Tradição, formada pela ONG Cais do Parto, mãe de três, e doula pós-parto.Moro em Fortaleza-CE.


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